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Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 30 de março de 2013

Bolívia anuncia processo contra Chile em Haia para ter acesso ao mar


Evo Morales sublinhou que a falta de saída ao mar é uma condenação perpétua que "estrangula" a economia boliviana


O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou neste sábado (23/03) que "nos próximos dias" o país irá apresentar na Corte Internacional de Haia um processo contra o Chile para buscar uma restituição da saída soberana ao mar, perdida em uma guerra há 134 anos. O presidente chileno, Sebastían Piñera, respondeu que o "Chile e seu povo defenderão com toda a força da união nacional, a história e a verdade seu território, seu mar, seu céu e também sua soberania".


"Decidi que nos próximos dias uma comissão viajará a Haia para apresentar um processo para retornar ao mar com soberania", disse Morales em seu discurso para lembrar a invasão do território litorâneo boliviano em 1879 e comemorar o Dia do Mar. "Com a força da razão e com o calor da união do povo boliviano, faremos valer perante o mundo nosso direito a ter um acesso soberano ao mar", acrescentou.

O presidente explicou que a Bolívia, após fazer uma consideração "vigorosa e prudente da situação", decidiu iniciar as ações legais no tribunal internacional para resolver a situação com o Chile de forma pacífica. Segundo Morales, a Assembleia Legislativa boliviana deve aprovar nesta semana uma lei para ratificar a integridade do Pacto de Bogotá de 1948, que reconhece a jurisdição da Corte de Haia, para definir o processo que será apresentado.


O presidente criticou, ainda, que o Chile tenha se negado a dialogar sobre o tema. "Ao ignorar a reivindicação do povo boliviano, o Chile lhe nega a paz, a solidariedade e a irmandade e nega a integração latino-americana e destrói o sonho dos povos de viver em paz e harmonia, compartilhando benefícios mútuos", disse Morales. "Povo boliviano, quero que me acompanhe. Unidos com trabalho e esforço, com segurança, em breve voltaremos a ter acesso ao mar", concluiu o presidente.

A Bolívia, aliada ao Peru, entrou em guerra contra o Chile no final do século XIX, depois que tropas chilenas ocuparam o território litorâneo boliviano em seu departamento Litoral. A guerra do Pacífico custou à Bolívia 400 quilômetros de costa e 120 mil quilômetros quadrados de superfície.


Reação

No Chile, o candidato de Piñera para a próxima eleição presidencial, Laurence Golborne, repudiou o anúncio feito pela Bolívia e disse que a integridade territorial do Chile "não se toca, deve ser respeitada e defendida", complementando que o tratado de 1904 "estabeleceu os limites com nosso país vizinho", além de "condições através das quais o Chile entrega uma série de benefícios para que eles possam ter acesso a seus produtos".
Já o candidato da Renovação Nacional Andrés Allamand disse que o Chile "não deve efetuas concessões de território à Bolívia", e qualificou o discurso de Morales como "ofensivo e desqualificativo". A eleição chilena acontece em 17 de novembro desse ano.
Economia

Morales sublinhou que a falta de saída ao mar é uma condenação perpétua que "estrangula" a economia boliviana. O chefe de Estado afirmou que a "invasão" chilena representou uma perda territorial para a Bolívia de mais de 120 mil quilômetros quadrados e 400 quilômetros de costa, além dos recursos naturais nesses espaços.

"Após tomar nosso litoral, o Chile aproveitou as riquezas de adubo, salitre e enxofre. posteriormente, extraiu o cobre das jazidas de Chuquicamata, origem do desenvolvimento econômico chileno", completou. Morales lembrou que "um presidente chileno mencionava que o cobre é o salário do Chile", em referência aos recursos gerados pela CODELCO (Corporação Nacional do Cobre), de 7,3 bilhões de dólares em 2011, o que significa que "em um só ano, o cobre boliviano rende ao Chile sete bilhões", reclamou.

Em troca da apropriação dos recursos naturais, Morales afirmou que o Chile concedeu ao país um regime de livre trânsito "falso e descumprido". Segundo ele, entre 1996 e 2000, os custos de transporte da Bolivia foram cerca de 66% superiores em comparação com o dos países-membro do Mercosul com litoral marítimo e 140% superiores ao dos Estados Unidos, citando estudo da CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) de 2003.
Com informações da ABI (Agência Boliviana de Informação), La Tercera.cl e Agência Efe