"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A América de Bolívar não é trocável.


Ivan Márquez

Comissão Internacional das FARC



Sem nenhuma ou pelo menos com muito pouca reação dos governos, paulatinamente, a política fascista do regime da Colômbia, travestido de marionete sem vergonha da geopolítica de Washington, tem se trans-nacionalizado em detrimento das soberanias nacionais.

O primeiro passo rumo a essa abusiva pretensão foi a invasão militar ao Equador com apoio tecnológico do governo dos EUA, sob o pretexto de um ataque a um acampamento transitório da guerrilha das FARC nesse país. A delirante defesa desse fato de pirataria e transgressão das Leis Internacionais foi sustentada na peregrina doutrina da "soberania territorial condicionada aos problemas de segurança", por meio da qual o governo colombiano se apropria indevidamente do direito de agir extraterritorialmente em cumprimento de sua particular visão e de sua estratégia contra-insurgente passando por cima dos povos e de seus governantes.

Em consonância com esse ex-abrupto em Direito Internacional, seqüestraram Rodrigo Granda na cidade de Caracas e capturaram Simón Trinidad no Equador, quando o presidente desse país era Lúcio Gutiérrez. Os presidentes que não se submetem a esses critérios de soberania, são colocados na mira e sob suspeita de serem governantes aliados ao narcotráfico, à guerrilha e ao terrorismo. Todas as embaixadas colombianas atuam com esse manual de instruções da 'Chancelaria do Terrorismo de Estado', como deve ser chamada essa entidade do regime podre de Bogotá. Na Casa de Nariño chamam "terrorismo" à resistência dos fracos perante os desaforos do poder, e "guerra" ao brutal Terrorismo de Estado que pratica o governo de Colômbia contra o povo.

A soberania pátria não pode ceder nem um ápice ante o governo mafioso e terrorista do senhor Uribe. O governo de Bogotá atua inspirado na política de Segurança Democrática, novo rótulo da antiga Doutrina de Segurança Nacional, desenhada pelos estrategistas do Comando Sul do exército dos EUA, empenhados no sonho monroista de "América para os americanos" e dos falcões washingtonianos, que não desistem de considerar a Nossa América como seu jardim dos fundos. O que está em jogo é a re-colonização neoliberal de América Latina e O Caribe e a utilização da Colômbia como cabeça de praia para o assalto espoliador de nossas riquezas e a submissão política de todas as nações do hemisfério. O que busca a política de Segurança Democrática é garantir a segurança para os investimentos, o que significa, por uma parte, a implementação de leis draconianas para dissuadir através delas a crescente inconformidade social, e por outra, as ações militares contra a resistência armada, para garantir a exploração sem sobressaltos do petróleo, o gás, a biodiversidade, o trabalho e todas as riquezas da nossa América.

Neste contexto o governo de Uribe tem-se constituído na principal ameaça regional e em agente perigoso da desestabilização dos governos patrióticos e progressistas, e os movimentos sociais de Nossa América. Por isso, o subsecretario de Estado John Negroponte tem orientado a utilizar, apesar de não ter nenhuma validez jurídica, os dados de um computador espúrio que a própria Interpol reconhece que foi manipulado sem observar os princípios reconhecidos internacionalmente para o tratamento de provas eletrônicas, segundo consta em sua conclusão "2b". Em um e-mail fechado em 28 de março o catedrático e politólogo colombiano Alfredo Rangel, agente da CIA, ou quando menos, assalariado dos ianques, diz ao ministro da defesa, Juan Manuel Santos, que "o Departamento de Estado tinha concordado conosco em manter a ofensiva contra Chávez e seus aliados, e reconhece como positivo "haver intoxicado os computadores"

Apoiada nesses dados falsificados, a Chancelaria terrorista de Uribe tem se dado à tarefa de visitar países com a insolente exigência aos respectivos governos de entregar ao regime de Bogotá, ou em seu defeito, abrir ações judiciais contra os nacionais cujos nomes constem nos dados eletrônicos inventados por sua perfídia. A esta gestão anexa-lhe a chantagem de que se os governos não atendem seus despropósitos, filtrarão à imprensa de direita os supostos dados e correios. Simultaneamente, com a anuência dos governos ou sem ela, estão organizando com a CIA, o Mossad e algumas agencias locais, grupos de capangas para assassinar seus objetivos, como ocorre, por exemplo, com o proeminente líder da esquerda dominicana, Narciso Isa Conde, presidente da Coordenadora Continental Bolivariana. Secundam a estratégia criminosa de Bogotá e Washington, a Dincote do Peru e a Interpol. O propósito dessa direita neoliberal violenta e terrorista é incriminar o pensamento, reviver planos como O Condor para eliminar fisicamente as novas gerações de dirigentes revolucionários que com o retorno de Bolívar e de nossos heróis libertários neste século, pugnam por uma ordem social mais justa para Nossa América.

Um governo narcoparamilitar e terrorista como o de Bogotá não pode intimidar a todo um Continente. Esse governo ilegítimo e ilegal sobrevive devido ao criminoso apoio que recebe da Casa Branca e as campanhas manipuladores da opinião, que hoje tem passado a ser chamadas de 'terrorismo midiático'. O governo de Uribe cavalga na mais pavorosa ilegitimidade, no Terrorismo de Estado Paramilitar, que tem provocado centenas de massacres de pessoas inermes, milhares de desaparecidos, que já se sabe, estão enterrados em valas comuns, milhares de camponeses enxotados e despojados violentamente suas terras. Trata-se de um governo produto de fraudes eleitorais, truculências para acomodar a Constituição às suas ambições de poder. Um governo que permite que Generais, fiscais, parlamentares, empresários e latifundiários continuem ensangüentando nossa pátria através de seus paramilitares.

Os Governos e povos do Continente devem se declarar em alerta permanente ante os planos desestabilizadores desenhados por Washington e Bogotá, contra Independência e os interesses comuns da região. A América de Bolívar não é trocável.