Comunicado, Foro Militar
La Habana, República de
Cuba. 14 de dezembro de 2012.
Sede
dos diálogos pela paz com justiça social para Colômbia.
COMUNICADO.
Às ações de guerra que
contra o povo e contra o processo de paz se desprenderam desde a
institucionalidade estatal, se soma hoje a decisão do Congresso da
República de aprovar a reforma da justiça penal militar.
Marchando contra os
interesses das vítimas do terrorismo de Estado, e não ouvindo a
indignação nacional e internacional dos que advertiam, que com a
reforma, se colocava nas cenas
dos
agentes criminais do regime a coroa da impunidade, o aparelho
legislativo, em consonância com as decisões militaristas do
governo, optou por abrir campo ao foro militar.
Enquanto estende sua débil
retórica de paz, a aliança do desaforo selada entre governo e
legislativo blindou sua máquina de guerra para continuar suas ações
de terra arrasada contra o movimento popular, que a viva voz exige o
cessar da confrontação e soluções aos profundos problemas sociais
que lhe tem submerso na miséria.
Antes, a firme determinação
popular impediu que prosperasse um vulgar projeto de reforma à
justiça que este mesmo Congresso pretendeu impor também em aliança
com o governo; hoje, o amor de pátria e a dignidade nacional devem
ser sentidos para que os crimes cometidos contra o povo não fiquem
no esquecimento.
Mais de 3.500 são os casos
dos chamados “falsos positivos”, ou casos de civis assassinados
por militares. De 1.200 casos que entraram em inquérito, apenas 665
passaram para a etapa de investigação e somente 72 chegaram a
julgamento. O nível de impunidade que reina, para vergonha de todos,
alcança 98% para os casos que estão em julgamento. E esta situação
impera num cenário em que nenhum esclarecimento sério tiveram os
casos de centenas de fossas comuns repletas de milhares de
assassinados por conta do terrorismo de Estado.
O país está se
perguntando: que Fiscal leva o caso do ex-ministro de Defesa Camilo
Ospina, que firmou com seu punho e letra a Diretriz 029, que desfez
estes crimes de lesa-humanidade? O país se pergunta, quem está
investigando a Álvaro Uribe Vélez como chefe deste ministro do
terror?
As FARC-EP, ao tempo em que
condenam esta terrível passagem para a impunidade, advertem sobre os
ventos de guerra que com esta decisão calamitosa, o governo –
[através] da mão do desacreditado Congresso colombiano – anuncia
ao país.
DELEGAÇÃO DE PAZ DAS
FARC-EP