"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


domingo, 19 de outubro de 2014

Stédile faz críticas ao PT, mas defende voto em Dilma


O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, defende a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e diz que uma eventual vitória do senador Aécio Neves (PSDB-MG) representaria o para o país o retorno ao neoliberalismo. O apóie não significa que o líder camponês aprove cegamente o governo do PT. Em entrevista ao jornal Brasil de Fato, Stédile afirma que ainda falta universalizar do acesso dos jovens à universidade, zerar o déficit de 8 milhões de moradias a fazer a reforma agrária.




O coordenador do MST diz que a vitória de Aécio seria trágico “para a imensa maioria do povo”, com as hegemonias do capital financeiro, das empresas transnacionais e do agronegócio. Nesses temas, aliás, o gaúcho não poupa críticas ao projeto “neodesenvolvimentista” de 12 anos de governos do PT: “Os principais limites do neodesenvolvimentismo é que ele era um programa para que todos ganhassem. Mas os bancos, as construtoras e o agronegócio foram os que mais ganharam.”



Ácido, diz ainda que a democracia brasileira foi sequestrada por um grupo de 117 empresas que financiaram a eleição de um Congresso Nacional ainda mais conservador do que o atual.



Confira abaixo os principais tópicos da entrevista de João Pedro Stédile:



ELEIÇÕES



Se o Aécio ganhasse seria uma tragédia para a imensa maioria do povo. Na economia seria a hegemonia do capital financeiro, das empresas transnacionais e do agronegócio. Nas políticas sociais seria a volta da prática de que o mercado é que resolve, a volta do Estado mínimo, como foi nos governos de FHC e no governo Aécio em Minas. Viria assim uma desvalorização dos salários e das conquistas, além de um controle direto da direita no poder judiciário e na mídia, aumentando a repressão sobre os movimentos sociais. Na política externa, seria o realinhamento subordinado aos Estados Unidos e o desmantelamento do Mercosul, da Unasul e Celac. Por isso não há menor dúvida, para defender os interesses da classe trabalhadora, é preciso derrotar a candidatura Aécio Neves.”



MUDANÇA



O povo quer mudanças, mas mudanças para melhorar de vida. Mudanças para que o Estado assuma com maior determinação a solução dos problemas do povo. Nós temos ainda muitos desafios, como a universalização do acesso dos jovens à universidade.”



DESAFIOS



Os governos Lula e Dilma dobraram o acesso de 6 para 15% da população jovem, porém é preciso pensar nos outros 85%. Há ainda 8 milhões de déficit de moradias dignas. Falta reforma agrária, falta educação de qualidade e valorização dos professores do ensino médio. Queremos a redução da jornada de trabalho para 40 horas.”



NEODESENVOLVIMENTISMO



Os principais limites do neodesenvolvimentismo é que ele era um programa para que todos ganhassem. Mas os bancos, as construtoras e o agronegócio foram os que mais ganharam. A dependência da economia ao capital internacional impediu que o governo tivesse forças para controlar a taxa de juros e a taxa de câmbio e fizesse uma reforma tributária para que as grandes fortunas e os ricos pagassem a conta. Um governo de composição de classes até pode dar certo eleitoral e politicamente, mas não consegue ter forças para fazer as reformas estruturais, nas quais as classes proprietárias percam parte de seus privilégios. E foi isso que aconteceu.”



SEQUESTRO DA DEMOCRACIA



"O novo Congresso foi resultado daquilo que chamamos de sequestro da democracia brasileira por 117 empresas, que gastaram R$ 4 bilhões para financiar seus candidatos e os elegeram."



REFORMAS



"É preciso colocar em primeiro lugar a reforma política que vai mexer em todo o sistema, e não apenas no financiamento das campanhas ou das listas de candidatos. Vai mexer também no Congresso, no judiciário e nos meios de comunicação. O caminho para isso é necessariamente uma assembleia constituinte, que teria que ser aprovada por meio de um plebiscito legal."