A guerrilha do "Post-Conflicto"
Tomado da Revista Resistência Internacional FARC-EP.
O que especialmente o governo de Uribe Vélez tem pretendido mostrar como "avalancha de êxitos militares" ao somar vítimas e mais vítimas de crimes atrozes que hoje em dia se conhecem como “falsos positivos” é, sem dúvida, um indelével fator de indignação nacional que somar-se-á ao descontento popular que existe pela imensa dívida social desbocada de maneira desenfreada por conta do desmedido gasto militar favorecido por quem têm o poder.
Do enganoso argumento de que a guerrilha acabou, da palavrearia que fala do que “não é fácil que a guerrilha se recupere”, de que “os golpes tem sido realmente contundentes”...e bla bla, bla...,os partidários do guerrerismo oligárquico parece que estão aceitando a realidade. Estão desculpando seu fracasso com argumentos como aquele de que a guerrilha “tem volto a se conformar em pequenos grupos que atacam de forma fluida e podem sair com agilidade da área de combate”; ou que a guerrilha “está tentando construir uma retaguarda nos países vizinhos e fazer da guerra de reféns uma arma política letal...” E para ganhar incautos, no cenário internacional, têm passado, também, o argumento de que “as FARC-EP são um perigo para a região”, em referencia ao conjunto do Continente.
O regime agora no “Posto-Conflito” (que ironia!) afirma enxergar as FARC-EP em cada protesta social, em cada manifestação popular e até, nos resultados eleitorais dos países vizinhos. Esses argumentos parecem ‘de loucura’ porque surgem depois de “ter-nos aniquilado”. Agora nos vêm em qualquer e todo canto do país. Tudo isso encerra o desgraçado propósito de incriminar a protesta social e pressionar os países limítrofes a realizar ações anti-subversivas. Sabemos que esses países se têm negado a compartilhar o militarismo uribista.
Porém, mais lá das “verdades” midiáticas falsas, a insurgência prossegue seu desenvolvimento, organizando o povo, continuando seu deslocamento estratégico e procurando ALTERNATIVAS DE PAZ enquanto de maneira valente se mantém em resistência inclaudicável.
Entre as muitas ações realizadas, em infinita busca de soluções que acabem com a guerra fratricida, as FARC-EP cumpriram com uma nova liberação de prisioneiros de guerra, no entendido de abrir-lhe caminho ao Intercâmbio Humanitário, à meio de um cenário no qual sortearam todo tipo de armadilhas governamentais com as quais Uribe pretendia fazer fracassar o gesto humanitário realizado de forma unilateral e soberana pela insurgência.
Tem razão Juan M. Santos, ex-ministro de defesa, quando afirma que as FARC-EP enfrentam umas Forças Militares muito bem dotadas e capacitadas e que ademais contam com o total apoio do imperialismo.
A todo isso se somam a guerra suja e a mais asquerosa perfídia. Não obstante não têm podido e não poderão curvar a resistência popular.
Vejamos alguns dos resultados militares destes tempos do “Post - Conflito”: Apresentamos uma pequena mostra dos boletins recebidos na redação da Revista Resistência.
Pelo nível e a intensidade da confrontação, se torna impossível registrar os resultados de todas as ações. No obstante, somando os dados poder-se-á notar que as Forças Estatais têm sofrido entre janeiro do ano 2008 e o 29 de abril do 2009 perto de 1000 mortos e mais de 1100 feridos causados pela guerrilha "derrotada".