Obama, isolado, recua no ataque à Síria
Por
Baby Siqueira Abrão
Abandonado
até mesmo pela OTAN em seu plano de atacar militarmente a Síria,
pressionado por manifestações populares em todo o mundo e sem chão
depois de os próprios "rebeldes" sírios terem assumido a
autoria do mais recente ataque químico à população civil --
possivelmente com gás sarin, de uso proibido --, o presidente Barack
Obama foi salvo pelo Congresso, que resolveu fincar pé na decisão
de autorizar ou não o ataque ao país árabe -- o que, por sinal,
significa apenas exigir o cumprimento da lei segundo a qual é o
Congresso dos EUA que dá o sinal verde, ou o vermelho, para a
realização de intervenções militares.
Obama
esperava contar com a aprovação e o apoio material de seus
parceiros de sempre para atacar a Síria. Mas o plano, tão caro a
Israel e aos neocons sionistas que controlam o governo estadunidense,
falhou. A verdade é que os EUA estão desacreditados
internacionalmente. Ninguém mais leva a sério as justificativas do
governo estadunidense para invadir nações e destruí-las depois da
mentira sobre a existência de armas de destruição de massa no
Iraque, motivo alegado para a intervenção militar naquele país
(reforçada pelo ataque ao World Trade Center em 11 de setembro de
2001, que a comunidade internacional sabe tratar-se de outra mentira,
embora ainda silencie sobre isso).
Metido
numa sinuca de bico, como já havíamos apontado aqui, Obama
encontrou na lei de seu próprio país, que seu governo vem violando
sistematicamente, uma espécie de boia de salvação. Por isso cedeu
aos apelos do Congresso e vai aguardar que o legislativo decida se o
país deve ou não iniciar mais uma guerra. Como deputados e
senadores estão em recesso e só voltam ao batente em 9 de setembro,
há tempo suficiente para Obama desistir da empreitada com base nas
provas levantadas pela Comissão de Investigação da ONU -- que
extra-oficialmente levam à conclusão de que o governo Assad não
teve nenhuma responsabilidade no lançamento de gás sarin na
população civil -- e na recente declaração de "rebeldes"
e suas famílias de que o ataque foi perpetrado por eles,
"involuntariamente".
Sob
a batuta dos neocons sionistas, os EUA afundam cada vez mais em todos
os sentidos, do econômico ao moral. Seu percurso para o
estabelecimento de um Estado policial, fascista, foi cuidadosamente
planejado pelos think-tankers cuja única pátria é o poder que o
controle dos recursos naturais e energéticos do planeta lhes dará.
Isso, claro, se chegarem lá. O caso Síria é ilustrativo de que a
oposição ao domínio sionista da economia mundial, feito na base de
ameaças nucleares e da força bruta.