"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 19 de setembro de 2015

Perspectivas da paz


La Habana, Cuba, sede dos Diálogos de Paz, 17 de setembro de 2015


De maneira simultânea em várias frentes, avança a discussão temática na Mesa de Conversações em Havana.

O decisivo componente de justiça do Sistema Integral de Verdade, Justiça, Reparação e Não Repetição está às portas de um entendimento. A importância desta eventualidade reside em que desataria uma dinâmica positiva de redação de convênios sobre tópicos pendentes, como a expansão da democracia, o desenvolvimento do essencial sub ponto 5 FIM DO CONFLITO onde se confere que: “O Governo Nacional revisará e fará as reformas e os ajustes institucionais necessários para fazer frente aos desafios da construção da paz”; também permitiria levar a sério o mandato da Agenda de esclarecer o fenômeno do paramilitarismo e, o que é mais urgente para o futuro da paz, sua desarticulação, porque com guerra suja o pós-acordo cons tituiria uma mentira. Se deve desmontar essa ameaça se queremos reconciliação.

Continua se construindo consensos sobre Cessar-Fogo e de hostilidades bilateral e definitivo, e se avança na análise do aspecto Deixação das armas. E sobre a reincorporação das FARC-EP à vida civil, estamos prontos para abordar e discutir os procedimentos para o trânsito de organização levantada em armas a movimento político aberto. A propósito, entregamos aos plenipotenciários do Governo um pacote de propostas básicas que esperam concretização.

Chegou a hora de retomar a discussão sobre “asteriscos” ou assuntos cuja discussão foi adiada como, por exemplo, o estabelecimento da quantidade de hectares que conformarão o Fundo de Terras, necessário para a execução da Reforma Rural Integral, e também é tempo de tirar do refrigerador as ressalvas para arejá-las e buscar consenso em torno delas.

Está próximo, sem dúvida, o final do acordo sobre o ponto 5 VÍTIMAS, posto que o inevitável assunto da Reparação disporia no Sistema Integral de Verdade, Justiça, Reparação e Não Repetição, de mecanismos para entregar satisfação às vítimas do conflito. O sub ponto 1, Direitos Humanos, poderia ser esgotado com vontade política, com uma declaração de acordo e compromisso sobre princípios que reivindiquem os direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais para as maiorias.

Esperamos que se realize o Fórum sobre FIM DO CONFLITO sob o auspício do Centro de Pensamento da Universidade Nacional e das Nações Unidas, para que o movimento social e político verta sua opinião sobre a Mesa, já que “a paz é um assunto da sociedade em seu conjunto que requer a participação de todos, sem distinção, incluídas outras organizações guerrilheiras”.

Em tal sentido, ressaltamos que é importante e muito necessário que, agora mais que nunca, se deixem sentir plenamente as vozes da cidadania, a palavra do povo mediante suas organizações sociais e políticas, opinando e decidindo sobre o rumo do processo de paz e o destino da Colômbia, e que esta prática seja a exercitação do soberano em seu papel de constituinte primário, até alcançar o momento da referenda e da implementação do que deve ser um Tratado de paz para a história.

Nós outros estamos prontos para prosseguir a marcha combinada da vontade nacional para o acordo definitivo, ponto de partida para as transformações democráticas e progressistas. A paz está tocando a porta da Colômbia e exige que o conflito armado fique para trás como memória coletiva de algo que não se deve repetir jamais, de tal maneira que asseguremos o futuro de paz e vida digna das novas gerações de colombianos.  
DELEGAÇÃO DE PAZ DAS FARC-EP

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Equipe ANNCOL - Brasil