A cidade de Medellín, completamente paramilitarizada durante a visita de Condolezza
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Cronistas de la Calle
Foi um êxito, afirma a imprensa da cidade, que a senhora Rice ficou encantada com os cavalos do senhor Uribe e os cultivos de flores que existem a caminho de Rio negro, onde tem sua “fazendinha” de descanso. Ah, e o caminho para cegar ali é também belíssimo. Logicamente o caminho mais rápido não foi o escolhido, pois não se pode colocar em questão a propalada política de segurança democrática, que tem sido um êxito segundo o senhor Uribe.
Subir a montanha pelas colinas de casinhas miseráveis, estradas de pedra e crianças desnutridas, não era uma boa opção. Subir por Santa Helena – jurisdição de Medellín – é, além do mais, perigoso, pois de um lado da rodovia se localiza o bairro 8 de Março, um dos territórios onde permanecem milicianos das FARC-EP.
Na cidade, não importou o incômodo por que tiveram de passar os que tinham que viver seu dia a dia, sair para trabalhar e deslocar-se de um lado para o outro em meio a uma cidade em colapso.
Os que vivem em “outro mundo”, os que dizem que tudo anda bem, deram-se conta de que a cidade estava sendo visitada por uma senhora muito importante que vem dos Estados Unidos. Ela diz que visitou nossa cidade porque ela está muita bonita, além de querer assinar o tratado de livre comércio que tanto “bem” nos fará… Que bom receber visitas de gente tão importante.
Para que tanto exército e policia na cidade? Havia mais militares que civis… Essa é a demonstração da tal segurança democrática… E os helicópteros militares sobrevoando a cidade durante todo o dia? Era preciso demonstrar que se tinha o controle. Claro, o controle paramilitar de Don Berna que controla tudo, taxistas, vendedores ambulantes, vigilância privada, e outras coisinhas.
Na Universidade de Antioquia (que fica ao ladinho do parque “EXPLORA” também visitado pela senhora), há muito tempo não se via tanto verde e tantos agentes disfarçados. E isso em um dos lugares que o prefeito – no padrão Uribe – lhe agrada visitar. Agrada-lhe tanto que decidiu por cuidar-lo e, por isso, formaram um corado de segurança ao se redor. Não se podia fechá-lo ao público durante a visita da senhora importante, porque tudo deve funcionar normalmente já que tudo está sob controle. Para os que foram ali nesse dia, tiveram de esvaziar suas mocilhas para demonstrar que não levavam nada que pudesse perturbar tão ilustre senhoras.
Nesse mesmo dia se inventou uma marcha pela paz onde todos sairiam de branco. Seria bom que a senhora pudesse ver que esta gente quer a paz… Mas o mais chamativo foi a quantidade de helicópteros que sobrevoavam a cidade…
A senhora foi embora encantada, não sem antes felicitar a quem tem feito coisas tão boas por uma cidade que vive em seus bairros sob controle dos paramilitares, que não se envergonha de ter crianças nas ruas vivendo da prostituição ou morrendo de fome. Que não se compadece da quantidade de famílias que chegam refugiadas e vão viver nas ruas, expulsas dos bairros da cidade ou de outras cidades pelos paramilitares; uma cidade onde aquele que se atreve a pegar algo que não é seu (por pequeno que seja) um relógio, um cadeado ou um pedaço de pão… Se é pilhado em flagrante como quem cai em um poço profundo, pois os poços profundos também abundam nesta cidade onde a lei é ver, ouvir e calar. Aqui não passa nada parceiro!
Contam-nos que os paramilitares estão “convidando” para uma marcha em 4 de fevereiro. Levarão as pessoas, seguramente, sob ameaças. Don Berna está convocando a marcha da prisão, dizendo que é para rechaçar o terrorismo. Um burro falando de orelhas.
Foi um êxito, afirma a imprensa da cidade, que a senhora Rice ficou encantada com os cavalos do senhor Uribe e os cultivos de flores que existem a caminho de Rio negro, onde tem sua “fazendinha” de descanso. Ah, e o caminho para cegar ali é também belíssimo. Logicamente o caminho mais rápido não foi o escolhido, pois não se pode colocar em questão a propalada política de segurança democrática, que tem sido um êxito segundo o senhor Uribe.
Subir a montanha pelas colinas de casinhas miseráveis, estradas de pedra e crianças desnutridas, não era uma boa opção. Subir por Santa Helena – jurisdição de Medellín – é, além do mais, perigoso, pois de um lado da rodovia se localiza o bairro 8 de Março, um dos territórios onde permanecem milicianos das FARC-EP.
Na cidade, não importou o incômodo por que tiveram de passar os que tinham que viver seu dia a dia, sair para trabalhar e deslocar-se de um lado para o outro em meio a uma cidade em colapso.
Os que vivem em “outro mundo”, os que dizem que tudo anda bem, deram-se conta de que a cidade estava sendo visitada por uma senhora muito importante que vem dos Estados Unidos. Ela diz que visitou nossa cidade porque ela está muita bonita, além de querer assinar o tratado de livre comércio que tanto “bem” nos fará… Que bom receber visitas de gente tão importante.
Para que tanto exército e policia na cidade? Havia mais militares que civis… Essa é a demonstração da tal segurança democrática… E os helicópteros militares sobrevoando a cidade durante todo o dia? Era preciso demonstrar que se tinha o controle. Claro, o controle paramilitar de Don Berna que controla tudo, taxistas, vendedores ambulantes, vigilância privada, e outras coisinhas.
Na Universidade de Antioquia (que fica ao ladinho do parque “EXPLORA” também visitado pela senhora), há muito tempo não se via tanto verde e tantos agentes disfarçados. E isso em um dos lugares que o prefeito – no padrão Uribe – lhe agrada visitar. Agrada-lhe tanto que decidiu por cuidar-lo e, por isso, formaram um corado de segurança ao se redor. Não se podia fechá-lo ao público durante a visita da senhora importante, porque tudo deve funcionar normalmente já que tudo está sob controle. Para os que foram ali nesse dia, tiveram de esvaziar suas mocilhas para demonstrar que não levavam nada que pudesse perturbar tão ilustre senhoras.
Nesse mesmo dia se inventou uma marcha pela paz onde todos sairiam de branco. Seria bom que a senhora pudesse ver que esta gente quer a paz… Mas o mais chamativo foi a quantidade de helicópteros que sobrevoavam a cidade…
A senhora foi embora encantada, não sem antes felicitar a quem tem feito coisas tão boas por uma cidade que vive em seus bairros sob controle dos paramilitares, que não se envergonha de ter crianças nas ruas vivendo da prostituição ou morrendo de fome. Que não se compadece da quantidade de famílias que chegam refugiadas e vão viver nas ruas, expulsas dos bairros da cidade ou de outras cidades pelos paramilitares; uma cidade onde aquele que se atreve a pegar algo que não é seu (por pequeno que seja) um relógio, um cadeado ou um pedaço de pão… Se é pilhado em flagrante como quem cai em um poço profundo, pois os poços profundos também abundam nesta cidade onde a lei é ver, ouvir e calar. Aqui não passa nada parceiro!
Contam-nos que os paramilitares estão “convidando” para uma marcha em 4 de fevereiro. Levarão as pessoas, seguramente, sob ameaças. Don Berna está convocando a marcha da prisão, dizendo que é para rechaçar o terrorismo. Um burro falando de orelhas.
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