"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 28 de julho de 2008

Entrevista de Iván Márquez para a TeleSUR

O jornalista William Parra, de TELESUR, entrevista a Iván Márquez, integrante do Secretariado das FARC-EP

Sexta-feira, 25 de julho de 2008

Em primeiro lugar, o que significa a morte do Comandante Manuel Marulanda Vélez e como tem sido aceita pelas FARC a desaparição de seu líder histórico?
Significa a ausência dolorosa de um imprescindível; do construtor do Exército do Povo; do estrategista da Campanha Bolivariana pela Nova Colômbia; do legendário Comandante, artesão da concepção táctica, operacional e estratégica das FARC e da guerra de guerrilhas móveis; do condutor político da Insurgência… Manuel Marulanda Vélez -como nos versos de Neruda- "não morreu. Está em meio à pólvora, de pé, como mecha ardendo". Segue combatendo desde as montanhas rebeldes da eternidade. Segue vivo nos fuzis dos guerrilheiros farianos, no Plano Estratégico, na Plataforma Bolivariana pela Nova Colômbia e no anseio coletivo da Pátria Grande e o Socialismo, que são como uma imensa bandeira ao vento. Perante nosso Comandante em Chefe, perante o altar da Pátria, juramos vencer, e venceremos. Como assimilarmos essa ausência? Reafirmando nossa determinação de luta. Fortalecendo nossa coesão. Ratificando-nos em nossos princípios. Empunhando com mais forca o livro e os fuzis do imbatível escudo guerrilheiro das FARC.

Segundo seu ponto de vista, qual o maior legado de Manuel Marulanda Vélez para o país?
Ter criado as bases para o Novo Poder com a construção de um Exército Popular bolivariano, com estruturas sólidas e coesas, em torno do Plano Estratégico, irreversível em seu propósito de tomada do poder para o povo. Manuel Marulanda Vélez é exemplo de convicção, de perseverança e de luta incessante. Jamais seremos inferiores à fé que têm depositado os povos de Nossa América na luta de resistência das FARC. Suas múltiplas manifestações de solidariedade nos levam a exclamar com o Libertador Simón Bolívar: "É imperturbável nossa resolução de independência ou nada".

Pode fazer um breve esboço de Manuel Marulanda Vélez?
Estou escrevendo um, titulado MANUEL MARULANDA VÉLEZ o herói insurgente da Colômbia de Bolívar. Por enquanto só respondo sua pergunta com os versos épicos do poeta Luis Vidales: "Canto Colômbia a Manuel, o guerrilheiro/ é esse, América Latina, o que eu canto/ a esse, mundo de hoje, vos o apresento/ Manuel é o pai da selva colombiana/ é o pastor da paz no rebanho/ Manuel é irmão dos rios e do vento/ e lá onde é mais livre a montanha/ doce pátria rumo ao céu, lá o sinto/ Em seu louvor a noite iluminada/ solta seu tiroteio de luzeiros/ As altas terras limpas o viram colombiano/ e o ar puro lhe foi dócil a seu sono/ A águia que passa é um disparo/ cada ave é como um papel que cruza o céu/ Para falar-lhe de pátria as árvores sussurram/ e o mastro da palmeira flameja sua bandeira/ para indicar que passa o guerrilheiro/ Um momento! lhe diz a límpida manhã/ e sobre um sobrado dos Andes americanos/ tira-lhe uma foto espectral de corpo inteiro/ As árvores são como esquadras de seu exército/ por defensor do pobre, parente próximo do trigo/ como a esse lhe sucede: que quarenta vezes têm-no deixado morto/ só para ficar quarenta vezes vivo.

Morreu o Comandante Marulanda em um mau momento para as FARC; o mês de março foi muito duro para a organização insurgente; perderam não só Raúl Reyes e Iván Ríos… Peço-lhe um comentário sobre as circunstâncias lutuosas que caracterizaram esse mês.
Os revolucionários não escolhem o momento de morrer, mas em qualquer lugar onde os surpreenda a morte, bem-vinda seja, como diz O Che, sempre que esse, nosso grito de luta –e isto é dito por mim- de luta pela Paz com justiça social, pela independência, o Socialismo e Pátria Grande, chegue a um ouvido receptivo. A luta é até as últimas conseqüências porque "em uma revolução se triunfa ou se morre se é verdadeira". Os desenlaces dolorosos são previsíveis em uma confrontação. Muito mais em nosso caso, pois enfrentamos um inimigo com grande poder de fogo, que tem degradado a guerra e que conta com todo o apoio da tecnologia militar de ponta e milhões de dólares do governo dos EUA no marco de sua espoliadora estratégia de domínio e subjugação. Mas, podemos afirmar que, apesar do triunfalismo mediático, estamos saindo da horrível noite de março com novas experiências e com um horizonte claro para continuar a luta pela paz, a justiça social, a democracia verdadeira e a dignidade.

Para muitos, esses golpes, essas mortes, deixam as FARC em difícil situação. Vários analistas consideram que esta guerrilha está quase derrotada militarmente. ¿Estão certos?
Não conhecem as FARC. Confundem o desejo com a realidade e enganam-se com suas próprias fantasias. O Exército das FARC não é amador nem carece de experiência. Acontece com ele tal qual com Bolívar, que crescia diante da adversidade. Sobre o fim das FARC vêm falando desde o ataque à Marquetalia, em maio de 1964. Durante 44 anos o império norte-americano e a oligarquia colombiana têm desenrolado, um após o outro, inúmeros planos e operações militares para aniquilar essa força revolucionaria, mas não puderam derrotá-la. Primeiro, foi o Plano LASO, sigla em inglês que significa Operação Latino-americana de Segurança; seu objetivo: impedir o surgimento de uma nova Cuba no Continente, daí a Operação Marquetalia. Logo montaram a Operação Sonora que buscava derrotar militarmente as FARC na Cordilheira Central, mas não levaram em conta que enfrentavam os guerreiros de Manuel. Depois, lançaram a Operação Centauro ou Casa Verde, mas os agressores tiveram que regressar com o rabo entre as pernas à Base militar de Tolemaida, onde foram recebidos por seus mentores e instrutores ianques. A essas agressões seguiram como enxurradas, os planos Thanatos, Destructor I, Destructor II o Plano Colômbia; paralelamente a estes desataram o horror do paramilitarismo criminal, de estratégia contra-insurgente do Estado, que buscava destruir o que considerava como bases sociais da guerrilha através dos massacres, as covas comuns e a moto-serra. E, nestes últimos anos, com o Plano Patriota, desenhado pelos estrategistas do Comando Sul do exército dos Estados Unidos, com o uso de sofisticadas tecnologias militares, com satélites, aviões e aparatos não tripulados, com uma força que ultrapassa os 400 mil efetivos e milhares de assessores e mercenários ianques, com a "ajuda" militar de Washington, com dezenas de helicópteros e dez bilhões de dólares no último período, aspiram mediante um esforço desesperado derrotar a insurgência e a inconformidade popular. Nem o fogo, nem as bombas das operações militares das oligarquias e o império, nem as passeatas manipuladas conseguirão desarticular a resistência e a luta por uma Colômbia Nova e bolivariana. A luta armada na Colômbia tem vigência porque os problemas políticos, econômicos e sociais que lhe deram origem, não foram solucionados. Em 1984, com o Acordo de La Uribe, tentamos a luta pela via eleitoral, mas a alternativa política fruto desse Acordo, a União Patriótica, foi brutalmente exterminada aos tiros. Cinco mil entre dirigentes e militantes foram assassinados pela intransigência do regime santanderista que oprime a Colômbia. Por isso, agora lutamos clandestinamente através do Movimento Bolivariano pela Nova Colômbia. Nas FARC existem pessoas de principios. Somos índios bravos. Não nos seduzem com cantos de sereia. Estamos prontos para entrar em combate, com passo de vencedores, ao Ayacucho do século XXI, ao qual convocamos todos os povos de Nossa América. Parafraseando a Bolívar: estamos como o sol; brotando raios por todas as partes.

O que pode nos dizer sobre a versão do Presidente Uribe e do ministro da defesa, Juan Manuel Santos, que afirmam que a morte do Comandante Marulanda não foi conseqüência de uma parada cardíaca, mas dos intensos bombardeios ou por susto?
Tanto o Presidente Uribe quanto seu ministro, estão fazendo uso da mais incrível e insana burrice. Só poderia caber na sua cabeça de um imbecil que o legendário guerrilheiro que enfrentou durante 60 anos a 17 governos e a todos seus Estados Maiores das Forças Armadas pudesse morrer de susto. Essa pretensão tão improcedente, só provoca hilaridade e indignação. Como disse o mesmo Comandante Manuel: "a gente não morre por disparos de palavras".

Como foi decidida a designação de Alfonso Cano como Comandante máximo das FARC e que variações implica essa determinação na condução da organização?
Implica a continuidade dos planos. E sobre a forma como decidimos sua designação como novo Comandante em Chefe das FARC, posso lhe dizer que foi por unanimidade, no dia 27 de março, uma vez informados da lamentável noticia do óbito do Comandante Manuel Marulanda. Nesse mesmo dia decidimos, também, adiar essa notícia até o dia 23 de maio para comunicá-la no marco do aniversário dos 44 anos das FARC. Todo o Estado Maior Central, o Secretariado, assim como as guerrilheiras e os guerrilheiros, como um só corpo, respaldam ferreamente o Comandante Alfonso Cano.

Muitos críticos e analistas afirmam que, com a chegada do Comandante Cano à chefia das FARC, abrem-se novas possibilidades para iniciar uma negociação; uma nova oportunidade para o Intercâmbio Humanitário e a paz. Qual a sua opinião sobre essas afirmações?
As políticas das FARC estão definidas já. São determinadas por nossas Conferências e as reuniões Plenárias do Estado Maior Central. Temos uma linha tática e outra estratégica, elaboradas coletivamente. A paz tem sido e é sempre nosso principal objetivo estratégico, e nisto coincidimos com o Libertador para quem "a insurreição se anuncia com o espírito de paz, se resiste contra o despotismo porque este destrói a paz, e não toma as armas, a não ser para obrigar seus inimigos à paz".

Os acontecimentos do dia 2 de julho, que culminaram na libertação de 15 prisioneiros pareceram indicar que os resgates militares solucionam esse problema. O que aconteceu nas selvas do Guaviare?
No inesperado resgate de 15 prisioneiros de guerra nas selvas do Guaviare, nem Uribe nem Santos, nem os generais Padilla e Montoya são os heróis, pois para essa operação só colaboraram com os helicópteros, já que todo o trabalho esteve a cargo dos dois traidores, que logo, logo, foram traídos pelos generais e o governo. O feito foi aproveitado para elogiar o Presidente, os militares, a política de Segurança Democrática, mas sobretudo, para tapar a escandalosa ilegitimidade e ilegalidade do segundo mandato do senhor Uribe, surgido do delito de suborno que favoreceu sua reeleição imediata. Buscava o Presidente Uribe dissimular seu talante de desaforado ditador que ataca com todos os fogos de sua ira os falhos da Corte Suprema que lhe são adversos. Atuando por fora de seu próprio estado de direito pretende derrubar desde o Palácio de Nariño, com poderosas cargas explosivas, a independência da Corte. Tem submetido o Setor Legislativa do Poder Público, já; agora quer cooptar o Setor Jurisdicional.

A propósito dessa libertação do dia 2 de julho o Comandante Fidel Castro tem dito que as FARC jamais deveriam ter capturado Ingrid Betancurt e que também não deveriam ter nas condições da selva em prisão os soldados e civis. Ele assinala isto como um ato de crueldade. Qual sua opinião sobre esse argumento do Comandante?
Não gostaria de expressar sentimentos que estimula esse tipo de posições. Somente quero dizer que as FARC estão em todo seu direito de buscar por todos os meios a liberdade dos combatentes guerrilheiros presos tanto nos cárceres do regime quanto nos do Império. Buscamos uma saída que ponha fim ao sofrimento do cativeiro dos prisioneiros das duas partes enfrentadas. Deve-se pensar também na crueldade das correntes que suportam os nossos nas masmorras do regime uribista e nas do império, que são as mesmas que padecem os 5 heróis cubanos e os milhares de prisioneiros violentados em seus direitos, como ocorre nos cárceres de Abu Grahib e de Guantánamo. Gostaria de acrescentar que na Colômbia alguns dirigentes políticos são mais militaristas e guerreristas que os próprios militares. Muitos deles instrumentam e são protagonistas ativos da legislação de guerra e da repressão contra o povo da Colômbia por conta do Terrorismo de Estado.

O presidente Uribe fala de cercos humanitários sobre os possíveis acampamentos onde se encontram os prisioneiros de guerra. Que significado tem para as FARC esse anuncio? Continua a ordem de não permitir o resgate à sangue e fogo?
Não existem cercos humanitários, em assuntos de guerra os cercos são cercos militares. Com os tais cercos humanitários o governo busca enganar para dar a sensação de que tem controle territorial, controle que nunca existiu. Por trás dos cercos humanitários existe uma ordem infame de Uribe a seus generais de resgatar à sangue e fogo os prisioneiros, sem que importem as conseqüências. Nestas circunstâncias, qualquer desenlace fatal será responsabilidade do senhor Uribe.

O governo francês tem oferecido receber todos os membros das FARC que estejam incluídos no intercâmbio. Estariam as FARC dispostas a deixar que os guerrilheiros liberados, sejam levados para outro país?
Essa idéia é em si mesma uma afronta desrespeitosa à dignidade dos guerrilheiros das FARC. Os verdadeiros combatentes não trocam as montanhas da Pátria, nem suas convicções por um humilhante desterro em ultramar.

A França assumiu a presidência da União Européia no dia 1 de julho. Dado o interesse desse país no intercambio humanitário, as FARC pensarão na possibilidade de buscar o reconhecimento político, o reconhecimento de beligerância e a retirada de seu nome da lista de grupos terroristas?
De fato somos uma força beligerante à espera dos que estejam dispostos a buscar a Paz na Colômbia, e, para isso, façam esse reconhecimento. É uma condição temporal, enquanto se resolve o conflito de legitimidades. O qualificativo de terroristas não é mais do que uma imposição do maior terrorista da Humanidade: o governo dos Estados Unidos.

A mídia fala profusamente que as FARC estão golpeadas política e militarmente, assim como dizimadas tanto em número de combatentes quanto nos recursos econômicos. Os analistas expressam que as FARC passam pelo pior momento de sua história; Quão golpeadas estão as FARC?
Na realidade, o que lhes preocupa é um eventual desencadeamento da inconformidade social junto à existência de uma guerrilha bolivariana como as FARC, que tem completado já o posicionamento estratégico de sua força em todo o território nacional. Por isso o Plano Patriota e o aumento da intervenção militar dos Estados Unidos na Colômbia. Por isso a Base Aérea de Três Esquinas foi convertida em uma Base Militar estadunidense na Amazônia. E sabemos para que. Se as FARC estivessem esquartejadas, eles não estariam anunciando o traslado da Base ianque de Manta para Colômbia. O que está se decompondo mais e mais é a apodrecida institucionalidade burguesa, salpicada de sangue e cocaína, narco-paramilitarismo e ilegitimidade.

Nos atuais momentos é possível que se possa chegar a uma negociação de paz com o governo Uribe?
Com Uribe a paz não passa de uma quimera. A solução política do conflito só será possível com outro governo, e muito mais, se ele surge como resultado de um Grande Acordo Nacional, no qual desempenhem o papel principal, as forças das mudanças e o Soberano, que é o Povo. Um novo governo, que por ter a Paz como seu objetivo máximo, recolha as tropas em seus quartéis e mande de volta os ianques para sua casa.

Qual a caracterização que as FARC têm neste momento do governo de Uribe e da situação da institucionalidade colombiana em meio ao escândalo da narco-para-política e outros inocultáveis fatos como aquele da Yidis-política?
É um governo narco-paramilitar, ilegítimo e ilegal. Só não caiu, ainda, porque é mantido em pé pelo criminal apoio do governo de Washington, o Terrorismo de Estado, a manipulação da opinião através de campanhas da grande mídia, os massacres, o despojo de terras, o despejo forçoso, a moto-serra, as fraudes e o suborno. Estados Unidos necessita um regime como o colombiano, para utilizá-lo como ponta-de-lança para o assalto neoliberal ao Continente.

As FARC têm dito que o governo de Uribe Vélez é ilegal e ilegítimo. Por que, então, se mantém, segundo difunde a imprensa colombiana, nos mais altos níveis de popularidade; por que não cai esse governo?
As pesquisas não consultam 70% da população sumida na miséria e na pobreza, nem os mais de 4 milhões de deslocados de suas terras pelo Terrorismo de Estado. Não consultam 50% da população economicamente ativa que sofre a angustia cotidiana do desemprego ou o trabalho informal. Não consultam os sindicalistas perseguidos, nem os indígenas violentados, nem as negritudes esquecidas, nem os estudantes reprimidos. Os 80% de popularidade de Uribe é una farsa, resultado da mais asquerosa manipulação da opinião.

O que se pode esperar da nova geração de Comandantes que tem assumido a condução das FARC: uma línha militar mais dura ou pelo contrário, a chegada à política total?
Continuar o caminho traçado pelo inesquecível Comandante em Chefe, Manuel Marulanda Vélez, quer dizer, aquele da política total, que é a luta estratégica pela tomada do Poder pela via das armas e da insurreição, com o qual se chegaria a um governo revolucionário, ou pela via das alianças políticas rumo à instauração de um governo verdadeiramente democrático, em consonância com a Plataforma Bolivariana pela Nova Colômbia.

Segundo os supostos computadores do Comandante Raúl Reyes, as FARC têm sido financiadas pelo governo do Presidente Hugo Chávez. O qué há de certo nisso?
Se fosse assim, teríamos derrubado já esse governo lacaio dos EUA. Essa afirmação é um pretexto intervencionista. O que deve chamar a atenção de América Latina e do mundo são os dez bilhões de dólares que a Casa Branca tem aportado ao governo terrorista de Uribe, para massacrar, desaparecer, despojar, deslocar... o povo. Colômbia é o primeiro receptor de ajuda militar dos Estados Unidos neste Hemisfério e, o terceiro no mundo. Claro, o governo de Washington apóia desta maneira seu testa-de-ferro predileto, na desestabilização da região, pensando na contenção da poderosa força bolivariana que já se vê no horizonte deste século. Um tribunal dos povos deve conduzir ao banco dos acusados o Império ladrão e violento que quer seguir subjugando os povos.

As FARC financiaram a campanha presidencial de Rafael Correa no Equador?
Mas, com o que? Isso é um contrasenso. São as FARC que necessitam da ação do internacionalismo solidário dos povos do mundo.

Com todas as dificuldades que se têm apresentado, em torno do tema da presença guerrilheira, como pretexto para criar a crise diplomática entre Colômbia e Equador ou entre Colômbia e Venezuela, não vêm a necessidade de uma reformulação de sua forma de luta, sobretudo, quando está latente a ameaça dos Estados Unidos, com o argumento de que atuará contra os que apóiem o terrorismo?
A luta armada não está em questão. As causas que a motivaram não foram superadas. Continuam. As oligarquias só querem uma paz que não toque seus privilégios, que não modifique as injustas estruturas políticas, econômicas e sociais que têm causado a pobreza pública. A estratégia de dominação dos Estados Unidos já está traçada e o pretexto é o que menos lhes importa. Eles estão correndo atrás do petróleo da Venezuela, do gás da Bolívia, das riquezas da Amazônia...., e, que nossos povos fiquem com os buracos e a miséria. Por isto, necessitamos articular a resistência às políticas agressivas do Império. Gostaria de recordar que nos fuzis guerrilheiros das FARC resistem os povos de Nossa América. E quanto à pertinência da luta armada, uma reflexão do Libertador: "Mesmo que sejam alarmantes as conseqüências da resistência ao poder, não é menos certo que existe na natureza do homem social um direito inalienável que legitima a insurreição". Enquanto existirem as FARC ninguém poderá tomar o fuzil de Che.

A Guajira é da Venezuela como diz o Presidente Chávez?
Sem dúvida La Guajira pertence à Colômbia de Bolívar e do primeiro precursor da Independência de Nossa América, o Generalíssimo Francisco de Miranda. Nosso critério é o mesmo exposto pelo Libertador a Páez: "Esqueci de lhe dizer que temos pensado fundir juntas, duas ou três metades dos Departamentos de Boyacá, Zulia e Barinas, para que não haja mais fronteira de Venezuela nem da Nova Granada, porque esta divisão é a que está nos matando, e portanto devemos destruí-la". Uma reafirmação final: Juramos vencer, e Venceremos.