"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 3 de julho de 2008

Ingrid Betancourt livre: Acelerar a busca pela paz

Jaime Caycedo - Secretário Geral do Partido Comunista Colombiano / Rádio Café Stéreo

Ingrid Betancourt, os três prisioneiros de guerra estadunidenses e onze funcionários militares acabaram em liberdade nesta tarde em uma operação militar executada em áreas limítrofes dos departamentos colombianos de Vaupés e Guaviare.

Foram libertados, além da ex candidata presidencial, as seguintes pessoas:

Thomas Howes, Keith Stansell y Marc Gonsalves, contratados estadunidenses do Pentágono, capturados em 13 de março de 2003, quando faziam serviços de espionagem no marco do Plano Colômbia. Ainda, Juan Carlos Bermeo y Raimundo Malagón, tenentes do exército, Erasmo Romero, José Ricardo Marulanda, segundo sargentos do exército; William Pérez, José Miguel Arteaga y Armando Flórez, cabos do exército. Vaney Rodríguez, tenente da policia. Jairo Durán, y Julio Buitrago, cabos da policia. Armando Castellanos, superintendente da Policia.

O governo colombiano tema presentado a operação como um triunfo militar na política de guerra contra-insurgente do governo. De fato, a operação implicou ações de inteligência e infiltração que permitiram comprometer, mediante simulação, os guardiões dos reféns. Vultuosas recompensas para estimular as deserções dentro da própria guerrilha se anunciam permanentemente pelos meios de comunicação e bombardeios de propaganda nas zonas de conflito. Não descarta interceptações de comunicações com a mediação de satélites do comando sul dos Estados Unidos. O resgate coincide com o momento em que o candidato de Bush à presidência encerrava uma visita à Colômbia.

Deve recordar-se que os governos da França e Suíça haviam enviado, há vários dias, contatos destinados a libertar a várias pessoas. Os movimentos dos presos que provinham de três grupos diferentes dispersos na selva, indicam que efetivamente estavam em processo de ser reunidos, quiçá no contexto das prometidas libertações.

Para Uribe este sucesso representa um alívio em meio à crise política desatada pelos processos que move a Corte Suprema contra parlamentares aliados do governo e a ex parlamentar Yidis


Medina, condenada pelo crime confesso de suborno, que determinou a maioria de votos que tornaram possível a reeleição de Álvaro Uribe, nas eleições de 2006. Uribe tem planejado convocar um referendo para ratificar sua legitimidade. Ao mesmo tempo, se sabe que seu objetivo é uma nova reforma constitucional que permita reeleger-se em 2010.

A natural alegria pelo sucesso alcançado não esconde que permanecem retidos outros prisioneiros. É claro que se trata de um revés, mas não de uma derrota das FARC. O êxito alcançado pelas forças oficiais não desqualifica a necessidade do acordo humanitário, que pode ser um passo importante em busca de uma saída política negociada do prolongado conflito interno colombiano. Nesse sentido deve continuar a pressão nacional e internacional para alcançar a paz democrática, com justiça social e soberania.