Governo de fato reinstala o toque de recolher em Honduras
Desde que o golpe de Estado foi perpetuado contra o presidente constitucional desse país, o povo hondurenho vem sendo permanentemente reprimido pela força pública do governo de fato de Roberto Micheletti.
Fonte: TeleSUR
O governo de fato hondurenho, encabeçado por Roberto Micheletti, reinstalou o toque de recolher entre as 00H00 (06H00 GMT) e 05H00 locais (11H00 GMT) desta quinta-feira (16/07), para limitar as manifestações de agrupamentos que pedem a volta do presidente constitucional desse país centro-americano, Manuel Zelaya.
Em comunicado, o regime golpista assinala que “em vista das continuas e abertas ameaças por parte de grupos que buscam provocar distúrbios e desordem em alguns lugares do nosso país, para dar segurança e proteção a todas as pessoas e seus bens, resolveu instaurar o toque de recolher”.
Micheletti, que assumiu a presidência de Honduras depois de um golpe de Estado militar contra Zelaya em 28 de junho passado, estabeleceu o toque de recolher durante quinze dias para reprimir as manifestações que pedem a restituição da democracia no território hondurenho.
Apesar das continuas agressões da força pública de fato, a Frente de Resistência, que realiza manifestações de protesto pelo regresso de Zelaya ao poder, anunciou uma série de ações para esta quinta-feira, como o bloqueio de estradas em diferentes regiões do país.
Em seu comunicado, o governo instalado pediu “a compreensão da população hondurenha” e chamou a “acatar esta disposição adotada no afã de proteger a segurança das pessoas e seus bens e garantir a ordem e a paz social”.
A declaração foi publicada depois de que organizações sociais hondurenhas convocaram a ocupação de “pontos estratégicos” do país, entre esta quinta e sexta-feira, e a manter os protestos nas ruas para exigir o retorno de Zelaya.
Zelaya, que foi sequestrado na sua residência e posteriormente expulso de Honduras por militares golpistas em 28 de junho passado, desde então defende, num périplo internacional no qual tem recebido o apoio da comunidade mundial, o direito do povo hondurenho a exigir o restabelecimento da democracia na nação centro-americana.
Na última terça-feira, na Guatemala onde foi recebido pelo seu homologo, Álvaro Colom, o legitimo presidente de Honduras considerou que a insurreição é um direito do povo hondurenho, e assegurou que em breve regressará ao seu país para terminar o seu mandato presidencial, que conclui em 27 de janeiro de 2010.
Desde a Costa Rica, o governo do presidente Oscar Arias confirmou nesta quarta-feira que a delegação constitucional que representa a Zelaya, assim como a representação golpista que representa Micheletti, participará da segunda rodada de conversações, que começa no próximo sábado, na busca de uma solução da quebra da ordem democrática em Honduras.
Em comunicado, a Presidência costarriquense informou que ambos os grupos sentar-se-ão à mesa de diálogo que acontecerá na residência particular de Arias, a partir deste sábado, e que pode estender-se até domingo.