A Paz no el centro do debate
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Fonte: www.anncol.eu
No
passado 19 de novembro, se cumpriu um ano do processo de paz entre o
governo de Juan Manuel Santos e a insurgência das FARC-EP, após
apresentar ante a opinião pública o acordo geral para a terminação
do conflito e a construção da paz estável e duradoura. Igual que
em anteriores tentativas de diálogo, os inimigos da paz se têm
feito presentes. Neste caso, sem ainda haver conseguido seu objetivo.
De forma simultânea, cresce o movimento social e popular que exige
justiça social como elemento fundamental da paz que se acorde. O
balanço é positivo, neste lapso de tempo as partes apresentaram
como resultado a firma de acordo em dois dos seis pontos da agenda de
diálogo e negociação, acordos parciais nos pontos da problemática
agrária, terra e território e participação política.
No
entanto, durante este ano de processo de paz o governo teve um duplo
discurso: se mantém na mesa de diálogo em Havana –Cuba-, enquanto
na Colômbia aprofunda a agenda neoliberal e a política de guerra.
Em
meio a esta contradição governamental, os inimigos da guerra, que
outrora estavam escondidos, querem pescar em rio revolto; pretendem
voltar completamente ao governo em 2014. Sob o pretexto de manter a
guerra, se atrevem a alçar bandeiras próprias do campo popular e de
esquerda do país. Tal tem sido o oportunismo que em alguns protestos
tem pousado de estar ao lado do interesse de setores populares, como
do campesinato e da saúde. O discurso guerreirista se mantém no
interior do governo. Setores visíveis do estabelecimento se atracam
em cadeiras ministeriais como a do Ministério de Defesa. A guerra
total é seu melhor negócio, lhe tem sido rentável para a
acumulação de riquezas e de poder, e pretendem perdurá-la no
tempo.
O
movimento popular e democrático se mobiliza em respaldo ao processo
de paz e em rechaço à agenda continuísta de Juan Manuel Santos.
Grandes mobilizações têm dado um forte apoio
aos diálogos com a guerrilha das FARC, ao tempo em que têm
reivindicado o início do diálogo com o Exército de Libertação
Nacional –ELN. O processo de paz deve incluir necessariamente a
estes dois exércitos guerrilheiros. A vontade popular expressada nas
ruas está a favor do processo, insiste na paz como sinônimo de
justiça social, e para conquistar este anseio popular se requer uma
ruptura com o modelo econômico imposto nas duas últimas décadas no
país e uma necessária democratização da vida nos campos sociais,
políticos e culturais.
O povo conseguiu, apesar das
dificuldades, mediante a mobilização e o protesto, demonstrar que
vem tomando o controle da chave da paz. A paz não será conquistada
por concessão dos setores do estabelecimento, não são nem os
Santos nem os Uribes, pelo contrário, só poderá ser uma conquista
popular. Em tal perspectiva, a unidade popular e democrática, a ação
decidida e coordenada e a exigência de uma nova Constituição
política da Colômbia, através de uma Assembleia Nacional
Constituinte, uma Constituinte que ratifique os acordos de paz aos
quais se chegue na mesa de diálogo, e ademais oriente o marco
constitucional para a democratização, a justiça social e a
soberania, são os elementos que estão no centro do debate atual.
Marcha
Patriótica
Tradução:
Joaquim Lisboa Neto