Chávez: Relações com a Colômbia serão revistas diante da presença dos EUA em 5 bases militares
Terça-feira, 21 de julho de 2009
Fonte: ABN
Após a confirmação de que os EUA operarão nas bases militares de Palanquero, Alberto Pouwels, Apiay, Cartagena de Índias e Málaga, o chefe de Estado informou que já deu instruções ao chanceler venezuelano, Nicolas Maduro, para a revisão das relações diplomáticas.
Destacou que, mesmo lamentado a decisão, esta foi tomada “porque eles (Governo colombiano) estão abrindo as portas àqueles que nos agridem permanentemente”.
ABN (Juan Carlos Rico) e YVKE Mundial (Luigino Bracci Roa)
Caracas, 20 Jul.
O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez Frías, indicou nesta segunda-feira quase à meia-noite que a instalação de bases militares norteamericanas na Colômbia, “Nós força a rever as relações” diplomáticas com esse país. Assim manifestou o Chefe de Estado venezuelano desde o Palácio de Miraflores e numa entrevista ao vivo no programa La Hojilla, que é transmitido pela rede “Venezolana de Televisión”.“Agora os ianques querem montar na Colômbia mais quatro bases militares. É claro que usam eufemismos e dizem que não são bases ianques, mas colombianas e que eles podem usar. Vão estar nelas permanentemente”.
A revista “Cambio” anunciou que, no inicio de julho, no âmbito do aumento da “cooperação” entre Colômbia e Estados Unidos, e após a saída deste país da base militar equatoriana de Manta, os norteamericanos começarão a operar em cinco bases militares colombianas: em Palanquero (centro), Alberto Pouwels (norte), Apiay (sul), e em duas instalações da Marinha: em Cartagena de Indias (Caribe) e em Málaga, sobre o Pacífico.O ponto central das operações será na base de Palanquero, localizada entre os departamentos de Cundinamarca e Caldas, na cidade de Puerto Salgar, com capacidade para 60 aviões e com pista de 3500 m o que permite decolagem e aterrissagem e aeronaves de grande porte.
Nesta segunda-feira, o chefe de Estado colombiano, Álvaro Uribe, defendeu a decisão justificando-se na suposta luta contra o narcotráfico e as guerrilhas, se bem que assegurou que os EUA terão somente “acesso limitado às instalações de bases militares colombianas”.
Simultaneamente, vídeos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, FARC, aparentemente manipulados e editados, foram utilizados para atacar o presidente equatoriano, Rafael Correa, tentando mostrar que o mandatário recebeu apoio financeiro das FARC durante sua campanha eleitoral.
Chávez informou que já deu instruções para a revisão das relações ao chanceler venezuelano, Nicolas Maduro, e destacou que, ainda que lamente a decisão, esta foi tomada “porque eles (Governo colombiano) estão abrindo as portas para aqueles que nos agridem permanentemente”.“E para quem prepara novas agressões contra nos. Não somente contra a Venezuela, mas também contra outros países. Abrem também as portas para aqueles que derrocaram governos e estão apoiando o golpe de Estado em Honduras”, dize o Presidente, se referindo ao Governo dos EUA.
Sublinhou que se há alguma coisa clara na Colômbia é que as tropas norteamericanas “fazem e desfazem” e advertiu que isto constitui uma ameaça para a Venezuela.
Em relação ao vídeo que está circulando desde Bogotá e com o qual se tenta vincular o presidente Correa com as FARC, Chávez manifestou estar seguro de que isso “é uma grande falsidade”.“O que se está demonstrando na Colômbia, e não é por vídeos mas sim por numerosas provas de algumas instituições colombianas, é o financiamento de vários senadores, deputados, governadores, prefeitos, assim como em campanhas presidenciais, com milhões de dólares do narcotráfico”, enfatizou o mandatário venezuelano.