"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Comunicado, Saudação desde Havana aos participantes do foro POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO INTEGRAL [Enfoque Territorial]


La Habana, 18 de dezembro de 2012
A Delegação de Paz das FARC-EP saúda, desde Havana, aos participantes do foro POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO INTEGRAL [Enfoque territorial] que tem lugar no Centro de Convenções de Bogotá. Com o mais vivo interesse, seguimos as deliberações de suas 20 mesas de trabalho presididas por uma multitudinária e palpitante esperança de paz.
Nada mais transcendental para nós que a opinião do povo, de suas organizações sociais, em torno do problema nodal do conflito, o da terra e do território, porque de sua solução depende o destino da Colômbia. Segue sendo a estrutura latifundiária da posse da terra a causa fundamental da miséria no campo e da confrontação que dessangra a Colômbia; por isso, compartilhamos a opinião das múltiplas vozes que, desde sempre, e também neste foro, se levantaram para dizer que esse é fator que há que desarticular para que encontremos o caminho da paz. A paz deve vir nos ventos libérrimos da ruralidade a abraçar com seu amor e sede de justiça as cidades. Que nossas riquezas naturais sejam para resolver os graves problemas sociais que abatem o país e não o botim da pirataria transnacional. Entre todos, devemos parar a estrangeirização do território e a entrega da pátria a pedaços. Que os produtos da terra sejam para mitigar a fome e nos deem soberania alimentar. E que nossa relação com o meio ambiente entranhe um vínculo amigável, no plano do desenvolvimento sustentável, e garanta a vida e o bem-estar para as gerações futuras.
Frente aos sofismas da associatividade do pequeno proprietário agrário com o empresariado do músculo financeiro, frente ao espelhismo da falaz empresariação dos de baixo, estamos com a defesa dos redutos indígenas, das terras das comunidades afro e das zonas de reserva campesina, como espaços de resistência social às locomotivas governamentais da depredação. Não acreditamos na aliança da raposa com a galinha. Saibam que estamos pela defesa das Unidades Agrícolas Familiares, e para que a pequena e média propriedade rural se fortaleça em benefício de uma economia soberana. Os processos de restituição, redistribuição e formalização da terra para os despojados devem se dar sem dilações e sem as armadilhas que conduzam a outra etapa de acumulação por via legal. Urge ressarcir aos 6 milhões de deslocados e devolver às mãos do povo os mais de 7 milhões de hectares que lhes foram arrebatados a sangue e fogo pelo terrorismo de Estado.
Nossa Delegação tomará em conta e defenderá na mesa de diálogo os pontos de vista que sejam da reflexão e do consenso deste Foro de terras, e seguirá insistindo em que o povo deve ser ouvido diretamente através de suas organizações e porta-vozes no cenário de Havana. Para as FARC, é inaceitável que se pretenda amordaçar a voz do Constituinte Primário.
Delegação de Paz das FARC-EP