"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 13 de junho de 2015

América Latina reivindica a paz da Colômbia



Declaração final do II Fórum Internacional pela Paz da Colômbia
Contigo posso e comigo quero. Vamos juntos companheiro”: Mario Benedetti
Reunidos no II Fórum pela Paz da Colômbia: 120 organizações e movimentos sociais e políticos, mais de 800 cidadãos/as latino-american@s, exilad@s da irmã Colômbia, academic@s e intelectuais, artistas, parlamentári@s, lutadores/as sociais e populares, trabalhadore/as urbanos, campesin@s, indígenas, afrodescendentes, mulheres, comunidade LGBTI, jovens e estudantes, de Argentina, Brasil, Colômbia, Equador, Chile, México, Paraguai, País Basco, Uruguai e Venezuela, declaramos unanimemente nosso compromisso com a vida e a democracia, valores que esperamos superem os desastres da guerra e da morte.
Em cumprimento deste ideário expressado também nas bases constitutivas da Unasul e da Celac, que defendem a paz como imperativo ético, com o qual se pretende avançar na integração regional, constituindo a América Latina como uma região de paz, democrática e com justiça social, declaramos:
Que nos encontramos em Montevidéu, uma diversidade de pensamentos e de projetos coletivos num ambiente solidário, reflexivo, esperançoso e deliberativo na busca da paz com justiça social para a Colômbia e de todo nosso continente; abraçados pelo povo uruguaio e suas mais representativas expressões organizativas, as quais nos permitiram pisar ruas que têm gravadas as marcas inapagáveis do General Artigas, Benedetti, Galeano, Liber Arce e de todo o heroico povo uruguaio; fazendo-nos sentir com todas as forças os ventos de mudança de época e das vozes por independência que percorrem todos os territórios de Nuestra América.
Que estamos convencidos do triunfo dos processos sociais e políticos anti neoliberais que percorrem todo nosso continente, que vêm marchando com obstáculos, porém sem pausa, permitindo o começo do fim do bloqueio imposto pelos Estados Unidos contra a maior das Antilhas, nossa querida República de Cuba. Ao tempo em que manifestamos nosso rotundo rechaço a toda estratégia de desestabilização do legítimo governo da irmã República Bolivariana de Venezuela e particularmente do decreto Obama.
Reivindicamos sem titubeios que as Malvinas são argentinas e de Nuestra América. Em geral, nos opomos a toda forma de intervenção militarista em qualquer país de Latino-América, pelo qual exigimos a abolição das bases militares estadunidenses e europeias na região, pontas de lança contra a soberania de Colômbia, Paraguai, Honduras, Argentina e toda Nuestra América.
Que, para transitar para um continente livre do militarismo, deve ser superado o longo conflito social e armado colombiano, que deixou milhões de vítimas, homens e mulheres em situação de deslocamento forçado, desaparecid@s, assasinad@s, exilad@s, prisioneir@s polític@s.
Para o qual é necessário o desmonte real dos grupos paramilitares e dos obstáculos militaristas que constituem um dos principais obstáculos para a implementação dos possíveis acordos de paz.
A sociedade colombiana tem no processo de paz uma oportunidade histórica para concretizar sua vontade de justiça social, democracia e soberania, com as quais as gerações vindouras poderão crescer, expressar-se livremente e viver dignamente.
Por isso, respaldamos totalmente os diálogos de paz que se realizam em Havana entre o governo dirigido pelo presidente Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-FARC-EP, entendendo que existe a vontade popular da Colômbia e Nuestra América para consegui-lo.
Neste sentido, entendemos que para alcançar uma paz estável e duradoura também é necessária a abertura do diálogo efetivo com as insurgências do Exército de Libertação Nacional [ELN] e do Exército Popular de Libertação [EPL].
Respaldamos a declaração dos países garantidores do processo de paz, Noruega e Cuba, no qual afirmam a necessidade de um imediato cessar-fogo bilateral, permitindo que o diálogo e a palavra prevaleçam sobre o estrondoso ruído da guerra. Isto gerará um ambiente de confiança para que a sociedade colombiana e as partes se dirijam com mais força para um acordo de paz estável e duradouro.
Em consequência, entendemos que o único caminho possível é a unidade do povo colombiano. Com alegria reconhecemos e saudamos os avanços e acumulados em iniciativas como a Frente Ampla pela Paz com justiça social, a Cúpula Agrária: campesina, étnica e popular, e outros processos de convergências; para estas e para todo o povo colombiano pedimos o respeito por seus direitos humanos e a ação plena do exercício político, sem que sejam intimidad@s, judicializad@s ou ameaçad@s.
Solicitamos garantias políticas e humanitárias para as eleições municipais e estaduais em outubro de 2015, frente ao qual esperamos contribuir na construção de uma missão de observação eleitoral que acompanhe diferentes regiões do país.
Neste sentido, também solicitamos a suspensão das detenções arbitrárias a dirigentes sociais, as montagens judiciais, a criminalização do protesto social. Propomos uma vez mais uma visita de observação sobre a situação d@s prisioneir@s polític@s, para contribuir com a garantia de condições dignas nos cárceres da Colômbia. Porém, sobretudo, somos solidários com a exigência de liberdade para @s quase 10.000 prisioneir@s polític@s nesse país.
Que recebemos com esperança a realização do I Fórum Parlamentar pela Paz da Colômbia, o qual permitiu a constituição da rede de parlamentari@s pela paz da Colômbia.
Em coerência com todo o anterior, propomos criar diversas redes de trabalhadores/as, de comunidades agrárias [campesinas e étnicas], de defensores/as de direitos humanos, de jovens e estudantes, de artistas e intelectuais e de mulheres. Desde as quais assumamos a difusão e acompanhamento à luta pela paz com justiça social em Colômbia; organizemos visitas de solidariedade a Colômbia; coordenemos encontros e fóruns por setores; assumamos a Campanha “Eu te chamo Liberdade” e outras campanhas que fortaleçam e dinamizem essas lutas.
Além disso, assumimos a revisão cuidadosa de todas as propostas realizadas ao longo deste II Fórum pela Paz da Colômbia para que possamos materializá-las. Nos comprometemos na conformação de uma delegação que leve as conclusões deste Fórum à mesa de diálogos em Havana.
E, finalmente, nos comprometemos, desde agora, na organização e participação de uma terceira versão deste Fórum.
Somos todos e todas Colômbia, estamos no caminho da unidade Latino-Americana continuando a tradição artiguista, san martiniana, martiana e bolivariana.
Somos mais, agora sim, a paz da Colômbia com justiça social, democracia e soberania, por uma América Latina livre de militarismo e onde definitivamente os direitos humanos sejam respeitados.


Vamos juntos companheiros e companheiras. 
Segunda-feira, 8 Junho 2015 01:55
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Equipe ANNCOL - Brasil