"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Santos e Uribe são caras de uma mesma moeda



A intensa e custosa campanha midiática repete maquinalmente multidões de mentiras até convertê-las em “verdades” que terminam desinformando e alienando a frágil opinião pública e ao conglomerado colombiano em seu conjunto.


Uma dessas mentiras é fazer crer que Santos é a antítese de Uribe. Quer dizer, o primeiro é o homem da paz e o segundo o homem da guerra.


Não é certo. Santos é tão criminal como o senhor Uribe, tal como ficou muito claro no debate recentemente desenvolvido pelo senador Iván Cepeda Castro contra o paramilitarismo e o hoje senador Álvaro Uribe Vélez, com quase toda sua família a bordo.


Seria ingênuo pensar que a paz com a qual sonha o presidente Santos é a mesma com a qual sonha o povo colombiano. Não há ponto de comparação. Só um detalhe. Enquanto o objetivo do governo é desarmar a guerrilha, o objetivo do povo colombiano é que a paz seja produto de mudanças estruturais. Isto é, paz com justiça social.


A criminalidade do presidente Santos está na cara. O editorial do semanário VOZ La verdade del pueblo [A verdade do povo] que está em circulação,[i] apresenta umas cifras simplesmente arrepiantes, cifras que não podem passar despercebidas ou olimpicamente.


Devem ser submetidas a uma análise séria que nos permita determinar com clareza qual é realmente a vontade de paz que tanto afirma o chefe de Estado com tanta alegria em foros nacionais e internacionais e nos meios de comunicação dependentes do regime capitalista.


O editorial, escrito nesta oportunidade pelo camarada [amigo] Luis Jairo Ramírez H, uma das pessoas mais versadas em temas de direitos humanos em Colômbia, é contundente e valente desmascarar com cifras o discurso ambíguo do presidente Santos. Inclusive, mais que ambíguo, contraditório, porque diz uma coisa e faz outra outra bem diferente.


Diz o editorialista num parágrafo: “Apesar do discurso de Santos de que em Colômbia finalmente reina o paraíso dos direitos humanos, nos primeiros meses de 2014 foram assassinados trinta defensores de Direitos Humanos. De 2009 a 2014 foram assassinados 290. Nos últimos três anos, algo mais de cem reclamantes de terras iludidos na restituição foram assassinados; há 9.500 presos políticos amontoados em cárceres do país. A instigação do Mindefesa Pinzón contra a Marcha Patriótica deixou setenta de seus membros assassinados em diversas regiões do país”.


Assinala também que se incrementaram as ameaças contra dirigentes sindicais classistas e suas organizações, em distintas regiões do país. E, enquanto aumenta a insegurança para os sindicalistas classistas, o governo nacional, através da Unidade Nacional de Proteção [UNP], se obceca em levantar esquemas de segurança e o precário que há em bloqueá-lo por todo lado.


A cada vez a oligarquia se torna mais agressiva, como adiantando-se ao processo de paz de Havana [Cuba] ou em seu prejuízo, usando os mesmos mecanismos que Pastrana Arango utilizou quando dos diálogos do Caguán, que, enquanto simulava conversar com a insurgência, preparava a todo vapor o criminal Plano Colômbia com a direção direta dos Estados Unidos.


O [acima] dito se corrobora ao trazer novamente a colação o editorial assinalado: “A violência está agora legalizada: ‘Estatuto de segurança cidadã’, ampliação do foro militar, multimilionária campanha midiática para justificar e manter o gasto de guerra nos pós acordos de paz, construção de mais prisões e inação frente ao fenômeno paramilitar, que é funcional para evitar-se finalmente restituir as terras despojadas”.


Não se pode desconhecer semelhante conduta contraditória da oligarquia que Santos representa. Enquanto fala de paz de dentes para fora, fortalece os aparelhos ideológicos e repressivos do Estado Capitalista.


Não em vão, disse por estes dias um campesino Comunista: “O paramilitarismo está se reavivando no Tolima, certamente por ordem do senhor Uribe. Em Cajamarca estão proliferando panfletos ameaçadores. Aos campesinos, lhes estão chegando desconhecidos armados dizendo que são guerrilheiros e que têm unidades suas feridas. A mesma proliferação de panfletos vem se apresentando no sul do Tolima, especialmente em Natagaima, dizem os indígenas e campesinos da zona. Olho com isso! A comunidade nacional e internacional deve tomar atenta nota e o povo mobilizar-se, porém organizadamente. Não há outro caminho.
Assim as coisas: Santos e Uribe são caras de uma mesma moeda.

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[i] VOZ La verdad del pueblo edición 2757 semana del 24 al 30 de septiembre de 2014. Página 5.