"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 30 de dezembro de 2014

1° de janeiro de 2015 é o primeiro dia de 2018


Por Fernando Brito

Dilma Rousseff quase termina a montagem de seu ministério com a habitual falta de novidades.

O que é um bom sinal porque, a esta altura, com a indicação de Joaquim Levy para a Fazenda é o suficiente para marcar as mudanças na política que a Presidenta quer sinalizar: a necessidade num ajuste das contas públicas que lhe permita seguir o mesmo rumo econômico de estímulo à empresas e ao emprego no Brasil, no fundo o que está lhe valendo toda – ou quase toda – o desgaste de ser apontada como má gestora na economia: a imensa massa de desonerações tributárias concedidas às empresas – sobretudo na carga fiscal e parafiscal sobre a folha de salários.

Não creio que sejam administrativos os problemas que a aguardam neste segundo mandato.

São políticos e é aí que se anunciam as maiores carências da equipe que Dilma montou, salvo raras exceções.

Mas é preciso ter claro o que se pretendeu neste processo e entender as limitações objetivas do que se tem pela frente.


Janeiro será o mês do primeiro enfrentamento ou da primeira composição: a eleição do Presidente da Câmara e a solução que se dará a Eduardo Cunha.


Enfrenta-lo e vencê-lo ou conseguir uma composição  extremamente difícil e custosa.


Não há possibilidade de pretender a primeira hipótese sem uma composição com o “baixo clero” parlamentar, o que tem seu preço.


De outra forma, este baixo clero vai obter, talvez maior, seu naco no Governo, a cada necessidade de aprovação parlamentar às medidas de governo sob a cobertura feroz de Cunha.


Não deveria ser assim o início de um Governo eleito pela maioria absoluta da população, que a esta altura deveria estar unicamente concentrado na realização daqueles objetivos expressos no voto popular e contando, para isso, com o apoio dos demais poderes e instituições nacionais.


Mas é, porque o Governo Dilma se defronta, agora desde a sua sagração pelo eleitor, com uma indisfarçada oposição – não raro à conspiração – que visa a uma só coisa: derrubá-lo.


Disseminou-se – e muito além da mídia, que é seu tambor – um udenismo (dizê-lo golpista é pleonasmo) que pensa em relação a Dilma aquilo que resumia a frase de Carlos Lacerta em 1950:


“O Sr. Getúlio Vargas, senador, não deve ser candidato à presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar.”


Não comparo, obviamente, Dilma a Getúlio Vargas.


Comparo Lula.


Só há, hoje, uma maneira de evitá-lo em 2018.


Derrubar ou transformar o Governo Dilma em um desastre total.


A radicalização de direita não vai abrandar.


A de esquerda não é a resposta.


Mas o silêncio também não, e muito menos.


E é por isso que a carência de polêmica – que não é exclusiva do Presidenta, mas igualmente do PT – é o que mais faz falta hoje para que se possa entender o Governo, sem o que é impossível defender um Governo sob permanente e feroz ataque.