Farc constroem biblioteca com ajuda de amigos dinamarqueses
O coletivo sindical T.I.B. de Copenhague doou fundos às FARC - ao anterior sindicalista e chefe das FARC, Raúl Reyes. Agora o Sindicato dinamarquês foi contatado pelas FARC para comunicar-lhe que já utilizaram o dinheiro na construção de uma biblioteca. As FARC enviaram para o Sindicato uma carta de agradecimento e uma foto mostrando um de seus chefes, Iván Márquez, presente na biblioteca.
"Não indicamos às FARC em que poderiam investir as contribuições, mas estamos contentes de saber que os insurgentes decidiram investí-las em algo tão útil e humanista como uma biblioteca", diz Viggo Toften Jørgensen, do coletivo sindical, e acrescenta:
"É um aporte importante para o debate político em nível internacional. Temos que apoiar fortemente os esforços para que haja diálogos e um processo de paz para todos os colombianos."
Tanto Raúl Reyes quanto Iván Márquez foram sindicalistas, mas devido à perseguição e às ameaças feitas pelos grupos paramilitares, tiveram que optar pela luta armada para salvar suas vidas e continuar seu trabalho político.
O chefe das negociações das FARC, Raúl Reyes, foi assassinado há poucos meses pelo exército colombiano. Por isso, Iván Márquez é agora quem recebe a doação sindical dinamarquesa. Antes de ingressar à insurgência, Reyes era líder sindical nas fábricas da Nestlé. Márquez, por sua vez, foi professor e membro da Federação de Educadores –FECODE-.
"Segundo nosso modo de ver é absolutamente legal optar pela luta armada em um país onde os sindicalistas são encarcerados, torturados e até assassinados por criticar o regime no poder", diz Viggo Toften Jørgensen.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho, OIT, só durante este ano 38 sindicalistas colombianos já foram assassinados. Só em agosto passado, três sindicalistas foram assassinados: Luis Prada assassinado em 8 de agosto, Manuel Meléndez em 13 de agosto e Omar Martinez em 23 de agosto (http://www.ituc-csi.org/). Diante de uma situação tão brutal não é estranho nem condenável que muita gente pegue em armas e se vincule à luta dos insurgentes.
"Não postulamos que as FARC não cometam erros - não conheço nenhuma organização isenta de erros, ainda mais, se está no meio de uma guerra. O mais importante para nós é que a luta das FARC é legítima, e estamos exercendo nosso pleno direito de apoiá-las", conclui Viggo Toften Jørgensen.
As declarações dos sindicalistas dinamarqueses foram feitas o mesmo dia em que se espera a sentença dos membros da Campanha dinamarquesa "Figters+Lovers" (Guerreiros e Amantes) que também têm apoiado às FARC da Colômbia.
Fonte: www.abpnoticias.com/