"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O governo ataca a marcha do dia 6 de março e a ANNCOL


O ‘assessor’ presidencial, José Obdulio Gaviria, mestre na arte de enrevesar as coisas ditas à radio colombiana – submissa a Uribhitler, porque ele “outorga” os anúncios- de que ‘nem ele, nem o presidente’ participarão na marcha do dia 6 de março próximo, porque ela foi ‘convocada pelas FARC’.

José Obdulio é truculento como corresponde a um personagem com seu passado obscuro, mafioso. E em uma mostra de quem é que manda disse que ‘nem ele, nem o presidente’, quando o lógico e o que indica o protocolo é que houvesse dito respeitando a hierarquia, “nem o presidente, nem eu”. Mas tudo bem, cada louco com as suas manias.

O que queremos esclarecer aos organizadores da marcha –o Comitê Nacional de Vítimas- é que não se deixem levar por José Obdulio pois ele quer que digam : não às FARC-EP. Porque as FARC-EP está fora desse ‘passeio’ e estão trabalhando pelo Intercâmbio Humanitário e pela Paz na Colômbia, além de estarem enfrentando diariamente com as armas e a mãos o Terrorismo de Estado executado pelas forças militares-narcoparamilitares e seus Planos militares. Porque se imaginem vocês o que as forças militares-paramilitares fariam na Colômbia se não houvessem as FARC. Seria mil vezes pior porque nada os deteria, ou a nada temeriam.

Além disso, continuam nos acusando de ser ‘uma Agência das Farc’ quando temos esclarecido de mil e uma formas que somos uma Agência independente, alternativa, não neutra (estamos do lado do povo colombiano), mas como ‘o pior surdo é aquele que não quer escutar’, José Obdulio Gaviria segue na mesma com o objetivo oculto de que a comunidade internacional não condene ao governo colombiano pela sua prática de Terrorismo de Estado.

Terrorismo de Estado que já produziu mais de 70 mil vítimas desde 1964, ano do nascimento das FARC. Mas se nos atentarmos às cifras que nos mostra Apolinar Díaz-Callejas seria em torno de 1 milhão de vítimas somando “La Violência” e a 2ª Violência (desde 1964 até hoje). O que significa, como na realidade o é, que há um subregistro das vítimas do Terrorismo de Estado.
E o Terrorismo de Estado é uma realidade na qual vivem os colombianos pobres. Os ricos não são vítimas do Terrorismo de Estado. E o Terrorismo de Estado se evidencia em massacres, execuções extrajudiciais e desaparecimentos forçados, além do deslocamento forçado interno. As estatísticas –incompletas- que levantamos na ANNCOL estão evidenciadas na seguinte tabela:




  • BARCO 86 - 90 = Massacres: 264, Desaparições: 500, Deslocados: 360.000

  • GAVIRIA 90 - 94 = Desaparições: 674, Execuções Extra-judiciais: 7.865, Deslocados: 297.00

  • SAMPER 94 - 98 = Massacres: 825, Desaparições: 1.093, Execuções Extra-judiciais: 1.316, Deslocados: 835.000

  • PASTRANA 98 - 02 = Massacres: 2.137, Desaparições: 4.123, Execuções Extra-judiciais: 13.839, Deslocados: 1´360.000

  • URIBE 02 - ... = Massacres: 500, Desaparições: 1.613, Execuções Extra-judiciais: 5.155, Deslocados: 1´025.000


Em todo caso, nos faz uma honar o senhor José Obdulio com sua obsessão em qualificar a ANNCOL como a que também fornece dados para a HRW e outras ONGs de Direitos Humanos, o que é falso lamentavelmente. Todos os informes da ONU, HRW, Anistia Internacional, Observatório de Direitos Humanos, Coletivo de Advogados ‘José Alvear Restrepo’, Associação Americana de Juristas, Asfaddes, Codhes, CPDH, e tantas outras ONGs, são a fonte da qual se nutrem nossos jornalistas para suas investigações.

Como contribuição de ANNCOL mantemos em nossa página o panfleto da convocação para a Marcha do dia 6 de Março. Esse é o resultado de nosso modesto esforço e seguimos –e seguiremos- denunciando o Terrorismo de Estado executado pelas forças militares-narcoparamilitares e também a enorme corrupção que hoje corrompe o Estado colombiano, começando pelo governo.


Jorge Dimitrov disse: “Se o inimigo de classe do proletariado lhe elogia, pense na falta que cometeu”. E nos atemos aos nossos princípios e à nossa consciência de classe.