Os meios de desinformação colombianos
Integrante
da Subcomissão Técnica das FARC-EP.
É
comum num país como o nosso que os grandes meios de comunicação,
sejam com cobertura nacional, regional ou estadual, estejam em sua
maioria em mãos do poder econômico; privatizados, a serviço dos
interesses dessa oligarquia que detém o poder desde há mais de 200
anos, dedicados a propagar as ideias da classe dominante, para
garantir que o povo não chegue a pensar diferente.
É
por isso que num país como o nosso os meios de comunicação
falados, escritos e televisivos estão concentrados nos grandes
poderes econômicos, nacionais e estrangeiros, para difundir o que
seus donos e diretores ordenem.
Se
algum de seus repórteres ou colunistas decide publicar algo que não
esteja de acordo com sua linha editorial, é chamado a atenção ou
despedido de seu serviço; enviado a engrossar os cordões de
desemprego. Para a grande mídia, os bons comunicadores são aqueles
que diariamente lançam dardos contra o povo, os que 24 horas por dia
estão pensando em como enganar as maiorias do país; aqueles que em
troca de um salário se dedicam a falar mal da oposição armada ou
civil.
É
assim como alguns comunicadores ultimamente se enfureceram contra as
conversações que têm lugar em Havana, Cuba, onde se buscam
alternativas distintas à guerra para o conflito que afeta nossa
pátria.
O
mesmo se vê quando esses meios [de comunicação] abordam a situação
de Venezuela. Desconhecem que a república irmã conta com um governo
legítimo, eleito democraticamente com amplo respaldo das maiorias.
Se busca com essa campanha desprestigiar e desestabilizar um governo
constitucional, ao tempo em que se cala a verdade sobre os graves
problemas dos quais padece o povo colombiano. Não se reconhece que
em Colômbia há problemas superiores de desigualdade, que o povo não
tem direito à educação, à saúde, moradia, acesso à terra para
os a querem trabalhar; que há corrupção, que é uma das piores
formas de violência, arbitrariedades contra os que protestam etc. Se
isso que a mídia mostra sobre a situação de Venezuela fosse
verdade, nos perguntamos: Por que em Venezuela há 5 milhões de
colombianos vivendo e não se dá o caso contrário?
A
democratização dos meios de comunicação é um requisito
indispensável para alcançar a verdadeira paz com justiça social.
Romper esse monopólio para poder ter uns meios de comunicação
verdadeiramente a serviço das maiorias; que difundam a história do
povo com caráter educativo, sem desvirtuar a cultura de nossos
ancestrais; com uma programação educativa sem ingerências
externas; programas sobre a saúde, do agro, cuidado do meio
ambiente; que trabalhem pela convivência e não se dediquem a atiçar
ódios; comprometidos com valores como a solidariedade, a
fraternidade; que contribuam para mudar a mentalidade egoísta do
capitalismo pela de uma sociedade que deseja viver em paz, com
justiça social, democracia e soberania; uma paz onde caibamos todos
sem distinções de nenhuma classe, vermelhos, azuis, negros,
brancos, mestiços, índios, afros, com todas as particularidades e
costumes de todos os estados.
Nossa
tarefa e a de todos é a luta pela democratização dos meios de
comunicação com uma imprensa a serviço da sociedade em seu
conjunto.
A
objetividade na informação ajuda a que a notícia chegue com
imparcialidade às mentes dos que estamos pendentes do acontecer
diário de nossa pátria martirizada.
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Equipe
ANNCOL - Brasil