"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Um país decomposto

Domínico Nadal/ANNCOL


Eu escutei essa expressão de um político oligárquico faz alguns anos. E assim tem estado a Colômbia desde então. Creio que estava assim desde muito antes que ele o dissera. Só que agora é pior. A decomposição é por conta de um regime narco-paramilitar, terrorista.

Acabam de condenar os militares que deram ‘materile-lile-ron’ aos policiais em Jamundí. Não foram julgados os de Guaitairilla. Dizem que se está investigando os ‘falsos positivos’ de J.M. Santos com os oficiais que colocavam bombas em seus companheiros com a licença da ‘inteligência militar’. Tampouco os militares dos ‘falsos positivos’ de camponeses feitos passar como ‘guerrilheiros abatidos em combate’, que são camponeses normais e existem casos em que são incapacitados. Tampouco o caso de crianças assassinadas por militares, dizem que em fogo cruzado em enfrentamentos com a guerrilha, quando todo o mundo sabia – e sabe – que por ali não há guerrilha. Também está o caso da tortura dos soldadinhos em Honda, e a muitos policiais que terminam suicidando-se.

Também está o escândalo das ‘chupadas’ de telefones. Oficiais que gravaram sem ordem – e assim havia sido com orden – a dirigentes da oposição, defensores de direitos humanos, sindicalistas, presos, e até ao governo. É a espionagem que, assim como ‘todos os caminhos do narco-paramilitarismo conduzem a Uribe’, assim ‘todos os caminhos da espionagem conduzem a J.M Santos’.

Pelo lado do narco-paramilitarismo tudo está ficando na mais absoluta impunidade. Há que se dizer que esses personagens são assassinos, delinqüentes sem contemplação. Por exemplo, o chamado “Jorge 40” – ‘chave’ de Jorge Noguera Cotes, ex-diretor do DAS-, dizem que Carlos Castaño, depois que as FARC lhe furou uma nádega em Paramillo, deu a ordem para assassinar 1.000 pessoas. 1.000 mortos, 1.000 pessoas assassinadas a sangue frio. E o dizem com enorme frescura. Como se fosse contar vantagem. Aí se entende que os familiares das vítimas exijam justiça verdadeira.

Segundo a Procuradoria são entre 10 mil e 31 mil as vítimas dos narco-paramilitares (que são mais, indubitavelmente). Em cifras incompletas ANNCOL estima cifras de mais de 70 mil mortes producidas pelo Terrorismo de Estado desde 1964 até 2006. E se segundo a Procuradoria são 31 mil vítimas do narco-paramilitarismo, quem são os responsáveis pelas outras? Quem tem assassinado 39.000 colombianos?

Indubitavelmente os responsáveis pela outra parte do aparato de repressão estatal.

E Hernán Giraldo – com a enorme perversidade que caracteriza os criminosos -, sai a dizer que os cadáveres não poderão ser recuperados porque eles praticaram o que se conhece como ‘desaparecer desaparecidos’. Desenterrar os mortos produzidos por eles e jogá-los ao mar, nos rios, etc.

Mas se fosse pouco, a anterior Controladoria falava em 3.500 milhões de pesos perdidos diariamente. Em mãos de quem? De políticos e narco-paramilitares. E o país está decomposto em todas as esferas.

70% da população na pobreza (ainda que o governo reconheça apenas 49,59%, cifra que está acima dos 35% em média que diz ter a região segundo a CEPAL).

2,5 milhões de crianças vítimas do trabalho infantil.

2,3 milhões de crianças que não vão à escola.

17 a cada mil de taxa de mortalidade infantil (Cuba, um país pobre com dificuldades pelo Bloqueio, tem 5,2 a cada mil).

A população colombiana vive situações angustiantes na Saúde, que nem sequer a tutela lhe garanta uma atenção digna.

O desemprego passou há muito dos 15% ainda que o governo diga que é de 11%, e segue aumentando.

13 milhões de pessoas não têm acesso ao serviço de água potável (em pleno século 21!).

20 mil crianças morrem por ingerir água não adequada ao consumo humano.

Mais de 2,5 milhões não têm moradia.

E como se fosse pouco, por conta do ‘escândalo’ da narco-para-política uribista, as instituições estatais têm mostrado que tão ‘decompostos’ estão. 17 congressistas presos, 52 vinculados à investigação. O que tem decomposto dos chamados Partidos Uribistas. E os juízes? E os militares? E os empresários? E o presidente?

Em um país ‘decomposto’ os administrador está ‘decomposto’, está ‘doente’ – dizem que de uma ‘virose’ (desde dezembro? Uma ‘virose’ não deveria durar tanto) -. Mas o que tem adoecido é a bílis rebotada por não poder mostrar um ‘positivo’ na promessa que fez aos gringos e a alguns colombianos. Derrotar as FARC. E inventam coisas como que sabem em ‘onde estão’ os retidos pelas FARC. E aplicam a máxima dos namorados separados: “se não é minha, de ninguém!”. Por isso que matar os retidos pelas FARC.

O que demonstra a total incapacidade que tem ‘decomposto’ o país.