De que Colômbia falamos?
Por MOISES SOLANA.
Para qualquer
venezuelano de minha idade, torna-se fácil relembrar como nos anos
sessenta e setenta se estigmatizava aos habitantes da Colômbia,
“...se não o fazem na entrada, o fazem na saída...”. Se chegou
quase a uma confrontação bélica, a propósito do incidente como o
das fragatas CALDAS. As compras militares. Certamente, tinham a
nosso mentor mundial [USA] como suporte fundamental a uma possível
confrontação com nosso vizinho. Hoje, no entanto, os mesmos
setores que estimulavam esta predisposição para nossos vizinhos,
Oh surpresa!, redescobrem a Colômbia e, como por arte de magia,
esta passa a ser um modelo de DEMOCRACIA E DESENVOLVIMENTO na
região.
·
Mais de três mil dirigentes
do movimento político União Patriótica, que quis fazer vida
política legal nos anos oitenta, foram assassinados quando os
setores dirigentes do país se aperceberam de sua influência
política nos setores populares. [é possível desenvolver vida
política legal na Colômbia, sendo opositor aos setores
dominantes?].
Então, quando CNN, El
País, ABC, La Nación de Espanha, El Nacional, El Universal, 2001
etc. de Venezuela, El Mercurio, de Chile, Clarín de Argentina, O
Globo do Brasil, nos falam da Colômbia como um paraíso, de um país
para se morar, de qual Colômbia me falam, será acaso da Colômbia
paraíso para os investimento do capital internacional, o qual leva
90% dos lucros obtidos, graças a mão de obra barata e as
facilidades para o investimento, ou da Colômbia das grandes
maiorias, a Colômbia que padece dos falsos positivos, a Colômbia
dos deslocados, a dos pivetes de Bogotá. Será, por acaso, que há
várias Colômbias?