"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

A corrupta e criminosa classe dirigente colombiana é inimiga do povo

Cronistas de la Calle


A Belgerância/ Os povos lutam por seus direitos utilizando as formas que os estados lhes possibilitam ou aquelas lhes obrigam a empregar: se gozam de amplas liberdades então reivindicam pelas vias da civilidade, mas se prevalece o terror do Estado, aberto ou encoberto, institucional ou pára-estatal, inevitavelmente sobrevirá como resposta a resistência e a guerra popular. Documento emitido pelo Secretariado das FARC à Agência de Notícias ANNCOL.

Na Colômbia desde 1946, os governantes propiciam uma confrontação fratricida pela divisão do orçamento nacional e o despojo das melhores terras, valendo-se do Exército, da Policia e inúmeros grupos paramilitares assassinaram milhares de pessoas humildes, torturaram, violentaram, desapareceram, incendiaram e acabaram com povoados inteiros, roubaram animais e objetos de famílias camponesas e se apoderaram de suas terras e pertences.

Em 1957, os líderes liberais e conservadores firmaram a paz dos túmulos e em meio a maior impunidade acordaram dividir os benefícios do orçamento nacional, legalizar o despojo de terras e enfrentar o clamor popular por justiça e indenização, com a sujeira reacionária, profundamente excludente, antidemocrática e violenta da Frente Nacional que alternou no governo liberais e conservadores.

Como era lógico, as profundas feridas do confronto cicatrizaram em falso, as agressões terroristas do Estado contra o povo prosseguiram e se multiplicaram com o apoio cada vez mais aberto do governo dos Estados Unidos, interessado no desenvolvimento da guerra fria. Militares e paramilitares, todos juntos, planejando e, sistematicamente, massacraram, reprimiram e intimidaram, buscando aniquilar a rebeldia e a dignidade que habitam o coração de cada colombiano do povo, enquanto a corrupta classe política que ordenava e dirigia o terror roubava as terras e ganhos dos deslocados, se repartia o orçamento nacional, manipulava para seu proveito as finanças públicas, recebiam as propinas dos grandes contratados do Estado, rapinavam os recursos da saúde, da educação e das obras públicas, roubavam departamentos e loterias departamentais em meio ao cinismo e a impunidade, numa orgia de sangue e corrupção que se mantém. Como se isso não bastasse, na década de 1970, esta classe política que dirige a Colômbia abriu suas portas, seus bolsos e suas consciências ao narcotráfico e reforçou seus ódios anti-populares com os dólares da máfia com consta nos julgados, nas cortes, nas bibliotecas e hemerotecas da Colômbia e dos Estados Unidos e que alguma entidade internacional, independente e séria, deve estudar para precisar a verdadeira origem das fortunas familiares dos líderes políticos começando por Álvaro Uribe.

A essa classe política rapineira e oligárquica, submissa e ladra, que de dia ataca o narcotráfico e de noite dorme com ele, que fala em paz diante dos microfones mas que incita a guerra suja, que assassina os seus opositores políticos e esconde a mão, que aprova no parlamento, sem dar um pio, todas as iniciativas de guerra do Palácio de Nariño e da Casa Branca, que não sussurra queixas diante da barbárie dos bombardeios oficiais nas zonas povoadas, do assassinato sistemático de camponeses transformados em guerrilheiros depois de mortos, nem diante do terror oficial nas chamadas zonas vermelhas, a essa classe covarde que se esconde atrás dos militares para clamar por mais guerra, que aprova um orçamento transbordando para a guerra em um país cheio de necessidades sociais, a essa classe política apátrida, assassina e corrupta é a que enfrentamos.

Essa casta política, profundamente narco-paramilitarizada, que derrama lágrimas de crocodilo diante da crise humanitária colombiana, é por todo o apresentado, causa e parte substancial do conflito armado e social que sofre nossa pátria. Agora, e logo depois de 5 anos de torpes e imprudentes negativas oficiais sobre a existência de um conflito social e armado na Colômbia, o presidente Hugo Chávez propôs para avançar na superação do conflito em nossa pátria, a iniciativa de retirar a guerrilha colombiana das listas de terroristas e dar o reconhecimento à Beligerância que encarnamos desde o dia em que nos levantamos em armas contra o Estado.

Acertou o presidente Chávez porque assim chegaria à ordem do dia não apenas o acordo humanitário, mas o tema dos protocolos de Genebra, dos Direitos Humanos e muito seguramente os grandes consensos sobre a paz para desgosto daqueles que nada querem saber de acordos porque desejam a guerra, os mesmos que nos obrigaram a nos levantarmos armas para defender nossas vidas, famílias, bens e ideais, a elaborar uma proposta de novo Governo e novo Estado, a nos organizarmos política e militarmente em uma nova estrutura, com uma direção amplamente provada na luta, acatada e unida em torno de diretrizes de suas conferências e documentos, Organização que pratica a mobilidade da guerra de guerrilhas como forma de desenvolver seus planos e exercer autoridade nas diferentes regiões em que atuamos nas milhares e milhares de unidades em que construímos as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo há mais de 43 anos. Proposta realista do presidente Chávez para buscar saídas políticas com a contribuição da comunidade internacional que permitam superar as frustrações e profundas desconfianças surgidas nos processos anteriores arrasados pelos diferentes governos que só querem saber de rendições e submissão, e muito pouco de profundas mudanças na estrutura política, econômica e social do país. Tantos anos depois e ninguém responde pelo genocídio da União Patriótica.

Somente com um amplo apoio internacional, com mecanismos e garantias claras para avançar, se poderá convencer o submisso governo do senhor Uribe à Casa Branca, verdadeira gestora da lista mencionada, do Plano Colômbia e da invasão militar chamada Plano Patriota, que idealizou, elaborou, financiou e dirige, de que o Intercâmbio Humanitário não espera, assim como tampouco os anseios pela paz e reconciliação da família colombiana.

Como dizemos em nosso manifesto de Marquetália em 1964, “nós somos revolucionários que lutamos por uma mudança do Regime. Queríamos e lutávamos por essa mudança usando a via menos dolorosa para nosso povo: a via pacífica, a via da luta democrática de massas. Mas essa via nos foi fechada violentamente com a guerra, e como somos revolucionários que de uma ou outra maneira assumiremos o papel histórico que nos corresponde, obrigados pela circunstâncias, nos restou buscar a outra via: a via revolucionária armada para a luta pelo poder”.

Com essa mesma decisão hoje hasteamos a bandeira da solução política como forma civilizada para levar a nossa Pátria pelos caminhos do progresso, da independência, da democracia buscando a maior soma de felicidade possível, segundo o mandato do libertador.