Saudação de fim de ano do camarada Alfonso Cano
O ano que termina deixa profundas e indeléveis marcas na consciência coletiva do povo. Algumas, profundamente dolorosas como o falecimento de nosso Comandante em Chefe Manuel Marulanda Vélez, a morte de Raúl, vítima não somente do bombardeio, mas dos covardes tiros de graça dos soldados de Uribe, o pérfido assassinato de Iván cometido por um ser desprezível e a morte em combate de outros Comandantes e guerrilheiros, comovedores acontecimentos ante os quais ratificamos nosso compromisso de ir até as últimas conseqüências na luta pelas transformações sociais e reafirmamos nossas convicções revolucionárias porque compreendemos que as conquistas populares só se alcançam através de árduas batalhas.
Outras marcas de 2008 deixam ver que a titânica batalha desenvolvida pelas FARC - EP para enfrentar a maior operação contra-insurgente desatada pela Casa Branca na América Latina, nos tem deixado mais firmes e fortalecidos apesar dos berros do paramilitarismo fascista que proclama sua vitória mas insiste na reeleição, em um orçamento para a guerra jamais imaginado, em uma estratégia de militarização do regime e de terror do Estado como bem mostra o conteúdo de sua mensagem.
O ano de 2008 deixa, também, uma profunda e esperançosa marca plantada pelas crescentes mobilizações populares isentas da influência patronal e governista, que auguram novas qualidades e maiores avanços nas lutas contra o Império e seus subservientes na Colômbia.
O acontecido durante o ano que termina cuja essência analisamos na Saudação de Fim de Ano do Secretariado, ratifica quão justas são nossas propostas e nossa luta. Os ódios que despertamos na oligarquia paramilitarizada e usurpadora do poder político desde as épocas do Libertador, confirmam que somos seus verdadeiros adversários porque encarnamos as mais sentidas reivindicações dos setores populares do país e suas esperanças de democracia, justiça social e soberania nacional.
Para o 2009 devemos nos esforçar por retomar a iniciativa tanto no político quanto no militar nas diferentes áreas, alentando a luta popular e todos os cenários possíveis, reafirmando nossa condição de lutadores revolucionários, de guerrilheiros comunistas, de combatentes bolivarianos portadores de uma concepção dialética sobre o desenvolvimento social e o Estado, convencidos de que a luta de classes é o motor da História, com um projeto de Estado moderno que defenda os interesses populares e que avance rumo ao Socialismo.
Nosso comportamento diário e cada uma das ações políticas e militares que realizemos devem deixar clara nossa condição de revolucionários com princípios humanistas, com uma estatura moral absolutamente superior à de nossos adversários, com a permanente disposição de dar prioridade aos interesses coletivos sobre os individuais e de entregar quanto somos à luta, até a vida, pelo Bem Comum e como o Che, sem deixar de nos indignar ante toda injustiça.
Compartilho através destas linhas o chamamento dos Camaradas do Estado Maior do Bloco Oriental – EMBO- a todas suas fileiras guerrilheiras por "uma vida baseada na boa saúde, disciplina completa, comportamento proletário, combate diário, conduta comunista, camaradagem, fraternidade, solidariedade, veracidade, modéstia, abnegação, sacrifício, autocrítica para ser cada dia melhores guerrilheiros, firmes nos princípios comunistas, defensores e cumpridores da linha política militar que nos deixaram Manuel e Jacobo com a qual devemos incrementar permanentemente as ações políticas e militares contra todos nossos inimigos que são, também, os inimigos do povo". Compartilho, também, a convocatória do Camarada Marulanda quem dois anos atrás nos convocou a lutar "com saúde, coragem, moral, valentia, cumprimento de planos, disciplina, perseverança e decisão revolucionária como pilares fundamentais dos combatentes para derrotar o inimigo mais cedo do que tarde".
Lembrando nossos Camaradas caídos, honrando sua entrega à luta, fazendo chegar nossa solidariedade a seus familiares e amigos, convocando o espírito de luta de todos nossos presos, de Sonia, Simón, Iván Vargas, reafirmando nossa sempre vigente decisão de obter sua liberdade, receberemos o Novo Ano 2009 com uma confiança absoluta nos avanços da luta popular contra o fascismo paramilitar e pela abertura de novos horizontes democráticos.
A oligarquia colombiana deve se convencer que um só crime produto do Terrorismo de Estado legitima o levantamento armado do povo e que todo quanto seja dito, não é mais que propaganda fútil.
Camaradas: envio a todos meus desejos por saúde, grandes lutas e importantes êxitos neste 2009 que se inicia, pelo bem da Colômbia.
Saudações revolucionárias,
Alfonso Cano
26 de Dezembro de 2008.