Chorar sobre o leite derramado? Ou atuar racionalmente.
Tal
pareceria que o único analista de todo o Oligopólio Midiático
Contra Insurgente colombiano, quem tem calado sobre as aparências
emocionais e penetrado no fundo contraditório que move o assunto da
chamada crise da fronteira colombo-venezuelana é Alfonso Cuellar.
Estrategista contra insurgente, educado primeiro na seção
internacional do diário El Tiempo de Bogotá, depois na Inglaterra
pela British Petroleum BP [sempre o petróleo no meio] em segurança
internacional e em seguida nos EUA em guerra internacional contra o
narcotráfico e manejo de crises entre nações, quem momentaneamente
escreve interessantes e destacadas colunas de opinião na revista do
sobrinho do Presidente Santos, Semana.com. Não é senão que
olhar-lhe nos olhos na foto para saber quem é.
Em
sua última análise intitulada “dormindo com o inimigo”, ao
analisar as três decisões que no médio prazo o governo enfrenta na
atual situação com Venezuela [se pode ler integralmente no seguinte
enlace:
http://www.semana.com/opinion/articulo/alfonso-cuellar/441277-3.
Descreve a terceira decisão assim: ..........”A terceira decisão,
que no momento parecia lógica, é hoje um obstáculo que restringe a
capacidade de reação do governo colombiano aos desmandos
venezuelanos: a participação oficial da Venezuela nas conversações
de paz. Foi documentado o papel favorável que Hugo Chávez
desempenhou em persuadir as Farc de sentarem-se a negociar. Por esse
papel e pelas aparentes relações amistosas entre os dois países
–ou pelo menos entre Santos e Chávez-, se acordou a designação
de um delegado de Caracas como acompanhante do processo.
O
envolvimento da Venezuela como observador é mais sui
generis
do que muitos imaginam. Ao consentir a presença de numerosos
comandantes das FARC e acampamentos guerrilheiros em seu território,
o governo venezuelano tem sido e é um ator do conflito. A efetiva
implementação de um acordo de paz depende numa altíssima proporção
a o que faz e o que deixa de fazer o regime de Maduro. Se as FARC
podem continuar utilizando ao vizinho país como sua retaguarda
estratégica, o que se firme em Havana ficará manco, muito manco.
Durante
cinco anos, a garantia da boa vontade e conduta da Venezuela estava
sustentada na normalização das relações entre as duas nações e
na solidariedade regional com a Colômbia. Esses dois pilares ficaram
destroçados com os acontecimentos destas semanas. É ingênuo tentar
desagregar o papel venezuelano no processo de paz da crise bilateral,
como têm apregoado alguns. São inseparáveis. O primeiro delegado
venezuelano às negociações foi seu embaixador ante a OEA, Roy
Chaderton, quem, na segunda-feira passada, deixou claro o que opinava
sobre os colombianos deportados à força.
É
evidente que a política de apaziguamento com o governo de Caracas
perdeu sua utilidade. Este não correspondeu à confiança oferecida
pela administração de Santos. A permanência venezuelana na Mesa de
Havana é uma ameaça à segurança nacional da Colômbia. Exclui-la
será custosa no curto prazo –as Farc poderiam inclusive ameaçar
em levantar-se da mesa-, porém pior é não fazer nada. O futuro da
República de Colômbia não pode depender dos interesses da
República Bolivariana de Venezuela”.
Quer
dizer, o chamado conflito interno de Colômbia não só é externo ou
Transnacional como temos sustentado desde há muito tempo, como
também se encarnou finalmente no conflito colombo-venezuelano.
Claro, como mister Cuellar não maneja a dialética material, não
entende aquilo da unidade e luta de contrários e por isso vê a
contradição em movimento como uma dicotomia estática em branco e
preto: se a Venezuela se vai do processo de paz, como o deseja o
Comando Sul dos US Army e seus cipaios em Colômbia, mau [e isso que
mister Cuellar não menciona o papel essencial de Venezuela nos
eventuais diálogos com o ELN], porém, se se fica dormindo na cama,
como diz mister Cuellar, pior. Por isso sua conclusão é incerta ou
equivocada, pois Venezuela entrou a formar parte do futuro pacífico
ou guerreiro da Colômbia.
E
é que este é o problema de fundo que saltou como lebre no caminho,
pondo
patas acima toda a inapetência e apatia vigarista tão colombiana de
deixar tudo para a última hora [nada está acordado até que tudo
esteja acordado], princípio inalterável com o qual JM Santos e seus
plenipotenciários de paz têm pretendido conduzir os acordos na mesa
de Havana, com a errada pretensão ou ilusão de que na última hora
e depois de uma campanha massiva de desprestígio pelos meios do
Oligopólio Midiático Contra Insurgente, os insurgentes muito
assediados e desprestigiados vão firmar o que se ponha diante deles:
a rendição e a submissão incondicional à Promotoria corrupta da
Colômbia, que em outra coluna paralela da mesma revista Semana
desmascara a jornalista Jimena Duzán [ver denúncia em]
http://www.semana.com/opinion/articulo/maria-jimena-duzan-la-nomina-paralela-del-fiscal/441276-3)
Em Breve: os diálogos de Havana chegaram, para usar uma imagem gráfica, à parte final de um muito longo túnel, onde por fim se vislumbra a luz de seu final e de onde seria mais que custoso recuar ou regressar, e onde é essencial entender que já Venezuela entrou a formar parte constitutiva [queiramos ou não] de toda a situação conflitiva regional.
http://www.semana.com/opinion/articulo/maria-jimena-duzan-la-nomina-paralela-del-fiscal/441276-3)
Em Breve: os diálogos de Havana chegaram, para usar uma imagem gráfica, à parte final de um muito longo túnel, onde por fim se vislumbra a luz de seu final e de onde seria mais que custoso recuar ou regressar, e onde é essencial entender que já Venezuela entrou a formar parte constitutiva [queiramos ou não] de toda a situação conflitiva regional.
Por
isto, as decisões do governo colombiano analisadas por mister
Cuellar não poderão ser outras que a diplomacia direta ou Bilateral
entre as duas nações irmãs siamesas inseparáveis, para resolver o
longo e complexo “problema” do buraco negro em que se converteu a
fronteira, que, para ou bem ou para o mal [para a paz ou para a
guerra], entrou a formar parte integral do chamado conflito interno
colombiano, sem cuja solução tampouco poderá haver paz em
Colômbia.
É
um sofisma politiqueiro de campanha aquele infeliz lema eleitoral
que, pressionado pelas “aflições”
ou dificuldades eleitorais, o chefe do glorioso partido Liberal
lançou: “...com Venezuela, sem Venezuela ou contra Venezuela,
faremos a paz”. A realidade-real está mostrando que só contando
ativamente com Venezuela chegaremos a este desejado acordo de Paz.
Tampouco
continuando a campanha midiática de ridicularização [não há dia
em que não se caricaturize ou insulte ao presidente de Venezuela
como burro, tonto, idiota, mal falado, torpe etc.] se vai ganhar o
terreno perdido; pois o que o presidente venezuelano mostrou nos
últimos dias deixou claro todo o contrário: que se preparou muito
inteligentemente.
Enquanto
a Inteligência Militar da Colômbia estava com todos os ferros e
tecnologias gringas imagináveis buscando líderes guerrilheiros ou
líderes sociais da mobilização popular para “neutralizá-los”
em bolsas negras, a Inteligência Militar venezuelana preparava um
plano militar contundente executado com precisão e eficácia, sem
que os heróis colombianos se dessem conta para evitá-lo ou pelo
menos tratar de pará-lo. O demais tem sido lamentar, com ira e
intensa dor e o calar outorgando de Mindefesa, responsável pela
segurança de todos os colombianos. Com isto, o mais conveniente é
atuar racionalmente, em lugar de seguir chorando o leite
derramado.
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Equipe ANNCOL - Brasil
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anncol.br@gmail.com