Militares formados pela Escola das Américas envolvidos nos atentados de Bogotá
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Coletivo de Advogados “José Alvear Restrepo”
Um membro da inteligência militar colombiana e outro oficial que estão envolvidos em uma série de atentados que mataram a um civil e feriram 19 soldados em Bogotá, em 2006, foram alunos nos Estados Unidos da Escola das Américas, conforme se prova em uma revisão dos registros.
O Ministério Público colombiano está investigando o Coronel Horacio Arbelaez, ex-diretor da Central de Inteligência Conjunta do Exército, Major Javier Efrén Herminia Benavides e o Capitão Luis Eduaro Barrero, por terem colocado bombas em um centro comercial de Bogotá e outros locais, em julho de 2006, às vésperas da posse do presidente Uribe para seu segundo mandato.
Os atentados foram atribuídos à guerrilha das FARC.
Na maioria dos casos, não se detonaram as bombas, mas foram denunciados pelos próprios oficiais acusados e desativadas, para demonstrar as ameaças das FARC e mostrar que a inteligência militar estava cumprindo seu serviço.
Hermida participou de dois cursos na Escola das Américas, incluindo um curso intensivo de três meses sobre inteligência militar em 2000, enquanto Arbelaez participou de um curso de infantaria na Escola em 1981. Um estudo estatístico realizado pela socióloga Katherine MacCoy concluiu que quanto mais aulas faziam os oficiais latino-americanos, havia maior probabilidade de cometer tais atos. (Ver: Katherine E. McCoy, “Trained to Torture? The Human Rights Effects of Military Training at the School of the Americas”, Latin American Perspectives, Noviembre 2005; vol. 32: pp. 47 - 64, http://lap.sagepub.com/ )
Além do mais, a Central de Inteligência Conjunta do Exército, dirigida por Arbelaez, recebe assistência estadunidense, segundo uma lista do Departamento de Estado sobre as unidades verificadas e autorizadas (“vetted”) para receber asistencia.
Os oficiais possivelmente colaboraram com um desertor das FARC para colocar as bombas, segundo gravações, vídeos e documentos. Hermida, que alega sua inocência, contou a uma emissora de rádio colombiana que a operação no centro comercial se realizou com o conhecimento de altos oficiais militares.
Da mesma maneira, Hermida e Barrero enfrentam acusações penais pelos falsos acontecimentos, cinco dos quais têm sido investigados pela Procuradoria Geral da Nação.
Arbelaez, atualmente adido militar colombiano em Israel, anteriormente foi diretor de inteligência da Brigada 18 do exército, Essa Brigada, com sede no departamento petrolífero de Arauca, tem recebido ampla assistência e treinamento no país por parte das forças especiais estadunidenses.
Segundo informações da imprensa, Hermida e Barrero pertencem a Brigada 13 do exército, parte da qual recebe assistência estadunidense, assim como um centro de inteligência militar regional que também recebe assistência estadunidense.
Autor: SOAW - John Lindsay-Poland)[janeiro 2008]
Ver artículo original: http://www.soaw.org/article.php?id=205
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