Carta ao Cardeal Rubén Salazar, Presidente da COnferência dos Bispos da Colômbia
Monsenhor
RUBÉN
SALAZAR
Conferência
Episcopal
Bogotá
Apreciado
Cardenal
Inteirados da marcha
nacional de oração que projeta a igreja em respaldo ao processo de
paz, queremos expressar-lhe, em nome da Delegação de Paz que
dialoga com o governo em Havana, nossa aprovação frente a esta
iniciativa da hierarquia católica.
Desde logo, apreciamos a
persistente pregação dos bispos desde os púlpitos em prol do fim
do conflito armado e seu esclarecimento ao presidente da República
sobre a necessidade de humanizar a guerra ante a negativa
incompreensível a um acordo em torno de um cessar bilateral de
fogos.
De acordo, não é uma
atitude humana nem cristã interpor obstáculos como o fazem certos
opositores cheios de ódio e sem razão, a um processo que nos tem
preenchido de esperanças. Como bem o aclara você, “uma guerra não
se termina com o extermínio do inimigo, se termina com um tratado.
Pretender o contrário é um sem sentido, em particular porque todos
a temos sofrido e temos feridas abertas”.
Queremos reiterar-lhe,
monsenhor, que viemos a Havana em busca da paz para a Colômbia,
sobre a base, como o expuseram ao presidente Santos os 86 bispos
congregados, de reduzir as desigualdades sociais que perduram no
país.
Muito comedidamente, lhes
estendemos aos bispos, desde Havana, nosso convite a conversar sobre
a guerra e a paz, e as ideias que possam levar-nos a uma solução
menos cruenta a este longo conflito social e armado que os
colombianos enfrentam. Pela paz, temos que fazer até o impossível.
Cordial saudação.
Iván
Márquez
Chefe
da Delegação de Paz das FARC-EP