Comunicado das FARC-EP sobre as declarações governamentais.
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A Havana, janeiro 31 de 2013
A Havana, janeiro 31 de 2013
Com declarações altissonantes da delegação do governo ontem em Bogotá reiniciamos hoje as conversações de paz em A Havana
Não vamos a discutir
com a delegação governamental na Mesa, os assuntos da confrontação
tal como já
foi
conveniado. Por isso guardamos silêncio diante dos bombardeios e do
uso desmesurado da força por parte da aviação contra os nossos
acampamentos em trégua unilateral.
Humberto de la Calle tem reiterado que a ordem presidencial para a Força Pública é seguir perseguindo às FARC em todo o território nacional. Então, resulta insensato que enquanto se fazem declarações de escalar a guerra façam queixas pelas consequências que essa guerra desata.
A cada dia se vê mais necessário buscar um Cessar de fogos e de hostilidades, ou caso contrário, fazer um tratado de regularização da guerra, como temos sugerido inúmeras vezes. Ao respeito, convidamos de maneira serena ao Ministro de Defensa e ao General Navas a analisar juntos essa possibilidade humanitária que abriria campo para que o processo avance sem sobresaltos.
As FARC-EP não têm vindo a perder tempo em A Havana nem a fazer que ninguém o perca, senão a buscar a paz com justiça social para Colômbia. Temos apresentado Dez Propostas para uma política de desenvolvimento rural e agrário integral e, estamos à espera de uma proposta do governo que responda ao clamor de câmbio do país nacional.
Certamente que o tema
das vítimas é fundamental no presente processo. Mas, as vítimas
são as vítimas do conflito. O Estado deve pôr a cara pelas
políticas de terror que durante décadas têm victimizado
aos colombianos. Por ação ou por omissão, é
o Estado o ponto último de imputação.
Independentemente de
que o gavirismo quera ou não Constituinte, definitivamente não há
outro caminho para alcançar um verdadeiro pacto de paz.
Não convém ao país
que o governo empece a buscar, como se evidenceu ontem em Bogotá,
um “florero de Llorente” para romper a Mesa, quando o que se
requer é inventiva, paixão e, que com feitos concretos, sem
demagogias, o governo dei passos definitivos, sacando da miséria aos
que a padecem e, acabar a guerra que dessangra à Pátria.