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Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 8 de julho de 2014

CUBA: Com quatro vacinas contra o câncer, a produção de medicamentos em Cuba se posiciona como “a anti indústria”




LA HABANA, julho 4: Especialistas destacam o trabalho dos laboratórios cubanos, que têm objetivos totalmente opostos aos das farmacêuticas tradicionais. Segundo uma pesquisa, o sistema de saúde cubano obtém melhores indicadores de saúde que os Estados Unidos, gastando até vinte vezes menos.  
Há um tempo, o Prêmio Nobel de Medicina Richard J. Roberts denunciou a indústria farmacêutica pelo manejo da produção de medicamentos. O especialista inglês afirmou que os laboratórios “orientam suas pesquisas não para a cura das enfermidades, mas sim ao desenvolvimento de medicamentos para doenças crônicas, muito mais rentáveis economicamente”, deixando como equação que 90 por cento do orçamento para pesquisa estão destinados às enfermidades de 10 por cento da população mundial”. Esta cara negativa do setor tem uma contra-cara, um lado menos mercantil, segundo destacam os especialistas. Se trata da indústria farmacêutica cubana, que, através do papel social de sua medicina, se posiciona como “a anti indústria”. As quatro vacinas contra o câncer são o melhor exemplo para esta ideia.
Em primeiro lugar, a indústria médico-farmacêutica de Cuba tem um forte componente público, o que a transforma numa das principais fontes de divisas para o país. Em segundo lugar, suas pesquisas vão dirigidas, em boa parte, a desenvolver vacinas que evitam enfermidades e, consequentemente, diminuem o gasto da população em medicamentos. Num artigo na prestigiosa revista Science, os pesquisadores da Universidade de Stanford [Califórnia] Paul Drain e Michele Barry asseguravam que Cuba “obtém melhores indicadores de saúde que os Estados Unidos, gastando até vinte vezes menos”. A razão: a ausência –no modelo cubano- de “pressões e estímulos comerciais por parte das [indústrias] farmacêuticas e uma exitosa estratégia de educação da população em prevenção de saúde”.
Ademais, as terapias naturais e tradicionais –como a medicina herbolária, a acupuntura, a hipnose e muitas outras-, práticas pouco rentáveis para os fabricantes de medicamentos, estão integradas há muitos anos no sistema de saúde pública gratuita da ilha.
Por outro lado, em Cuba os medicamentos são distribuídos, em primeiro lugar, na rede hospitalar pública nacional, de forma gratuita ou altamente subsidiada –precisamente-, graças às receitas em moeda forte por suas exportações. A indústria farmacêutica cubana, ademais, apenas destina orçamento ao gasto publicitário que, no caso das multinacionais, é superior, inclusive, ao investido na própria pesquisa, destacam os especialistas.
Como emblema desta política totalmente oposta à indústria, se situam as quatro vacinas contra o câncer, uma esperança para frear este mal, que, segundo a Organização Mundial da Saúde, causa, a cada ano, cerca de 8 milhões de casos fatais. Em 2012, Cuba patenteava a primeira vacina terapêutica contra o câncer de pulmão avançado em nível mundial, a CIMAVAX-EGF. E em janeiro de 2013 se anunciava a segunda, a chamada Racotumomab. Ensaios clínicos em 86 países demonstram que estas vacinas, ainda que não curem a enfermidade, conseguem a redução dos tumores e permitem uma etapa estável da enfermidade, aumentando esperança e qualidade de vida.
O Centro Imunológico Molecular de Havana, pertencente ao Estado cubano, é o criador de todas estas vacinas. Já em 1985 desenvolveu a vacina da meningite B, única no mundo, e mais tarde outras, como as que combatem a hepatite B ou a dengue. Além disso, pesquisa há vários anos para desenvolver uma vacina contra a AIDS. Outro centro estatal cubano, os laboratórios LABIOFAM, desenvolve medicamentos homeopáticos também contra o câncer: é o caso do VIDATOX, elaborado a partir do veneno do escorpião azul.
Cuba exporta estes medicamentos para 26 países, e participa em empresas mistas em China, Canadá e Espanha. Tudo isto rompe completamente um estereótipo muito difundido, reforçado pelo silêncio midiático acerca dos avanços de Cuba e outros países do Sul: que a pesquisa médico-farmacêutica de vanguarda se produz somente nos países chamados “desenvolvidos”.
O bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba impõe importantes obstáculos para a comercialização internacional dos produtos farmacêuticos cubanos, porém também prejudica diretamente a cidadania norte-americana. Por exemplo, as 80 mil pessoas diabéticas que sofrem nesse país, a cada ano, a amputação dos dedos de seus pés, não podem ter acesso à vacina cubana Heperprot P, que as evita precisamente.

FONTE: REVISTA MIRADA PROFESIONAL

Tradução: Joaquim Lisboa Neto


Tomado de Resumen Latinoamericano