Apoio à Unasul deve ser questão de Estado e não de governo, diz Samper
“Alguns dos grupos que fazem oposição hoje [pela América do Sul] precisam entender que a Unasul não é um sindicato de governos, é — como seu nome indica — a união de nações. E nações somos todos nós.” A afirmação é do secretário-geral da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e ex-presidente da Colômbia (1994-1998), Ernesto Samper, ao explicar que o compromisso dos governos sul-americanos com a Unasul não pode ficar à mercê do grupo político que detém o poder em cada um dos países-membros".
Para
Samper, que participou de evento em São Paulo na quarta-feira (13),
engajar-se com o bloco dever ser tratado como uma questão de Estado,
e não de governo.
Após passar por Brasília e Rio de Janeiro, o líder do organismo sul-americano se reuniu em um hotel na zona sul de São Paulo com representantes do parlamento, da indústria, de universidades públicas e de movimentos sociais brasileiros para debater sobre as possibilidades de integração produtiva no subcontinente. “O que é importante desta reunião é que vamos trabalhar para nos aproximar de grupos de oposição”, sintetizou Samper.
Após passar por Brasília e Rio de Janeiro, o líder do organismo sul-americano se reuniu em um hotel na zona sul de São Paulo com representantes do parlamento, da indústria, de universidades públicas e de movimentos sociais brasileiros para debater sobre as possibilidades de integração produtiva no subcontinente. “O que é importante desta reunião é que vamos trabalhar para nos aproximar de grupos de oposição”, sintetizou Samper.
Intitulado
“A integração das cadeias produtivas na América do Sul”, o
colóquio teve também a presença de Luiz Inácio Lula da Silva, um
dos presidentes por trás da criação do bloco, junto com outros
nomes como Néstor Kirchner (Argentina) e Rafael Correa
(Equador).
Composta por 11 nações, a Unasul teve a primeira cúpula realizada em Santiago do Chile, em 2008, com o propósito de encontrar novas possibilidades de desenvolvimento entre os países da região, que contam com mais de 400 milhões de pessoas, quase 70% da população total da América Latina.
Para Samper, houve melhorias sociais notáveis desde a criação do órgão, como a redução da mortalidade infantil, do analfabetismo e da pobreza extrema. No entanto, a inclusão social – admite – ainda é o principal desafio da Unasul. “Somos a região mais desigual e mais assimétrica do planeta”, destaca.
Com o intuito de erradicar a desigualdade, o secretário-geral sugere a melhoria e a criação de novos empregos. “De onde vamos conseguir 100 milhões de vagas para os 100 milhões de jovens que estão por vir nos próximos anos?”, questiona. Aos seus olhos, embora a América do Sul seja muito rica e valorizada em termos de recursos naturais, ainda permanece sob a lógica de um modelo extrativista.
“Sacamos a terra e nos esquecemos de agregar valor a isso que nós temos. Por isso, nosso grande desafio é este: não só exportar produtos naturais, mas pensar em uma reindustrialização da região, combinando distintos setores e complementando as economias”, diz. “Quando fui presidente da Colômbia por quatro anos, eu via o conceito de ‘sul’ como algo romântico. Hoje, vejo que necessitamos fortalecer o comércio e as nossas alianças estratégicas”, completa.
Para além de questões econômicas, Samper também expressou preocupação com conflitos internos dentro do subcontinente, como é o caso das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), em confronto com as autoridades colombianas há mais de cinco décadas, mas que há dois anos negocia uma saída pacífica nos chamados diálogos de paz, em Havana (Cuba).
“A Unasul ofereceu a possibilidade de participar nesta ultima etapa de desmilitarização com uma comissão de paz ou com uma força tarefa conjunta, que já tem a confirmação do Chile e da Argentina. Pensamos em soluções alternativas, mas isso depende da decisão que toma o atual presidente colombiano com as Farc e com as mesas de negociação”, afirmou.
Composta por 11 nações, a Unasul teve a primeira cúpula realizada em Santiago do Chile, em 2008, com o propósito de encontrar novas possibilidades de desenvolvimento entre os países da região, que contam com mais de 400 milhões de pessoas, quase 70% da população total da América Latina.
Para Samper, houve melhorias sociais notáveis desde a criação do órgão, como a redução da mortalidade infantil, do analfabetismo e da pobreza extrema. No entanto, a inclusão social – admite – ainda é o principal desafio da Unasul. “Somos a região mais desigual e mais assimétrica do planeta”, destaca.
Com o intuito de erradicar a desigualdade, o secretário-geral sugere a melhoria e a criação de novos empregos. “De onde vamos conseguir 100 milhões de vagas para os 100 milhões de jovens que estão por vir nos próximos anos?”, questiona. Aos seus olhos, embora a América do Sul seja muito rica e valorizada em termos de recursos naturais, ainda permanece sob a lógica de um modelo extrativista.
“Sacamos a terra e nos esquecemos de agregar valor a isso que nós temos. Por isso, nosso grande desafio é este: não só exportar produtos naturais, mas pensar em uma reindustrialização da região, combinando distintos setores e complementando as economias”, diz. “Quando fui presidente da Colômbia por quatro anos, eu via o conceito de ‘sul’ como algo romântico. Hoje, vejo que necessitamos fortalecer o comércio e as nossas alianças estratégicas”, completa.
Para além de questões econômicas, Samper também expressou preocupação com conflitos internos dentro do subcontinente, como é o caso das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), em confronto com as autoridades colombianas há mais de cinco décadas, mas que há dois anos negocia uma saída pacífica nos chamados diálogos de paz, em Havana (Cuba).
“A Unasul ofereceu a possibilidade de participar nesta ultima etapa de desmilitarização com uma comissão de paz ou com uma força tarefa conjunta, que já tem a confirmação do Chile e da Argentina. Pensamos em soluções alternativas, mas isso depende da decisão que toma o atual presidente colombiano com as Farc e com as mesas de negociação”, afirmou.
Fonte:
Opera Mundi