O ESTADO E O EMPRESARIADO: VENDENDO A PAZ
A
Mesa de Conversações em Havana deve derrotar poderosos inimigos,
salvar grandes obstáculos e consensuar as diferenças para chegar a
um Acordo Final; para isso, trabalha e avança com dificuldade, porém
com firmeza. No
entanto, o governo colombiano e o empresariado já converteram a Paz
num negócio e oferecem suas bondades às transnacionais.
Vender
a Paz agora, como estão fazendo e sem nenhum pudor, é nem mais nem
menos que “selar
sem ter a mula”,
diz a sabedoria popular.
Nas
agora tão em moda rondas de negócios, brindam todas as garantias
para o investimento estrangeiro, prioritariamente na produção
energética e na mega mineração; é a chamada reprimarização
econômica promotora do extrativismo. Nessas
voltas, vendendo a paz, andam o presidente Juan Manuel Santos, o
vice-presidente e ministro de Habitação, Germán Vargas Lleras, o
ministro de Fazenda Pública, Mauricio Cárdenas, o empresariado, até
Frank Pearl, integrante da equipe de diálogo do governo.
Os
que sempre tiveram tudo falam de sair em compras, no caso colombiano
saem
em vendas, a enfeirar as riquezas nacionais que são patrimônio de
todos e todas. Não
se trata de um ataque a todo transe, radical e descontextualizado ao
investimento estrangeiro, é preocupação legítima pela necessária
racionalidade e sustentabilidade da exploração dos recursos
naturais, também a reiteração da soberania como princípio
indeclinável.
Na
insaciável busca de lucros, o neoliberalismo desconhece a dor de
pátria, pois nada sabe de soberania.
Empresários
e governo privilegiam o negócio e o lucro individual acima de tudo,
para isso servirá a paz segundo sua ótica; por outro lado, as
organizações populares, a guerrilha entre elas, consideram a
necessária democracia e a justiça social como as conquistas da Paz.
Se
refletem assim as duas concepções enfrentadas.
As
transnacionais que operam no país informam multimilionários lucros
só superados pelos obtidos pelo setor financeiro; se fala
sem pudor da estabilidade e do crescimento econômico do país, porém
não se diz que é nas cifras da macroeconomia para nada refletidas
na cotidianidade de homens e mulheres da Colômbia. Até o Fundo
Monetário Internacional reconheceu os riscos
do suposto auge exportador, sem corresponder-se com a produção,
característico do extrativismo.
Um
dos argumentos usados para suavizar ouvidos e convencer endinheirados
para
investir em Colômbia é que nada
vai mudar com o diálogo,
então, para
que o processo? Não se trata de buscar acordos para assentar as
bases de solução das causas econômicas, políticas, sociais e
culturais do conflito?
É
irreal a ideia de uma economia funcionando de acordo com a vontade e
o subjetivismo.
Ademais,
a Colômbia atrativa para o investimento estrangeiro com a paz como
ingrediente central, atualmente
tem
como objetivo
proteger as transnacionais dos necessários incrementos nos impostos
e descarregar, como sempre, o peso da tributação nos setores menos
favorecidos
Nota:
Nem
foi,
nem
é,
nem
será propósito nosso
afetar o
povo do qual somos filhos,
ao
qual
pertencemos e
nos devemos.
¡O
demais
é
desinformação,
é
pura
é
física…
bazófia!
--
Equipe
ANNCOL - Brasil