FARC-EP pede à União Européia UE que retire o rótulo de terroristas e apoie os diálogos
DELEGAÇÃO DE PAZ DAS FARC-EP
31/01/2013
Eliezer Jiménez
Eliezer Jiménez
Semanário Voz e Le Courrier
A delegação de paz das Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia, grupo insurgente, as Farc-EP
que desde há mais de dois meses está conversando com o governo
colombiano em Havana, Cuba, em um esforço para trazer a paz ao país
sul-americano, falando em exclusiva para o jornal Le Courrier, na
Suíça, disse que "a melhor contribuição que podem fazer a
União Europeia e a comunidade internacional é retirar o termo
“terrorista” ao se referir à organização insurgente e apoiar o
processo de diálogo com o governo colombiano, na busca do caminho
para alcançar a paz com justiça social para o povo colombiano"
Quando perguntado qual o papel que eles podem fazer, ou devem desempenhar os países europeus, como Suíça, Suécia, França, Grã-Bretanha e Irlanda, etc. nesta fase das conversações e futuramente, Ivan Marquez porta-voz das FARC-EP disse: "Nós temos solicitado à comunidade internacional que rodeie os diálogos com um apoio concreto para que avance o avanço e exigindo que as partes permanecem na Mesa, o que para nós é compromisso voluntário. Por exemplo, não ajuda aos diálogos que uma das partes continue sendo considerada uma organização terrorista como nos denomina a União Européia, é necessário que essa forma de nós ser chamados seja banida quanto antes e é importante que os governos dos países interessados na paz da Colômbia trabalhem nisso.
Não somos terroristas, somos um
grupo beligerante e a rebelião é um direito dos povos, nos
levantamos em armas contra o Estado colombiano que nos fechou a
possibilidade de fazer política ampla e aberta e forçados pelas
circunstâncias que todos conhecem e, se hoje estamos na Mesa
conversando com esse mesmo Estado que nos ataca e nos persegue, na
tentativa de encontrar soluções para a paz na Colômbia, é porque
não somos terroristas. Não faz sentido que internacionalmente nos
continuem chamando de terroristas, pois é muito importante e
benéfico para a paz da Colômbia e a tranquilidade da região que
essa forma de se mencionar às FARC seja banida quanto antes. Nós
acreditamos que é a melhor contribuição que os governos europeus
podem fazer para o processo de diálogo, para a paz da Colômbia e,
espero que os euro-deputados, deputados de diferentes países europeus
e organizações sociais se dediquem a trabalhar nesse sentido"
Da mesma forma Marquez referindo-se à pergunta sobre a contribuição a ser feita por pessoas, organizações, latinos e colombianos no exterior, especialmente na Europa, para continuar a apoiar este processo e como esse apoio pode ser uma realidade benéfica para os diálogos, a delegação de Paz das FARC-EP de Cuba respondeu:
"Para os e as compatriotas, não só colombiana na Europa, mas de Nossa América devem estar comprometidos em fazer tudo o possível pelo avanço da solução política do conflito que vivemos Como? Cada uma e cada um, segundo suas capacidades e possibilidades, pode desde divulgar a realidade do país e as melhores soluções para os seus problemas nas conversas diárias até a difusão na mídia à qual se tenha acesso, começando com as seções de cartas de leitores fazer também nas redes sociais e participar ativamente do planejamento, preparação e realização de todos os eventos que giram em torno do nobre propósito da paz desejada. Por isso precisamos de um grande apoio internacional."
A delegação de paz das FARC-EP espera que se continue a realizar mais ações para a paz na Colômbia e em todo o mundo, tais como a assinatura do documento A PAZ DA COLÔMBIA PAZ: UM PROCESSO A RESPALDAR, que atualmente circula e que é iniciativa de várias organizações suíças, belgas, alemães, irlandesas e francesas, entre outros.
Finalmente, reclamou das
dificuldades de comunicação para fora de Cuba para comunicar
idéias, discussões e contribuições para os diálogos que são
realizados e divulgados para outros países do mundo: "O que em
outros lugares é muito fácil, aqui não é, por causa do bloqueio
existente pelo imperialismo dos EUA. O bloqueio a Cuba, não é
conto, é muito real e qualquer coisa que em outros lugares é
simples de fazer, por exemplo, a comunicação via skype, aqui não é
possível ".
Fonte: Publicado na edição impressa do jornal "Le Courrier" da Suíça, 29 de janeiro de 2013