A esquerda, fator político da luta pela paz com justiça social
Por:
Partido
Comunista Colombiano, 17 Junho 2014
A
eleição de Juan Manuel Santos no segundo turno frente a OI Zuluaga
define de momento a incerteza apresentada pela ultra direita
militarista de pôr fim ao processo de diálogo e aos acordos
pactuados entre as FARC-EP e o governo colombiano.
No
primeiro turno, Zuluaga ultrapassou Santos com quase meio milhão de
votos. Agora, a diferença a favor de Santos de 900.000 votos é
suficientemente clara. Esta mudança só foi possível com o
explícito respaldo da esquerda, que o PCC e a UP apoiaram
decididamente. A coalizão unitária de Clara e Ainda cumpriu com
êxito sua tarefa.
O
triunfo de Santos não elimina a contradição entre os setores
dominantes, que pretendem perpetuar com a guerra suas odiosas fontes
de enriquecimento, e o grosso da sociedade, que deseja uma solução
política para pôr fim ao drama da guerra contra insurgente. Santos
governará com uma forte pressão de sua própria classe em termos de
seu modelo social neoliberal e dos poderosos fatores guerreiristas
incrustados no poder econômico e no Estado.
A
composição de forças que respaldou sua candidatura desde a
esquerda, do movimento social e da opinião temerosa do retorno de
Uribe reclama posições firmes frente às atitudes revanchistas, a
plataforma paramilitar co-governante, sobretudo nos níveis
regionais, as ameaças e os crimes contra a oposição democrática.
O direito à crítica, ao protesto popular, à recuperação de
terras usurpadas, à mobilização e à defesa da vida devem ser
protegidos frente a toda vulneração por agentes estatais ou
paraestatais. A luta contra o fascismo e as manifestações do
terrorismo de Estado continua vigente.
Respaldamos
a declaração conjunta das ex-candidatas da esquerda Clara López e
Aída Avella enquanto reafirma a necessidade de dar um novo ar ao
processo de diálogo, a importância da unidade, da justeza do voto
emitido, a independência e não participação no governo, assim
como a reafirmação de sua postura de oposição ao modelo
econômico, social e político existente.
A
vigilância e a mobilização popular estão na ordem do dia. As
bandeiras de cessar-fogo bilateral, cessação de bombardeios em
regiões agrárias, fim aos falsos positivos, reconhecimento e
libertação dos presos políticos, garantias para as expressões da
inconformidade popular estão vigentes. O mesmo [para] a luta pelas
reformas política eleitoral, estatuto da oposição, reforma
agrária, trabalhista, da saúde e da educação. É a hora da
mobilização popular.
A
experiência da convergência e da unidade ganha novos elementos.
Abriram-se novos espaços e surgiram novos interlocutores na
perspectiva da Frente Ampla pela paz com justiça social. Sua força
só pode estar na mobilização popular organizada e combativa. Ao
chamar a trabalhar por afinar os pontos programáticos e a
coordenação de atividades dirigidas a fortalecer a base social,
política e cultural do processo de diálogo para a paz, insistimos
na amplitude desta tarefa e na responsabilidade das forças avançadas
para responder consequentemente ao novo momento unitário.
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