"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Que não se repita a história

Por: Rodrigo López Oviedo 

A pesar de que de ameaças e crimes contra a oposição está feita a história de nosso país, apesar das ameaças e dos crimes terem sido os métodos prediletos daqueles que não querem perder nenhum dos privilégios com que nasceram ou que estabeleceram submergindo a legalidade, apesar de tantas ameaças e crimes terminarem criando deformações na consciência cidadã, a ponto de que uma ameaça ou um crime a mais quase já não gera nenhuma reação, as ameaças e os crimes que estão sendo cometidos por estes dias deveriam, sim, gerar uma especial preocupação.
Nenhum espírito avisado desconhece que a causa determinante do incremento das ações guerrilheiras sucedidas a partir do final da década dos ’80 foi o traiçoeiro massacre militar e paramilitar perpetrado contra a União Patriótica, que pôs fim à uma sentida esperança nacional nascida dos acordos de La Uribe. Permitir que se repita essa dantesca história de sangue, dor e morte nos faria indignos até de termos nascido.
No entanto, continua se repetindo, e o mais grave: continua se repetindo em momentos em que no país se está encarnando no sentimento popular um crescente otimismo em torno da possibilidade de que Governo e guerrilha encontrem a maneira de entender-se para que a política possa ser exercida sem o pavor das bombas e dos fuzis. E continua se repetindo de maneira seletiva; afetando a direção mesma das organizações sociais e políticas que propugnam pela mudança social.
Os líderes do crime bem sabem dos graves traumatismos que podem causar ao processo de paz com suas ameaças e, mais ainda, ao materializá-las. Porém isso não lhes importa. Ou melhor, sim, lhes importa, pois esse é o propósito de suas ações: fechar a passagem à paz e a qualquer decisão que altere o ambiente que lhes permitiu usufruir a vontade, usufruindo inclusive de boa parte do orçamento do Ministério de Defesa, cujo montante é superior ao de qualquer outro ministério e ultrapassado somente pelo de serviço à dívida.
Durante esta semana se conheceram novas ameaças a Piedad Córdoba e a toda a direção da União Patriótica, incluída sua presidenta e ex-candidata vice-presidencial, Aída Avella, a quem se quis atingir com um artefato explosivo que foi deixado a poucos passos de sua residência. Estes fatos provam que os inimigos da paz não descansam, porém são também um desafio à solidariedade com os ameaçados e de compromisso para com os que, ansiando por uma Colômbia diferente, queremos pôr fim a esta história de ameaças e morte.


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Equipe ANNCOL – Brasil