"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 23 de julho de 2008

O poder da insurgência

Bastou sair o comunicado do Secretariado das Farc-EP explicando que os 15 prisioneiros de guerra em seu poder fugiram devido à traição dos ex-guerrilheiros Cesar e Gafas para que o alto comando dos esbirros do Miniführer colombiano jogassem um balde de água fria na domesticada, alienada e subjugada opinião nacional. Disso resultou mais um falso positivo para a fratricida força de segurança pública colombiana.

Melquizedeque Torremolinos

Bastou sair o comunicado do Secretariado das Farc-EP explicando que os 15 prisioneiros de guerra em seu poder fugiram devido à traição dos ex-guerrilheiros Cesar e Gafas para que o alto comando dos esbirros do Miniführer colombiano jogassem um balde de água fria na domesticada, alienada e subjugada opinião nacional. Disso resultou mais um falso positivo para a fratricida força de segurança pública colombiana.

Nem os milhões de dólares, nem todo o serviço de tecnologia americana, emprestada, é claro, atingiram a unidade de comando da Insurgência Revolucionária. Por seu lado, a atitude traidora desses dois chefes “guerrilheiros” não assegura nenhuma capacidade ao exército inimigo de controlar as comunicações e canais do Secretariado nem, tampouco, atingem o bloco guerrilheiro. A unidade de comando saiu ilesa. O exército inimigo continua baseando-se em suposições sobre a debilidade do inimigo.

Ele subestima a sua força e, sobretudo, a sua potencialidade. No desenvolvimento da guerra, esse estágio nos anima a considerar que a presença, existência e intensificação da luta armada na Colômbia continua sendo um ingrediente fundamental no âmbito da resistência popular. Que a presença da luta armada garantirá o equilíbrio de uma negociação política; há sempre a certeza de que meio século de luta armada revolucionária não poderá ser desconhecido pela ditadura midiática. Também não é de todo desconhecido que o Estado colombiano tem a faca e o queijo na mão.

Tanta brasa ardente queima.
O comunicado das Farc-EP demonstra o conhecimento do momento político colombiano; deu-se no momento em que, sob o rufar dos tambores triunfalistas, pondo água no chopp do Cipayo governante colombiano justamente durante a preparação da ansiada visita ao Presidente Chávez, e em em decorrência do explicável e qualificado comportamento de um governante - uma vez que são governos vizinhos -, mesmo que seja um sátrapa, ilegítimo e manchado com sangue popular, obrigados a lidar com os acordos entre as nações, enquanto a crescente maturidade de suas responsabilidades lhes chamem a responder por seus crimes.

Não é relevante deter-se nos motivos que levaram o governo bolivariano à restaurar as relações com o governo vizinho, encabeçado pelo narco-para-presidente . Eles têm a responsabilidade da condução da revolução bolivariana. O ritmo da revolução colombiana deve continuar.

Que novamente o mundo compreenda que, diante da ditadura hegemônica da direita terrorista de Estado na Colômbia, o único interlocutor internacional válido é a Insurgência. Os quadros da oposição política colombiana hão de resguardar-se como a menina dos olhos ante a intensidade da guerra que a cada dia toma mais força na Colômbia. É impossível ocultar o recrudescimento em todos os níveis dos assassinatos seletivos registrados no país da insegurança. Alarma o assassinato seletivo de membros do magistério colombiano filiados ao sindicato de educadores no norte de Santander.
Enquanto isso investe-se com sanha encarniçada contra o responsável setor social a serviço das causas populares. É impressionante a quantidade de ações sanguinárias organizadas pelas forças oligárquicas do Estado colombiano. Continua sendo o alvo de suas ações contra-insurgentes todo o povo indígena e camponês. Por isso a denúncia pública não deve parar e a imperiosa busca da solução política não pode descansar.

A ação contra-insurgente da lúmpen-burguesia

O messias salvador dos interesses oligárquicos e do Império na Colômbia se vangloria do crescimento econômico resultado do investimento de capital privado. É óbvio que nenhum Prêmio Nobel de Economia jamais se aprofundou nos subterrâneos da economia colombiana.
Sempre passou despercebida a loteria de milhões repartidos ou oferecidos - com filas longas de incautos recebendo astronômicos interesses - à “ciência e paciência” de todos para a legalização da lavagem de ativos - ou que “carros fantasmas” lancem ao ar bilhões de pesos em momentos da debandada dos chefes narcotraficantes paramilitares, dada a lógica de que “é melhor mostrá-los; que ocultá-los…”. Não existe empresário nem investidor de qualquer índole na Colômbia que não tenha sido tocado por esses “capitais sujos”. Nisso se fundamenta o império mafioso da elite feudal do narcotráfico paramilitar na Colômbia.

E tem mais: eles gostam de ser chamados de oligarcas de província ou locais! Esses adjetivos têm muito peso na sua reputação. A desmedida onda privatizadora mantida pela força hegemônica da direita terrorista na Colômbia está fundada em “capitais de lixo”. Diferente do chamado capital andorinha, esse tem permanência, mas está preso a um presente sem futuro. Talvez até o capital financeiro especulador se permite receber alguns de seus afagos.
Não.
O caminho de guerra prolongada da revolução colombiana tem assimilado grande parte dos gastos. Sabem do desenlace que virá; mas acreditam que não será algo apocalíptico, que não deixe pedra sobre pedra. Buscam ajustar-se à concepção de que os revolucionários de esquerda compartilham da saída negociada ao conflito bélico: ora, nisso é preciso ser claros! É por isso que afirmamos que os interesses oligárquicos e do Império só contam com o presente. O futuro é nosso e me detenho nisto para explicar o alvoroço causado peloo conteúdo da última mensagem do Secretariado das Farc-EP, que indiscutivelmente convencerá a opinião popular colombiana de que o futuro nos pertence!

Portanto, à aplicação da apátrida e absurda extradição de colombianos, como instrumento político contra-insurgente utilizado pelo Miniführer, acrescenta-se uma calculada dança de milhões de dólares lavados de ativos como recompensas, o que é feito sem qualquer escrúpulo. Tudo isso é muito próprio da mentalidade lúmpen-burguesa (a fotografia do general do exército colombiano entregando o feixe de notas ao sapo encapuchado reflete muito bem a sua ânsia em obtê-lo, gastá-lo, circulou o mundo inteiro com uma infinidade de piadas interessantes).

Essa mensagem pedagógica, educativa, volta a repetir-se no desenlace – não da fuga, evidentemente – da ex-refém Ingrid Betancourt ao lado de tropas das Forças Armadas e a frustrante saída, com impunidade coroada, de três agentes da CIA. Uma ideologia mafiosa e de aquisição de dinheiro fácil, como a do governante colombiano, é a principal arma usada para fazer fraquejar o sujeito humano que já vive em situação moral degradante. É o dinheiro que toca esse tipo de consciência alienada. Patrocinando a aleivosia e o engano, o negócio da guerra continua enriquecendo ao Generalato colombiano.

No Brasil, o fatídico ex-general Álvaro Valencia Tovar, falando em nome do Generalato da Colômbia, reafirmou, na condição de assessor ativo em inteligência de seus pupilos Comandantes do Exército e das Forças Armadas na Colômbia, que o Secretariado das Farc-EP estava sendo monitorado. Agora voltou a mentir sobre a interceptação das comunicações diretas do Secretariado, outra falsa pista do exército genocida colombiano. Isso deixa claro que a casta do Generalato e todos os colaboradores do exército colombiano estão em atividade no palco da guerra civil colombiana, em estreita colaboração com a CIA e dando suporte à permanência de mais de três mil soldados norte-americanos em território colombiano.

Os sinos tocaram no 20 de julho

Novamente os meios de alienação em massa, nacionais e internacionais, tocam seus sinos para legitimar o governo ilegítimo e narco-para-terrorista colombiano. A jornada “contra o seqüestro” se transformou em outra oportunidade perdida para a consecução da saída efetiva do conflito. Será mais uma jornada de ódio e frustração dos colombianos. Exigir unilateralmente a liberação do prisioneiros de guerra, como a Insurgência qualifica os retidos nas selvas colombianas, é próprio de desequilibrados.

Esquecer a tragédia da família colombiana com presos nos dois lados só beneficia a continuação da guerra. Tanto os presos políticos e guerrilheiros como os prisioneiros de guerra nas selvas colombianas pagam por uma mesma condição: perderam a sua liberdade!
É impositiva a necessidade de manifestações na Colômbia e no Mundo pelo Acordo Humanitário. Enquanto isso não ocorre, me dói enviar um artigo narrando a provável tragédia que se avizinha, de fazerem-se mais presos políticos abarrotarem as prisões do Estado Terrorista colombiano e mais prisioneiros de guerra passarem penúrias nas selvas colombianas.