Contra insurgência e pró-insurgência
Falta ver como avança e termina a experiência que o Pentágono está realizando em Honduras, para saber se realmente necessitam desta variante na Colômbia.
ANNCOL
“Quando um governo amigo (por exemplo, Colômbia, Peru ou México) sofre ataques de forças subversivas, o apoiamos e ajudamos. Isso se chama contrainsurgência. Mas quando um governo é hostil conosco (exemplo: Irã ou Honduras), ajudamos às forças que lhe são contrárias. Isso se chama pró-insurgência”. Assim diz a doutrina da Guerra de Baixa Intensidade do Pentágono norteamericano e é o que estamos vendo atualmente no mundo e que, com fatos cruéis, nega os belos discursos e as cirurgias cosméticas para esbranquiçar-se, ao estilo Michael Jackson, que o governo dos EUA está fazendo.
Muitos democratas latino-americanos e pessoas chamadas de Esquerda mundial acreditam ingenuamente nestes discursos, e começaram a esperar que, depois da derrota universal de Bush, novas relações surgiriam entre os países dependentes e o Imperialismo. Simplesmente confundiram que o Império ianque, afundado numa grande crise, necessitava contrair a sua Hegemonia e ceder parte da sua onipotência anterior a sócios menores, mas seguros. Na América Latina é o caso do México e Brasil que, repentinamente, passaram a ser a prioridade n° 1 nos planos Geoestratégicos Imperiais, e deixaram a Colômbia de simples ‘dobradiça’ entre estes dois países, para que dessa forma o Plano Mérida, o Plano Colômbia e o Plano Andino-Amazônico, ficassem interconectados e encadeados entre si.
Entretanto, governos progressistas da América Central como Honduras, El Salvador e Nicarágua, constituíram-se em entraves sérios a esta integração Imperial e, por tanto, são governos que devem ser retirados com ações de pró-insurgência. Hoje começaram com Honduras.
Na Colômbia, a oligarquia marionete vem celebrando com júbilo o golpe de Estado que os militares cometeram contra o presidente eleito de Honduras. Basta ler no trompete afinado de Mauricio Vargas, no jornal El Tiempo de hoje. Quem, como cachorrinho brincando e pulando, também ameaça de que, assim como em Honduras o golpe militar serviu para resolver o assunto da reeleição presidencial que estava ficando insolúvel, na Colômbia pode servir de ‘espelho’ e resolver facilmente o assunto da reeleição e do desprestígio de Uribe Vélez, que já ameaça seriamente a oligarquia e a unidade das classes que exercem o poder.
Falta ver como terminará a experiência do Pentágono em Honduras, para saber se realmente necessitam desta variante na Colômbia.