"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


domingo, 17 de fevereiro de 2008

Torturas e Macarthismo


As torturas não podem ser justificadas em hipótese alguma. Tampouco o macarthismo “à la crioula”, desatado pelo regime narco-paramilitar colombiano pretende calar as vozes das vítimas do Terrorismo de Estado. Nossos mortos exigem justiça.


O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush acaba de dar declarações no sentido de justificar as torturas conhecidas como o ‘submarino’, aplicadas à pessoas acusadas de serem terroristas nas prisões dos EUA ao redor do mundo, especialmente em Guantánamo (Cuba).

A justificativa que dão para essas torturas é que elas são ‘simuladas’. Perguntamos: Simuladas para quem? Porque para os prisioneiros são muito verdadeiras. A tortura é feita com jatos de água que caem nas cabeças encapuzadas dos prisioneiros. Ou mergulhando suas cabeças na água.

Definitivamente não há nenhuma justificativa para aplicar torturas nos prisioneiros. Nunca. Sob nenhuma circunstâncias.

E como se fosse pouco, vemos que se desenvolve no país do norte um imenso macarthismo. Prática que é copiada –nunca são originais- pelos representantes do regime narco-paramilitar colombiano. Macarthismo à la crioula. José-Obdulio – Londoño e Valencia Tovar incluídos – acusando a ANNCOL porque apóia a marcha do dia 06 de março das vítimas de Terrorismo de Estado. Porque as vítimas –e nós em Estocolmo também- somos vítimas do Terrorismo de Estado aplicado pelos militares e narco-paramilitares. Nossos familiares assassinados também exigem justiça em suas tumbas. Nós estamos vivos porque um estado realmente democrátivo protegeu nossa vida.

Mas o macarthismo à la crioula diz que ‘participarão’ da marcha caso tirem dela os ‘militares e policiais’. Foi a tentativa mais bruta de tirar a essência do protesto. Primeiro que a ANNCOL diz que não ‘é das FARC’. Já temos demonstrado –e isso o Estado sueco sabe muito bem- que não somos “uma organização armada”, nem pertencemos à nenhuma. Que nosso argumento –não arma- é a palavra, a denúncia. E por isso ‘estão mordidos’, porque não nos podem calar. Depois da exigência de J. M. Santos de excluir os militares. E caso aceitem, que exigência virá depois? Abraços e beijos com os assassinos do povo colombiano?

Os povos são sábios. A jornada de protesto do dia 06 de março é múltipla. As marchas serão feitas, serão lidos poemas, se ouvirá música, se acenderão luzes ou velas. Tudo em homenagem às vítimas, de nossas vítimas, as vítimas do povo colombiano.

Os crápulas que pretendem implantar-nos a uninimidade estão equivocados. O protesto é contra o Terrorismo de Estado, militar, militarista e narco-paramilitar. E sua essa essência eles não poderão mudar.