"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A Paz no el centro do debate


-->

Fonte: www.anncol.eu


No passado 19 de novembro, se cumpriu um ano do processo de paz entre o governo de Juan Manuel Santos e a insurgência das FARC-EP, após apresentar ante a opinião pública o acordo geral para a terminação do conflito e a construção da paz estável e duradoura. Igual que em anteriores tentativas de diálogo, os inimigos da paz se têm feito presentes. Neste caso, sem ainda haver conseguido seu objetivo. De forma simultânea, cresce o movimento social e popular que exige justiça social como elemento fundamental da paz que se acorde. O balanço é positivo, neste lapso de tempo as partes apresentaram como resultado a firma de acordo em dois dos seis pontos da agenda de diálogo e negociação, acordos parciais nos pontos da problemática agrária, terra e território e participação política.


No entanto, durante este ano de processo de paz o governo teve um duplo discurso: se mantém na mesa de diálogo em Havana –Cuba-, enquanto na Colômbia aprofunda a agenda neoliberal e a política de guerra.


Em meio a esta contradição governamental, os inimigos da guerra, que outrora estavam escondidos, querem pescar em rio revolto; pretendem voltar completamente ao governo em 2014. Sob o pretexto de manter a guerra, se atrevem a alçar bandeiras próprias do campo popular e de esquerda do país. Tal tem sido o oportunismo que em alguns protestos tem pousado de estar ao lado do interesse de setores populares, como do campesinato e da saúde. O discurso guerreirista se mantém no interior do governo. Setores visíveis do estabelecimento se atracam em cadeiras ministeriais como a do Ministério de Defesa. A guerra total é seu melhor negócio, lhe tem sido rentável para a acumulação de riquezas e de poder, e pretendem perdurá-la no tempo.


O movimento popular e democrático se mobiliza em respaldo ao processo de paz e em rechaço à agenda continuísta de Juan Manuel Santos. Grandes mobilizações têm dado um forte apoio aos diálogos com a guerrilha das FARC, ao tempo em que têm reivindicado o início do diálogo com o Exército de Libertação Nacional –ELN. O processo de paz deve incluir necessariamente a estes dois exércitos guerrilheiros. A vontade popular expressada nas ruas está a favor do processo, insiste na paz como sinônimo de justiça social, e para conquistar este anseio popular se requer uma ruptura com o modelo econômico imposto nas duas últimas décadas no país e uma necessária democratização da vida nos campos sociais, políticos e culturais.


O povo conseguiu, apesar das dificuldades, mediante a mobilização e o protesto, demonstrar que vem tomando o controle da chave da paz. A paz não será conquistada por concessão dos setores do estabelecimento, não são nem os Santos nem os Uribes, pelo contrário, só poderá ser uma conquista popular. Em tal perspectiva, a unidade popular e democrática, a ação decidida e coordenada e a exigência de uma nova Constituição política da Colômbia, através de uma Assembleia Nacional Constituinte, uma Constituinte que ratifique os acordos de paz aos quais se chegue na mesa de diálogo, e ademais oriente o marco constitucional para a democratização, a justiça social e a soberania, são os elementos que estão no centro do debate atual.
Marcha Patriótica 


Tradução: Joaquim Lisboa Neto