"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Diálogos de paz com as Farc: "É um momento de tomar de decisões"


Começou nesta segunda-feira (9) em Havana, Cuba, o décimo quarto ciclo de discussões entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP), pelo fim do conflito. A expectativa é de que o segundo ponto em discussão – a participação política dos membros da guerrilha – avance e que seja firmado algum acordo sobre o tema.
Antes de partir para Cuba, a delegação de negociadores do governo se reuniu no domingo (8) com o presidente colombiano, Juan Manuel Santos. O negociador-chefe, Humberto de la Calle, disse que recebeu instruções do mandatário para a nova rodada de conversação. Segundo ele, a mesa enfrenta um momento especial. “Vamos reiniciar as conversações com o propósito de aprofundar a discussão, especialmente quanto aos temas mais críticos. Eu creio que está chegando um momento de tomar de decisões”, disse ele na Casa de Hóspedes Ilustres, na cidade de Cartagena.

“Estaremos em Havana para terminar o conflito, não para ajudar o terrorismo; para superar um conflito de mais de meio século, que aflige as famílias colombianas”, declarou De la Calle.

Expectativa para a paz com o ELN

Ao reiniciar os diálogos nesta segunda-feira, o governo colombiano recebeu uma carta da Igreja Católica e da Redepaz – organização que reúne representações da sociedade civil – reivindicando que também seja iniciado um processo de paz com o Exército da Libertação Nacional (ELN).

O documento foi enviado no momento em que se inicia também a Semana pela Paz no país. A carta pede ainda que a reparação das vítimas e o reconhecimento de direitos, de justiça e reparação, sejam tratados de forma prioritária na mesa de negociação.

O vice-presidente colombiano, Angelino Garzón, ratificou a intenção de dialogar com o ELN em busca da negociação de paz, mas disse que o processo precisa se submeter a alguma condições.

Segundo ele, a mesa não pode acontecer em Havana junto às Farc. “Deve ser em um lugar diferente porque o governo tomou a decisão de não misturar coisas diferentes”, disse Garzón.

Farc esperam a visita de membros do Congresso

Em declarações para imprensa, feitas no Palácio de Convenções em Havana, as Farc disseram estar esperando a visita membros do Congresso e chefes políticos, entre eles da União Patriótica, para discutir o referendo proposto pelo governo com o objetivo de que os cidadãos decidam se aceitam ou não os acordos de paz.

Através de um comunicado, a guerrilha afirmou que é urgente "voltar a ordem da agenda, atendendo o que está pactuado desde o início do diálogo", ao referir-se ao Marco Jurídico para a Paz e à proposta de referendo, que foi realizada "sem considerar a opinião das Farc".

Os delegados da guerrilha também pediram que o governo colombiano explique de maneira ampla e diante da opinião pública como seria o tal referendo, ainda que não estejam de acordo que se vinculem “os assuntos de paz ao processo eleitoral”. O presidente Juan Manuel Santos propôs uma consulta para o mesmo dia das eleições, em maio do ano que vem.

Críticas à repressão policial

A guerrilha também criticou a polícia por sua atuação durante a greve agrária, afirmando que esta é uma "máquina de morte" que fez uma "repressão militarista que já causou 17 mortos, cerca de 850 feridos e mais de 500 pessoas presas”.

No país, manifestações de camponeses e trabalhadores promovem protestos desde julho em algumas regiões do país.

Da redação do Vermelho,
Com informações dos jornais colombianos e da Agência Brasil