Os assassinos atuam de novo
Ou morre o Império ou morremos todos.
Por Raul Fitipaldi. Brasil
Já se passaram sete dias que seguimos, a cada momento, com espanto e dor, o Golpe de Estado contra o Povo Hondurenho, dado em 28 de junho. Através de TeleSUR, da Radio Globo de Honduras e de alguns sistemas alternativos esporádicos de informação assistimos a uma representação tenebrosa dos anos 70. “Nestes momentos escrevemos quando Manuel Zelaya Rosales está por tocar o solo do seu país em Tegucigalpa.” Morrerá, será preso, ou se colocará à frente do seu povo, antes de terminarmos estas linhas?
Este ensaio imperialista, oligarca não surgiu da noite para o dia, nem responde especialmente à consulta popular não vinculada que se faria no dia 28 de junho. Embora também seja assim, o grande propósito é nos escarmentar aos latino-americanos para que não continuemos nesta trilha de libertação, lenta, sofrida, oscilante, insegura. O Império, na sua queda moral, ética, produtiva, econômica e militar, quer nos arrastar a todos, porque assim o deseja a oligarquia apátrida que cozinha cada ato fascista desde Miami e com a contribuição dos interesses do Pentágono, executados pela CIA. O que neste momento acontece em Honduras pode acontecer em qualquer uma destas terras da Pátria Grande.
“Agora o avião do Presidente Zelaya sobrevoa o aeroporto de Tocontín Tegucigalpa. Carros militares se distribuem na pista de aterrissagem. Dezenas de milhares de pessoas (três mortos – um jovem, uma menina e um cinegrafista). A jornalista de TeleSUR fala com um dos pilotos do avião que lhe diz que não pode descer. Zelaya fala com a jornalista direto da cabine do avião de bandeira venezuelana e pilotado por aviadores também venezuelanos. Diz que haverá de imediato uma reunião com os representantes internacionais que estão próximos a eles em territórios próximos. A multidão quando vê o avião clama, grita, saúda seu líder, as balas repicam. Zelaya anuncia que procura outros mecanismos para entrar no país. Pode demorar um dia, ou dois, ou três... mas voltarei”.
A barbárie acontece. O povo está de pé, o peito da massa está frente às balas. A elite sem-vergonha, oligarca, o imperialismo criminal, estão cumprindo seu papel histórico. Iniciam sua nova caminhada os golpistas, as perseguições, os juízes mafiosos, os lobbies industriais, os políticos corruptos, os homens das cavernas, andam contra o povo. Os racistas, os xenófobos, a parte mais pútrida das igrejas, o lixo moral das instituições voltam atropelar os povos da América Latina. A luta por concluir nossa independência precisa dinamizar-se, organizar-se, crescer, tirar os espaços ou não haverá mais liberdade, mais vida, mais mundo possível.
“Zelaya continua falando desde o ar com Marcela Heredia de TeleSUR. Critica os Estados Unidos e os responsabiliza. O avião procurará outro lugar para aterrissar. ‘Falarei com Lugo, Cristina, Insulza...’ diz Zelaya”. Marcela começa a conversar com Hugo Chávez. Aqui, no Brasil está terminando a nova rodada do campeonato brasileiro. Os olhos estão ali colocados. Alguns velhos, que já passamos pela agrura dos anos setenta escrevemos, dizemos alguma coisa sem sentido, ou com muito sentido. Estamos atentos, as mãos amarradas, os sonhos voando, porque a Democracia Participativa não vai morrer, porque se ela morre, morre a Terra. Ou se levanta a espada de Bolívar, ou todos nossos progressos na Venezuela, no Equador, na Nicarágua, na Bolívia, e outros a caminho, serão varridos pelo pacto genocida das oligarquias apátridas, o sionismo, as transnacionais, as máfias de Miami, a covardia da União Européia, a CIA, o Pentágono e os serviços de inteligência destes países ainda não desmontada. Ou morrem os assassinos da América Latina, ou morremos todos, juntos, os assassinos e nós.
VIVA HONDURAS
VIVA AMÉRICA LATINA
MORTE AO IMPÉRIO
fonte:desacato.info