O governo nega intenção de criminalizar os campesinos
O
ministro de Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, indicou neste
sábado que nem tudo relacionado com os protestos anunciados para os
próximos dias no país tem tons ilegais e que o Governo dessa nação
sul-americana “sob nenhuma circunstância pretende criminalizar os
campesinos”.
Em
declarações oferecidas em Bogotá, capital do país, Pinzón
agregou que os organismos de segurança do Estado haviam detectado
organizações criminosas infiltradas e, em alguns casos, a
coparticipação em sua organização, referindo-se à paralisação
agrária convocada para esta segunda-feira 28-A na Colômbia.
O
funcionário afirmou que o Governo “pretende protegê-los,
trabalhar com eles, e a Força Pública está aí para acompanhá-los
e para cumprir com seu dever de seguir atendendo qualquer necessidade
que tenham os cidadãos e, em particular, os campesinos”.
Expressou,
ademais, que o Governo da Colômbia e as autoridades respeitam o
livre protesto, porém têm o dever de assegurar-se que este se faça
no marco da lei. “Que não haja uma violação dos direitos dos
demais cidadãos, que não se atente contra a vida, a honra e a
tranquilidade dos cidadãos em geral”, concluiu.
Em
horas da manhã deste sábado, os campesinos colombianos,
representados no grupo de Dignidade Agropecuária, ratificaram que
nesta segunda-feira retomarão a paralisação iniciada em agosto do
ano passado após não conseguir um consenso com o Ministério de
Agricultura.
Os
dirigentes agrários assinalaram que, após várias reuniões com o
Governo, não houve acordos com o ministro da pasta, Rubén Darío
Lizarralde, para tratar de evitar o protesto. Ratificaram que
seguirão em conversações com o Executivo.
O
líder de Dignidade Agropecuária, César Pachón, disse à imprensa
que nesta reunião se deixou claro que não políticas agropecuárias
nem de meio ambiente nem para o transporte.
Sustentou
que os cafeicultores, arrozeiros, cacauicultores, leiteiros,
batateiros e plantadores de cebolas trabalham com altos custos em
insumos, adubos e praguicidas, com a incursão mineiro-energética e
o abuso contra os páramos.
No 18
de março passado, pelo menos 12 mil pessoas protestaram em Bogotá
para exigir do governo Juan Manuel Santos o cumprimento de suas
promessas para a melhoria do setor agrícola, que reclama ter sido
prejudicado pelos Tratados de Livre Comércio [TLCs] com os EUA e
alguns países da Europa.
O tema
agrário foi o primeiro ponto de acordo entre o governo colombiano e
as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia [FARC] nos diálogos
que iniciaram em novembro de 2012 em Cuba para pôr fim ao conflito
que golpeia o país desde há 50 anos. Ambas as partes pactuaram uma
reforma agrária para distribuir zonas de cultivo aos campesinos
sem-terra, mediante a criação de um grande fundo de terras.
Fonte:
telesurtv.net