OS NÃO DO GOVERNO COLOMBOIANO
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01.
Pela vocação de paz que sempre nos tem animado a manter a porta do
diálogo aberta, atendemos o chamado do Presidente Juan Manuel
Santos para explorar uma possibilidade de entendimento. As FARC
propuseram que o s diálogos fossem desenvolvidos na Colômbia, de
cara ao país. O governo disse NÂO!
02.
Solicitamos que ao Camarada Simón Trinidad lhe fosse possibilitado
fazer parte da Delegação de Paz, pensando em que seu aporte e
enorme experiência e sua vacação no âmbito da reconciliação,
seriam de suma utilidade para o entendimento entre as partes. O
governo disse: NÃO!
03.
Propormos o cessar bilateral de fogo para suscitar no país um
ambiente de tranquilidade que permitiria um avanço mais dinâmico
das conversações de Paz. O governo disse: NÃO!
04.
Propormos que se não era possível o cessar de foto, assináramos
um tratado de regularização da guerra. O governo disse: NÃO!
05.
Convidamos ao Ministro de Agricultura a dialogar para esclarecer as
propostas que em matéria agrária estão sendo desenvolvidas em
paralelo à Mesa de diálogos. O
governo disse: NÃO!
06.
Convidamos ao Ministro Pinzón e ao General Navas a que de maneira
serena analisar a necessidade de um cessar de fogo e
hostilidades, ou em seu defeito, um Tratado de Regularização da
Guerra. O governo disse: NÃO. Seu Ministro de Defesa acrescentou
que não falaria com bandoleiros, porém a insurgência continua
dialogando com porta-vezes governamentais em A Havana.
07.
Ao contrário da visão do governo que que qualifica de “bochinche”
a presença do povo na Mesa de Conversações, propormos
possibilitar a plena participação cidadã em todos os momentos
do processo. O governo disse: NÃO!
08.
Propormos a realização de uma Assembléia Nacional Constituinte
como mecanismo refrendário que ponha ao Constituinte Primário como
protagonista máximo de um Novo Contrato Social de Paz e justiça
social. O governo disse: NÃO!
09.
Já são demais os estridentes NÃO do governo a todas nossas
iniciativas em favor da Paz da Colômbia. Para completar, o povo
colombiano tem escutado através dos meios de comunicação a
reiterada ordem governamental de arreciar a guerra, que estranhamente
agora se faz acompanhar de queixas pelas consequencias enquanto nos
chama de cínicos.
Mas,
quem tem institucionalizado o conflito armado e a guerra suja na
Colômbia? Quem é o vitimário nessa confrontação que despoja o
camponés desde o ano de 1940? Quem exterminou a Uniâo Patriótica?
Quem tem realizado os massacres ou crimes de lesa humanidade que
eufemisticamente são chamados de “falsos positivos”?
Diante
da escalada da guerra comandada pelo governo, desde nossa legítima
resistência, nossa insistência é que escalemos os intentos por
alcançar a Paz e fazer
uma grande campanha para proteger a Mesa de Conversações,
entendendo que é preferível dar-lhe tempo suficiente a uma
iniciativa de diálogo, que perpetuar a injustiça e a guerra sem
outra opção.
DELEGAÇÃO
PAZ DAS FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS DA COLÔMBIA, EXÉRCITO DO
POVO (FARC-EP).