"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


domingo, 28 de junho de 2015

Cúpula Agrária anuncia mobilizações "a partir de agosto" após encontro com Santos


Fonte: Colombia Informa

Depois de se reunir anteontem, quinta-feira, com o presidente Santos por cerca de três horas, os líderes da Cúpula Agrária caracterizaram o modelo de negociações que já leva mais de um ano como “um fracasso” e chamaram as organizações a que “comecem a se mobilizar por acordos descumpridos em temas estruturais e de política social”.
A reunião que a delegação da Cúpula sustentou com o primeiro mandatário contou, ademais, com a presença dos ministros do Interior e da Agricultura, do Assessor Presidencial para os Direitos Humanos, dos vice-ministros de Minas e Defesa; de um delegado do Departamento Nacional de Planejamento e do vice-fiscal geral da Nação. O encontro teve como propósito revisar o estado da negociação da lista de exigências e o cumprimento dos acordos assumidos pelo governo nacional; de igual forma, abordou a situação dos direitos humanos das comunidades e das garantias para a mobilização. Jimmy Moreno, porta-voz nacional do Congresso dos Povos e integrante da Cúpula Agrária, explicou: “Expressamos ao presidente nossa preocupação pela pouca vontade política assumida por seu gabinete para a solução das reivindicações e o cumprimento dos acordos pactuados desde o ano passado”.
Esta foi a oportunidade para reiterar a Santos que as políticas refletidas no Plano Nacional de Desenvolvimento, a agenda legislativa proposta por seu governo, a violação sistemática de direitos humanos e a falta de garantias vão na contramão das reivindicações construídas pelas organizações inscritas na cúpula e da paz que os colombianos tanto ansiamos”, ressaltou Moreno.
Frente ao tema de garantias para a mobilização e direitos humanos, os delegados da cúpula foram enfáticos. Enquanto o modelo continuar atuando de maneira agressiva, o número de violações de direitos humanos continuará crescendo no país. Prontamente se solicitou agilizar os processos de investigação pelas 19 pessoas assassinadas durante as jornadas de paralisação do ano anterior; além disso, proceder com o esclarecimento de diferentes ameaças às comunidades e a vários dirigentes sociais. Finalmente, se pactuou um compromisso para buscar fórmulas que destravem os processos judiciais das pessoas detidas durante os protestos dos anos 2013 e 2014.
Com relação ao Fundo de Fomento Agropecuário, recurso que se acordou depois das negociações da Paralisação Nacional Agrária, o presidente Santos se comprometeu em garantir os duzentos e cinquenta bilhões de pesos para a viabilidade e execução dos projetos formulados pelos processos e pelas organizações sociais.
Outro tema crucial na discussão com o governo nacional teve a ver com o fracasso do modelo de negociação da lista de exigências assumida depois da Paralisação Agrária de 2014. Jimmy Moreno explicou que até o momento a equipe de negociação do governo não expressou vontade política para cumprir os acordos, comportando-se nas reuniões com uma atitude indiferente e de pouco compromisso com as comunidades. Ante esta situação, se criará uma comissão entre delegados do governo e delegados da Cúpula Agrária, com mediação da Organização das Nações Unidas –ONU-, para construir uma nova metodologia que permita avançar de forma diligente nos oito pontos da relação de exigências. “Se bem que se tenha avançado em dois pontos [mineiro-energético e economia própria], há uma série de propostas às quais não se lhes deu resposta. Por tal situação, lhes demos um prazo de quinze dias a um mês para que nos respondam sobre as inquietações que saíram em relação a estes pontos”, explicou Moreno.
A mobilização não dará espera
A cúpula é clara neste tema e sua assembleia assim o definiu. Se insistirá na negociação com o governo, porém esse cenário não limitará as organizações para convocar a futuras mobilizações; toda vez que se vêm implementando uma série de políticas como o Plano Nacional de Desenvolvimento, não cessam as ameaças, a militarização e o despojo dos territórios. “Necessitamos que as organizações comecem a se mobilizar por uma série de acordos descumpridos em temas estruturais e política social. Fazemos um chamamento às comunidades e às distintas mesas regionais para que nos juntemos a partir de agosto aos processos de mobilização, protesto e exigência de nossos direitos”, concluiu Moreno.
Equipe ANNCOL - Brasil