"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 20 de dezembro de 2014

Estados Unidos, Plano Colômbia e Paz


Por Allende La Paz
Chegou a ordem do “cessar do conflito” colombiano. O Conselheiro de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, declarou em Bogotá na sexta-feira passada [12.12.2014] que o governo que representa “apoia incansavelmente ao Governo colombiano para poder chegar a uma paz negociada”.
E enfatizou que “Claro que isto não é fácil. Não é fácil consegui-lo. Sempre há críticos em ambas as partes, pessoas que vão querer retroceder, porém o Presidente Obama e eu estamos comprometidos em que haja uma resolução pacífica deste conflito”.
Esta pareceu ser a ordem necessária para que o governo colombiano –tão genuflexo, como os anteriores, aos ditames do império do Norte- se decida a encarar o processo de Paz com todo seu poder.
É de se relembrar que o conflito interno colombiano, nesta segunda etapa, inicia com as recomendações do general Yarburough em 1962, assimiladas pelo Estado colombiano em seu conjunto, e em 1964 prorrompe a guerra com o ataque a Marquetalia, contra 48 campesinos, empregando uma descomunal força de 16.000 soldados, a aviação e o emprego criminal da “Peste Negra” [arma biológica].
Desde o ano de 2000 os governos colombianos executam o Plano Colômbia –com a assessoria de 3.000 militares estadunidenses-, considerado o maior esforço militar-financeiro realizado pelos governos estadunidenses e colombianos. Isso resultou no maior pé de força em Colômbia [50.000 unidades], na mais avançada tecnologia de ponta –drones, bombas inteligentes, bombas de fragmentação, aviões de última geração-, todo o qual foi enfrentado, contido e transbordado pelas forças guerrilheiras das FARC-EP e a declaração de hoje de buscar “uma resolução pacífica do conflito”, não somente de parar a guerra, é o declaratório do enterro de terceira dado ao Plano Colômbia.
Esta ordem de Mr. Kerry, logicamente, terá profundas repercussões na classe política colombiana e, desde logo, nas forças militares. Terão que mudar seu “chip” e desmontar a assassina “guerra suja” que promovem contra o povo colombiano. Este declaratório deveria significar que o governo colombiano deve acordar um Cessar Bilateral de Fogos que “limpe” de ruídos desnecessários a Mesa de Havana.
É claro que Mr. Kerry, ao declarar que é necessário chegar “a uma paz negociada”, e isso implica que as guerrilhas não foram derrotadas pelo Plano Colômbia e, ao contrário, são estas as que triunfaram sobre “o maior esforço” contra insurgente realizado pelos dois governos. Evidentemente que este triunfo foi possível graças ao apoio da imensa base social que os guerrilheiros têm, sem a qual esse triunfo não teria sido possível.
Traz como consequência também a necessidade de “adequar” as forças militares aos tempos que correrão e deverão ser dotadas de uma nova Doutrina Militar, que atire à lata de lixo a Doutrina de Segurança Nacional e seu Terrorismo de Estado que produziu 1 milhão de vítimas mortais e 6,5 milhões de deslocados internos e externos. Porque não se justifica ter tão descomunal força militar para manter a paz, principalmente quando o desmonte do narco-paramilitarismo corre por conta do mesmo Estado que o gerou.

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Equipe ANNCOL - Brasil