TLC e aí vais “paloma”
O governo do narco-paramilitar presidente Álvaro Uribe Vélez não verá a assinatura de um TLC com os Estados Unidos este ano, e, se se negocia, poderia sê-lo em 2009. Assim o informou a delegação de sindicalistas dos EEUU, que está no país. E a exigência é “quando vejamos que se protegem adequadamente aos trabalhadores sindicalizados e se lhe respeitam todos os seus direitos laborais, lhe diremos ao governo colombiano que estamos prontos para abordar o TLC”.
Logicamente, o governo nunca protegerá “adequadamente” aos trabalhadores porque o governo é o único violador dos direitos humanos, incluídos os laborais, dos trabalhadores sindicalizados. Violações realizadas pelo braço armado do estado, os militares-narcoparamilitares. Precisamente as relações de Álvaro Uribe Vélez com os grupos narco-paramilitares são motivo de preocupação dos sindicalistas estadunidenses, especialmente os escândalos de narco-para-política uribista.
Ponto álgido é a situação do ex-diretor do DAS, Jorge Aurelio Noguera Cotes, que está sendo julgado por suas relações non sanctas com o narco-paramilitarismo, que favoreceram as eleições ganhadas por Álvaro Uribe Vélez. Um dos delegados informou que funcionários do governo da Colômbia asseguraram nos Estados Unidos a falsidade das imputações a Noguera Cotes em torno à elaboração de “listas negras” de pessoas para serem assassinadas pelos narco-paramilitares, o qual agora corrobora a Fiscalização colombiana.
A política de extermínio dos sindicalistas está sustentada nos Planos Colômbia e de Segurança Democrática. A CUT assinalou que foram assassinados 424 sindicalistas desde a tomada de posse de Álvaro Uribe em 2002.
Por sua parte, Barack Obama se manifestou sobre a Colômbia e assinalou que “Estou francamente preocupado com os informes sobre a participação do governo colombiano nas violações dos direitos humanos e na eliminação de trabalhadores”. Hilary Clinton se manifestou em igual sentido sobre a Colômbia. Vários democratas se manifestaram de diversas maneiras contra a aprovação do TLC, enquanto se “vulnerabilizam os direitos dos sindicalistas” colombianos. É de recordar que o ex-vice-presidente estadunidense Al Gore, que promove uma campanha contra a mudança climática no mundo, se negou a assistir a um evento porque nele teria que saudar a Álvaro Uribe Vélez e compartir tribuna com ele.
O descrédito do governo Uribe Vélez é descomunal. Nunca um presidente colombiano havia sido açoitado por diversos setores da sociedade estadunidense. Tudo por ter no Palácio de Nariño – ou Catedral de Narquiño – a um narco-paramilitar que anda em seu “sonho” de outra reeleição.
Porém, os povos são sábios e estão começando a cobrar a Uribélez seus desaforos contra os trabalhadores.
E já vemos que “aí vai voando “Paloma”... aí vais TLC... aí vais re-eleição.