Vítimas do Estado em Havana: primeiro reconhecidas, depois ameaçadas
Já são 91 os defensores e
defensoras de Direitos Humanos, incluindo integrantes do primeiro
grupo de vítimas que viajaram para Havana, que receberam ameaças de
morte durante as últimas semanas por parte de grupos paramilitares.
Foram duas as ameaças que, no último
dia 09 de setembro, a Corporação Reiniciar havia recebido. Esta
entidade promotora de Direitos Humanos recebeu mensagens provenientes
do correio aguilasnegrasbloquecapital@gmail.com, em que assinalam
como guerrilheiros múltiplos defensores de Direitos Humanos. A
última ameaça consistiu em um convite para o funeral de Virgelina
Chara, Karen Borrero e Ana Prada, que seria realizado em 18 de
setembro de 2014 às 11h da manhã, no caso de que as pessoas citadas
não saíssem do país.
A Reiniciar elaborou um comunicado
denunciando o caso. Nele faz referência aos 86 ameaçados que, com
nome e sobrenome, aparecem nessa "lista negra” por seguirem
com o "conto da paz”, incluindo sua diretora, Jahel Quiroga.
Por sua parte, o Movimento Nacional
de Vítimas de Crimes de Estado (Movice) denunciou que são 91 os
defensores do processo de paz e de Direitos Humanos que receberam
ameaças nos últimos dias. Ainda que as mensagens venham de um grupo
não identificado, os classificam igualmente de guerrilheiros e os
declaram como objetivos militares.
Essas ameaças prometem que "vão
caçá-los” e entre as pessoas para quais são dirigidas se incluem
integrantes do Movice e algumas das vítimas que viajaram para Cuba
no marco do processo de paz com as FARC.
As organizações defensoras de
Direitos Humanos mencionadas exigem da Promotoria que realize as
investigações pertinentes. Ademais, pedem ao Estado e organizações
internacionais celeridade nas investigações e proteção para a
vida das pessoas que se encontram em perigo.
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Fonte:
Colombia informa