"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Frente às mentiras do governo de Juan Manuel Santos, retomar a mobilização, construindo unidade popular


Retomando a iniciativa para fortalecer nossas organizações campesinas, em perspectivas de cumprir com as expectativas na luta contra o regime político colombiano e o modelo econômico imposto pelas elites, iniciamos em 2014 desde Nariño com as tarefas que nos deixou a grande Paralisação Nacional Agrária de 2013, encontrando-nos na primeira assembleia da Coordenação Agrária de Nariño, cenário natural de deliberação ampla e democrática que reúne delegados provenientes de organizações campesinas provenientes dos municípios de Colon Génova, Leiva, Policarpa, Cumbitara e o Rosario no Norte de nosso estado, dos setores de Altomira e fronteira, a Ensenada no município de Tumaco, Magui Payan, El Charco, do Pie de Monte Costero, município de Riacurte, do sul representados em campesinos da corregedoria de La Victoria de Ipiales, do município de Córdoba, organizações agrárias do Centro provenientes da Florida, do Ocidente dos municípios de Sandoná e Samaniego e a inestimável presença de delegados de povos indígenas Pastos do município de Córdoba e Eperara Siapidara na Costa Pacífica de Nariño, que, com entusiasmo, espírito unitário e compromisso na luta, comunicamos ao estado de Nariño as conclusões desta assembleia:
  1. Rechaçamos a presença do Presidente Juan Manuel Santos no estado de Nariño por sua condição de cabeça e representante do modelo de desenvolvimento imposto para o campo colombiano, que em décadas de implementação o conduziu à mais profunda crise e que, em 2013, terminou na paralisação nacional agrária. Afastando-nos do entusiasmo que a visita gera nos setores políticos servis ao regime e aos meios de comunicação inclinados ao poder, os campesinos, indígenas e afros assinalamos de oportunismo eleitoral sua presença em nosso território, a quem, por cima de nossos interesses, promoveu os tratados de livre comércio e as ambições do grande empresariado agrícola, respondendo incondicionalmente à defesa dos privilégios das elites, as quais representa e não oculta em seus habituais discursos desde os quais anuncia que o modelo econômico não está em negociação, afirmação que se traduz nos descumprimentos, atrasos e mentiras plantados para superar a crise que lhe provocou a paralisação e que hoje, desde o sul, anunciamos confrontar com a força da mobilização unificada pelos setores que vivem a mentira e o menosprezo do governo da Unidade Nacional.
  2. O 2014, que se abre com a conclusão coincidente dos setores agrários no país, referente ao descumprimento por parte do governo nacional dos acordos subscritos no marco da Paralisação, nos mostra que este ano deverá dar conta de um levantamento do setor agrário da Colômbia de maior envergadura, em número, tempo e beligerância, para o qual a tarefa é avançar na convergência com todos os setores campesinos, permitindo-nos confluir num só rol e numa só ação unitária de mobilização que faça tremer as estruturas do poder oligárquico colombiano.


  1. As organizações campesinas, indígenas e afros com presença na Coordenadora Agrária assumimos a responsabilidade de fortalecer nossos processos organizativos, tomar a iniciativa na proposta de unidade com os demais setores e organizações, as quais têm como destino a Cúpula Nacional Agrária, propondo-nos percorrer a rota até esse objetivo, convocando a uma Pré-Cúpula no estado, esgotando o espaço deliberativo que tem caracterizado nosso quefazer, espaço que construa a participação de Nariño no espaço nacional de Cúpula, e desde onde se convoque o governo nacional para o cumprimento de acordos subscritos com todos os setores na mobilização de agosto a partir do qual se convoque a Paralisação Nacional Agrária e Popular em 2014 em favor de um modelo econômico que interprete o querer campesino, sustento para a paz com justiça social, estável e duradoura.


Finalmente, chamamos ao Povo de Nariño, especialmente as comunidades rurais, a rechaçar e expulsar a presença em seus territórios dos setores políticos tradicionais do estado que, depois de haver contribuído para gestar a ação governamental contra os campesinos da Colômbia, hoje se mostram como os defensores dos interesses do agro, quando não se conhece ação nenhuma em favor das justas exigências da economia campesina e, pelo contrário, sim em favor de suas clientelas e de seus próprios interesses.

CONTRA O MODELO ECONÔMICO EXCLUDENTE E DEPREDADOR DO CAMPO, VIVA A UNIDADE CAMPESINA E POPULAR.
CONTRA O DESCUMPRIMENTO E AS MENTIRAS DO GOVERNO DE SANTOS, PREPAREMOS A PARALISAÇÃO NACIONAL AGRÁRIA E POPULAR
Coordenação de Organizações Agrárias de Nariño, San Juan de Pasto, 17 de Janeiro de 2014.

Tradução: Joaquim Lisboa Neto