Camponeses colombianos: Avante!!!!
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A
cúpula agrária: Campesina, étnica e popular realizada com êxito
em Bogotá de 15 a 17 de março, convoca a todos e todas,
especialmente os campesinos, indígenas, afrodescendentes e setores
populares à ação unificada e decidida, em prol de defender o campo
e seus habitantes que vem sendo entregue às multinacionais e
transnacionais por parte desta classe oligárquica dirigida pelo
tartamudo
Juan Manuel Santos
Calderón.
A declaração é clara,
precisa e contundente. Chama à ação. Por isso, a tarefa
prioritária, ao lado da campanha eleitoral a favor do duo: Clara
López e Aída Avella, Polo Democrático Alternativo e União
Patriótica respectivamente, é a de criar em veredas e bairros
organização de paralisação, desenvolvendo o conteúdo desta
declaração com as particularidades de cada região.
A oligarquia nunca esteve
disposta a ceder algumas reforminhas a favor do povo pela via do
diálogo e da palavra comprometida. Todas as pequenas conquistas
foram fruto da luta popular das massas. Em memória dos 19 campesinos
assassinados supostamente pela força pública, o Esmad,
especialmente, e a conquista de nossos direitos ignorados e
espancados por este regime, participemos ativamente na socialização
da declaração desta cúpula e dos pontos fundamentais que a
alimentam.
Esta cúpula não é uma
dádiva de Santos e sua patota. É um processo unitário em via de
amadurecimento a partir das paralisações campesinas e indígenas do
ano anterior, que, com o entusiasmo e a coragem dos homens de capote
de lã, enxada e facão,
estremeceram as estruturas da pálida democracia colombiana e da
própria comunidade internacional.
Não se está lutando por
pouca coisa. Pelo contrário. A razão da luta é oceânica, imensa e
necessária. A democratização do campo, a terra para o campesino, a
soberania nacional e a soberania alimentar, a paz com justiça
social, a reforma agrária integral, a defesa do meio ambiente, são
pontos centrais que devem convocar a todos e a todas.
A luta
popular por reformas reivindicativas se deve conectar à luta
política. Há a necessidade de politizar as massas ao calor da luta
de rua e veredal. A política é poder e esse poder que hoje está
ilegal e ilegitimamente no círculo fechado da classe oligárquica
deve passar para a classe Proletária. Quer dizer, ao povo
representado nos campesinos, indígenas, afrodescendentes, operários,
homens e mulheres. A
unidade é o caminho.
O
protesto popular, campesino e indígena é, antes de tudo, escola
teórica-prática que nos ajuda a temperar o aço. Ou seja, a
consciência social e de classe. Por isso, não se pode desligar a
luta reivindicativa da luta política. Cada conhecimento, cada
experiência, devem ser socializados com entusiasmo e critério
político. Que não se volte a apresentar frases equivocadas de que o
protesto é “apolítico”. Há que aprender dos erros. Por isso,
resultam de vital importância os balanços, a crítica e a
autocrítica. Esta tem mais valor quando se faz desde a ação, desde
a prática. Há que estar dentro do povo e compartilhar com ele seus
sonhos, seus triunfos e suas derrotas, não é receitando desde um
escritório com ar-condicionado.
O povo
deve exigir seu direito a opinar e decidir sobre seu próprio
destino; o campesino deve decidir sobre o futuro do campo, sua forma
de tê-lo e aproveitá-lo. Verdade, justiça e reparação. Basta,
já, de tanta impunidade.
Deu-se
um passo importante, há que aprofundá-lo. Diz a declaração: “A
Cúpula agrária conseguiu, pela primeira vez na história dos
movimentos sociais do país, construir um rol unitário das
organizações campesinas, indígenas e afrocolombianas”.
Evidentemente, é um fato relevante, histórico, que há que
dimensionar e contribuir politicamente para seu desenvolvimento. Uma
vez mais, os Comunistas levantamos a bandeira da unidade e da ação
teórica-prática. Mão à obra!