"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

O paramilitarismo e as mentiras do general Palomino


La Habana, Cuba, sede dos diálogos de paz, 23 de setembro de 2014

Ódio eterno aos que desejem sangue e o derramem injustamente”. (Saudação de Simón Bolívar frente ao espanhol Pablo Morillo)

Relendo a Agenda do Acordo Geral de Havana, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Exército do Povo, reiteram a necessidade de abordar o quanto antes o estipulado no numeral 7 do ponto 3 sobre Fim do Conflito, que precisa, que, dentro de um processo integral e simultâneo, deve proceder-se com o esclarecimento do fenômeno do paramilitarismo. Exatamente o texto do numeral indica: “No marco do estabelecido no Ponto 5 [Vítimas] deste acordo se esclarecerá, entre outros, o fenômeno do paramilitarismo”.


Se começou a marcha definitiva para o fim do conflito colombiano, deve começar também a do esclarecimento da verdade, e o lógico é que não se demore mais a resolução de um problema nodal como é o do surgimento, da permanência e do acionar nocivo das estruturas paramilitares, independentemente do nome que para efeito da propaganda ou da justificação de suas ações criminosas se lhes queira dar. Sem o fim do paramilitarismo e sem o esclarecimento de sua origem e suas responsabilidades seria impossível virar as páginas sangrentas de nossa história escritas pela mão criminal da guerra suja e se faria incerto o fim do conflito em que estamos empenhados e fazendo nossos melhores esforços.


Para o efeito e para outras indagações que devem conduzir-nos à verdade, é necessário abrir todos os arquivos; que se desclassifiquem e se levantem as proibições legais encobridoras de máximos responsáveis, que se impeça a destruição de arquivos que vem ocorrendo, e que os fiscais expliquem ao país por que as graves denúncias dos chefes paramilitares foram lançados às lixeiras da indiferença e do esquecimento calculado, que entreguem uma explicação coerente ao país sobre por que deixaram perder horas e horas de gravações nas quais estas desvelam os verdadeiros autores por trás do autor.


Por outra parte, sobre o combate de 16 de setembro entre as FARC, Bloco Iván Ríos, e uma patrulha anti guerrilha da polícia na via Puerto Libertador – Tierra Alta, Estado de Córdoba, que deu lugar a manipulações e mentiras para a opinião pública nacional, expressamos o seguinte:


O mentiroso general da polícia Rodolfo Palomino, uma vez conhecida a notícia da contenda, espalhou a espécie de que a ação havia sido executada conjuntamente pelas FARC e pela agrupação paramilitar dos Urabenhos. Hoje se conhece, depois do comunicado do Bloco Iván Ríos das FARC, que a patrulha policial foi atacada quando se mobilizava para assaltar unidades guerrilheiras no Alto San Jorge, em desenvolvimento da exigência incoerente de seus superiores hierárquicos de recrudescer a ações de guerra em meio a umas conversações de paz. Uma vez mais a Polícia e o Ministério de Defesa vitimizam a verdade e conseguem fazer crer em suas mentiras pessoas bem informadas, como é o Presidente da Conferência Episcopal. Pensam com o desejo os que hoje imaginam divisões nas fileiras insurgentes motivadas pelo processo de paz que tem lugar em Havana.


Deixem-nos avançar em paz na construção do acordo de paz. Deixem a crueldade de cercar com suspeitas a parte contendora em diálogo, gerando desconfiança. Atuem com coerência, não prejudiquem o processo com mentiras e versões fraudulentas. Deixem de vitimizar a verdade e de enganar aos colombianos.


Desde o início destas conversações manifestamos nossa vontade de pactuar com o Estado um armistício que evite continuar o derramamento de sangue, porém a negligência do governo é a que conduziu para que continuem apresentando combates como o de Puerto Libertador e outras regiões.


Negar o cessar ao fogo bilateral que as vítimas do conflito reclamam, pretextando que as ditas tréguas são aproveitadas pelas FARC para fortalecer-se política e militarmente é uma forma de revitimizá-las, e uma obstinação que, em meio a um processo de paz que avança, só pode causar perplexidade.


DELEGAÇÃO DE PAZ DAS FARC-EP