PCB e UJC presentes no II Fórum pela Paz na Colômbia
Entre os
dias 5 e 7 de junho, ocorreu, em Montevidéu, o II Fórum pela Paz na
Colômbia. O evento, que contou com a participação de centenas de
pessoas e inúmeras organizações políticas e movimentos sociais do
continente, teve como principal incentivador a Marcha Patriótica.
O Fórum
ocorreu em um momento extremamente delicado na vida política
colombiana, no qual, após sucessivas agressões por parte do Estado
e descumprimento do governo de uma série de garantias, as FARC-EP
decidiram retirar o cessar fogo unilateral que sustentavam desde o
último dezembro, o que gerou uma ameaça do governo de retirar-se
das negociações de paz, o que poderia significar um aberto
confronto das forças militares estatais e do paramilitarismo contra
os trabalhadores.
Nesse
sentido, durante todo o encontro foi reforçada a necessidade de uma
ampla solidariedade internacional ao povo colombiano e do respaldo
dos setores populares aos diálogos de Havana, assim como sua
ampliação a fim de incorporar outros setores da resistência
armada como o ELN, no sentido de garantir não a paz desejada pelas
elites colombianas, que pressupõe o extermínio da insurgência, mas
sim a paz que abra a possibilidade para futuros processos de
transformações radicais no país.
A violência
e o desrespeito à vida e aos diretos básicos do povo colombiano não
são uma questão recente. Na abertura do evento foi apresentado o
relatório da comissão histórica que analisa o conflito colombiano,
no qual pode-se demonstrar o caráter autocrático da forma de
dominação burguesa no país, sempre disposta a utilizar de meios
extremamente repressivos para fazer valer seus interesses em
detrimento dos trabalhadores, o que hoje resulta em mais de 9.500
presos políticos.
No Fórum a
questão específica colombiana foi somada ao panorama geral da luta
no continente, onde, após um processo de aparecimento de alguns
processos populares em distintos níveis de radicalidade, vive-se
hoje uma dura ofensiva por parte do imperialismo, o que transparece
claramente nas 80 bases militares norte-americanas no continente, a
desestabilização de governos progressistas, como o caso da
Venezuela e o apoio a golpes de estados, tais como os casos de
Honduras e Paraguai. Nesse sentido, o caso colombiano ganha outra vez
relevo, pois esse país configura-se como o aliado estratégico do
imperialismo no continente, tanto pelo número de bases em seu
território, quanto pelos acordos existentes entre o exército
colombiano e de outros países na região, onde contingentes são
treinados para a repressão de movimentos sociais.
O PCB e a
UJC estiveram presentes desde o primeiro momento na construção
desse Fórum justamente por compreenderem a centralidade que ocupa
hoje em nosso continente a luta desse bravo povo. Durante o evento
tivemos a oportunidade de expressar nossa solidariedade e visão
política sobre o tema em uma mesa sobre o papel das mulheres na luta
antimperialista e em outra sobre a militarização da América
Latina, assim como estender nossa solidariedade à juventude daquele
país, que desde os últimos anos vem protagonizando importantes
manifestações e incorporando à luta dos estudantes as
reivindicações históricas dos trabalhadores.
Temos a
certeza de que o II Fórum pela Paz na Colômbia significará o
fortalecimento da solidariedade internacional à luta do povo
colombiano. Desde o Brasil, nos comprometemos a seguir firme nessa
importante luta, prestando a esse heroico povo nossas mais generosas
demonstrações do internacionalismo proletário.