"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Importância da publicação dos avanços dos diálogos de Paz de Havana


 Por Nelson Lombana Silva
 

A notícia principal para a Colômbia na semana que se encerra é, sem lugar a dúvidas, a publicação dos avanços ou acordos que até agora se cristalizaram no marco dos diálogos de Havana (Cuba) entre a insurgência das FARC-EP e o governo do presidente Santos.


Desde um princípio, o movimento fariano havia insistido no desenvolvimento dos diálogos de frente para o país, porém o governo nacional, em posição por demais torpe, tinha se oposto, até que certamente se deu conta de que estava dando toda a gavela aos inimigos da paz para especular e desinformar em forma aberrante com a cumplicidade pusilânime dos grandes meios de comunicação.


O movimento fariano foi claro desde um momento em dizer que nem Santos nem eles tinham a chave da paz, que a chave da paz, realmente, o povo a tem. A afirmação é correta. No heroico povo cubano se está definindo o futuro do povo colombiano em seu conjunto, portanto é elementar, óbvio, que esteja informado devidamente sobre o que se está discutindo e o alcance deste.


O governo nacional deve garantir que estes acordos parciais cheguem diretamente ao povo e proporcione as garantias mínimas para que se faça uma discussão e interpretação dos referidos acordos, de tal maneira que se tenha os suficientes elementos para dimensionar os avanços, o caráter e a importância destes, logicamente, no entendido que nada está acordado até que tudo esteja acordado.


De igual maneira, as forças revolucionárias e democráticas devem se prodigalizar a fundo na tarefa de socialização dos referidos avanços, porquanto certamente o governo tentará por todos os meios impedir que o povo possa ter acesso a esses acordos e assim poder estudá-los com base em sua própria realidade. 


O comandante Pablo Catatumbo qualifica os avanços de “acordos modestos”, sobretudo se se entende que numa democracia medianamente decente estes seriam óbvios, o qual indica com suma clareza e crueldade que a democracia em Colômbia é de papel, imaginária, virtual.


Não é gratuito que o comandante Pablo Catatumbo chame o governo nacional de Santos a assumir uma posição clara e consequente com a paz, posição que deve estar acompanhada mais de fatos que de palavras: “O governo deve ir mais além da retórica”, disse.


Esta afirmação do comandante guerrilheiro tampouco é gratuita. Enquanto Santos fala de paz, se empenha na Organização do Tratado do Atlântico Norte [OTAN], no comando sul e guarda absoluto silêncio frente às numerosas bases militares norte-americanas em território colombiano. Como diriam as avós: “Acende uma vela a deus e outra ao diabo”.


O governo deve começar a expor como vai se desmontar a terrível doutrina da segurança nacional, como vai se desmilitarizar o país, qual será o verdadeiro estatuto da oposição e com que garantias vai se desenvolver esta difícil, complexa e arriscada atividade de fazer oposição em Colômbia.


Dentro dos acordos vale destacar a caracterização do conflito, o qual não deriva do narcotráfico, senão que deriva das terríveis condições socioeconômicas do povo colombiano. Se poderia dizer que o narcotráfico não é uma causa, senão uma consequência dessa terrível desigualdade social e decomposição da classe dirigente de nosso país. O povo não é narcotraficante, narcotraficante é a classe dirigente desta putrefata oligarquia.


Com todas essas contradições, o processo avança. Se faz necessário que o governo entenda a necessidade do cessar bilateral do fogo o mais rápido possível. Há aqueles que afirmam que o processo de paz entrou numa etapa irreversível e que a discussão radica nas duas concepções que se tem acerca da paz: Para a burguesia, não é mais que uma simples vitória total, enquanto que para o povo é o resultado de mudanças estruturais importantes. Quer dizer: Santos propõe uma paz sem reformas e o povo deseja a paz com reformas.


O debate não é de pouca monta, porque são duas posições diametralmente opostas. Eis aqui por que é importante que se tenha socializado esses avanços, porque corresponderá ao povo digerir as iniciativas e incidir de alguma maneira em sua formulação como disse o comandante Pablo Catatumbo.


O povo deve se apoderar plenamente destes avanços e participar ativamente em sua consolidação e condensação. Há que exigir do estabelecimento as garantias mínimas para que o povo possa desenvolver estas atividades com liberdade e democracia e sem medo de ser estigmatizado e acusado de terrorista. Não é segredo para ninguém que pensar em Colômbia é um delito.

Primeiro ponto: Projeto conjunto - 
Desenvolvimento Agrário Integral .
Segundo ponto: Projeto conjunto - Solução ao problema das drogas ilícitas.
 Terceiro ponto: Projeto conjunto - Participação política